Agora é oficial: a fabricante de softwares corporativos Microsiga SA anunciou nesta quinta-feira a sua fusão com a Logocenter SA, de Joinville (SC). O negócio dá origem a uma das maiores “software-houses” da América Latina, com cerca de 3 mil funcionários e um faturamento estimado de R$ 217 milhões em 2004. A nova empresa já nasce com um aporte de R$ 40 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que será acionista minoritário da nova holding, com 16,7% do capital. “Esses recursos serão aplicados principalmente no desenvolvimento do mercado internacional. É o nosso foco a partir de agora”, aponta Álvaro Junckes, diretor de novos negócios da Logocenter. Na prática, as duas companhias seguem operando de forma independente. Suas marcas continuarão concorrendo uma com a outra, e não há planos de enxugamento no quadro de funcionários. O que muda é apenas a área administrativa, que passa a ter uma gestão única, formada por um conselho de 7 integrantes – sendo 4 indicados pela Microsiga (majoritária), 2 pela Logocenter e um pelo BNDES. Além disso, a fusão possibilitará investimentos maiores em áreas como a de P&D e marketing. Em 2004, por exemplo, as duas empresas investiram R$ 19,5 milhões em pesquisas. Neste ano, o investimento poderá chegar a R$ 26 milhões. “Vamos buscar sinergias em áreas estratégicas. Operacionalmente, porém, continuaremos independentes até segunda ordem”, garante Jorge Luiz Vargas, que comanda o escritório da Logocenter em Porto Alegre. Juntas, as duas empresas também dão um passo importante na busca de um objetivo antigo: o lançamento de ações no mercado de capitais. “Voltamos a considerar uma possível oferta pública na Bovespa”, afirmou Laércio Cosentino, presidente da Microsiga, em nota divulgada à imprensa. A expectativa é de que a estréia no mercado de capitais ocorra oficialmente até 2007. Neste ano, as duas empresas deverão faturar R$ 283 milhões, cerca de 30% a mais do que em 2004.