Quais as habilidades de um profissional inovador? Veja lista

Créditos: Microsoft Copilot
Soft skills contribuem significativamente para a capacidade de uma equipe de navegar pela complexidade dos processos de inovação, enfrentar desafios e colaborar efetivamente
Para Durval Garcia, Diretor de Inovação na G.A.C. Brasil, um time de inovação eficaz combina habilidades técnicas com as famosas “soft skills”, que contribuem significativamente para a capacidade de uma equipe de navegar pela complexidade dos processos de inovação, enfrentar desafios e colaborar efetivamente.
“Estas habilidades, combinadas com as competências técnicas específicas do setor e do projeto, são fundamentais para o sucesso de qualquer equipe de inovação, ajudando a transformar ideias criativas em soluções práticas e aplicáveis que podem trazer vantagens competitivas significativas para a empresa”, explica o especialista.
Uma visão muito interessante sobre esse tema, diz ele, foi trazida pelo autor Tom Kelley, um dos líderes da IDEO, uma renomada empresa de design e inovação no seu livro as “10 Faces da Inovação”. Também chamadas de personas, as “faces” foram descritas pelo autor como diferentes papéis que as pessoas podem adotar para fomentar a inovação e a criatividade dentro de uma organização.
“Cada uma dessas faces representa uma abordagem única para a resolução de problemas e geração de ideias, incentivando uma cultura de inovação contínua”, explica Garcia. Aqui estão as 10 faces da inovação, conforme Kelley descreve, de acordo com ele:
1. O Antropólogo
“Essa persona é curiosa sobre o comportamento humano e observa como as pessoas interagem com seus ambientes e produtos. O Antropólogo busca insights através da observação direta e imersão em diferentes contextos e culturas”.
2. O Experimentador
“O Experimentador adora prototipar e testar ideias. Esta face abraça o processo de tentativa e erro e aprende fazendo, transformando ideias em protótipos concretos e iterando-os com base no feedback”.
3. O Polinizador
“Este papel envolve combinar ideias, possibilidades, ou conceitos aparentemente não relacionados para criar soluções novas e inovadoras. O Polinizador é um mestre da integração criativa”.
4. O Diretor
“O Diretor ajuda a orquestrar equipes e recursos, trazendo à tona o melhor das habilidades de cada membro da equipe. Eles são hábeis em montar equipes dinâmicas e em manter todos focados na visão do projeto”.
5. O Colaborador
“Esta face é um campeão da cooperação. O Colaborador promove a cultura do trabalho em equipe e da parceria, entendendo que grandes ideias muitas vezes vêm da colaboração”.
6. O Experiente
“Os Experientes são mestres em usar suas habilidades e conhecimentos para desbravar novos territórios. Eles aplicam o que sabem em novos contextos para explorar novas áreas”.
7. O Improvisador
“Hábil em pensar sob pressão e fazer ajustes em tempo real, o Improvisador pode encontrar caminhos viáveis e soluções rápidas mesmo quando as condições são menos ideais”.
8. O Hurdler
“Esta persona é um solucionador de problemas que vê obstáculos como oportunidades. Os Hurdler são tenazes e resistentes, capazes de encontrar maneiras criativas de superar desafios”.
9. O Artista
“O Artista é motivado pela necessidade de beleza e funcionalidade estética. Eles trazem uma sensibilidade artística para o design e desenvolvimento de produtos, tornando os resultados finais atraentes e desejáveis”.
10. O Contador de Histórias
“Essa face cria narrativas poderosas que capturam a imaginação e envolvem as partes interessadas. O Contador de Histórias utiliza as histórias para comunicar novas ideias e ganhar o apoio necessário para avançar projetos”.
De acordo com Garcia, as “10 Faces da Inovação” são fundamentais porque destacam a diversidade de habilidades e abordagens necessárias para fomentar uma cultura de inovação eficaz.
“Ao adotar esses diferentes papéis, os indivíduos e equipes podem enfrentar desafios de maneiras novas e criativas, conduzindo suas organizações ao sucesso em ambientes altamente competitivos e em constante mudança”, opina.
Ele destaca, ainda, a necessidade de profissionais “T-SHAPED” – que possuem um conjunto de habilidades caracterizado por duas dimensões principais: uma profunda competência técnica ou especialização em uma área específica (representada pela barra vertical do “T”) combinada com uma capacidade e disposição para colaborar em várias disciplinas além de sua própria área de especialização (representada pela barra horizontal do “T”).
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Falta de cultura de inovação nas empresas leva à má governança
“Este modelo é altamente valorizado em muitos setores, especialmente em ambientes que dependem de inovação e trabalho colaborativo, como tecnologia, design e consultoria”, afirma o especialista.
As características do profissional T-shaped
1. Especialização profunda (Barra Vertical)
“O profissional tem conhecimentos e habilidades aprofundados em uma área específica, o que lhe permite realizar tarefas complexas, resolver problemas específicos e contribuir com expertise detalhada”.
2. Ampla capacidade de colaboração (Barra Horizontal)
“Ele também possui a habilidade de aplicar conhecimentos em contextos fora de sua especialidade direta, o que facilita a colaboração interdisciplinar. Isso inclui uma boa compreensão de áreas complementares e a habilidade de trabalhar efetivamente com especialistas de diferentes campos”.
3. Habilidades de comunicação e empatia
“Comunicar-se efetivamente com pessoas de diversas áreas é crucial para um profissional T-shaped. A empatia ajuda a entender melhor as necessidades e objetivos de colegas de outras disciplinas, promovendo um ambiente de trabalho mais integrado e produtivo”.
4. Flexibilidade e adaptabilidade
“A capacidade de se adaptar a novas situações e aprender rapidamente sobre outros domínios é uma qualidade importante, permitindo que o profissional responda a desafios complexos de maneira mais holística”.
Benefícios para as empresas
Empregar profissionais T-shaped pode trazer diversos benefícios para as empresas, incluindo:
1. Inovação aprimorada
“A combinação de especialização profunda e ampla visão colaborativa facilita a geração de soluções inovadoras, pois permite a integração de diferentes perspectivas e conhecimentos”.
2. Maior flexibilidade organizacional
“Tais profissionais podem ser alocados em diversos projetos e equipes, adaptando-se facilmente a novas funções conforme necessário, o que aumenta a versatilidade da força de trabalho”.
3. Fomento de uma cultura colaborativa
“A presença de profissionais T-shaped promove uma cultura de aprendizado e colaboração cruzada, essencial para o crescimento contínuo e a adaptação em mercados voláteis”.
“Ao fomentar uma força de trabalho cheia de profissionais T-shaped, as organizações podem criar um ambiente altamente adaptativo e inovador, capacitado para enfrentar os complexos desafios do mercado contemporâneo”, finaliza Garcia.
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