Por Leandro Vieira*

Este ano o Administradores completa 24 anos. Já contei nossa história inúmeras vezes, mas tem um capítulo que por bastante tempo ocultei, porque faz parte da minha coleção de fracassos. 

Tive a ideia de criar o Administradores em 2000, quando ainda estava na faculdade de Administração. Foi o desafio de estar à frente de uma missão audaciosa que me levou, junto com minha esposa, de volta ao Rio Grande do Sul, para o mestrado em Administração da UFRGS. Lá tive a honra de ser orientado por um ser iluminado, o saudoso Luis Klering, um dos pioneiros no Brasil não só nos estudos mas no desenvolvimento de cursos de Educação a Distância. 

Como o meu projeto de pesquisa estava muito claro desde o começo, e o Klering estava à frente do núcleo de EAD da Escola de Administração, a coisa andou rápido. Em 6 meses, defendi minha qualificação e em 12 já estava pronto para seguir para o doutorado. 

Mas havia um processo seletivo no caminho…

Meu projeto de tese girava em torno de uma plataforma que estava na minha cabeça que visava conectar alunos, professores e pensadores em torno de aulas, cursos e conteúdos que estivessem na fronteira do conhecimento em Administração. Era uma evolução do Administradores, que na época, apesar de já ter uma audiência relevante, era apenas um portal de conteúdos na área. A visão que eu tinha para essa futura plataforma era muito clara: não existe nada parecido no mundo, isso irá contribuir imensamente para o avanço da Administração. Não tem como dar errado. 

Modéstia à parte, fiz um projeto lindo. Fiz com paixão. O Klering ficou orgulhoso. Passei tranquilo na primeira fase da seleção. A segunda era uma entrevista com uma banca de professores. Eu estava bastante à vontade, pois eram os mesmos professores que eu já tinha cursado disciplinas ao longo do ano, galera gente boa, eu me dou bem com todo mundo. Até que…

“Este projeto está um lixo!”, disse uma das professoras, jogando o meu projeto sobre a mesa. “Como você tem a coragem de apresentar ISSO para um projeto de doutorado? Como você utilizou xyz na sua fundamentação teórica? Como você tem a coragem de dizer que o ambiente acadêmico é individualista?”

Foi porrada atrás de porrada, o equivalente acadêmico a uma sequência de socos do Mike Tyson. 

Fui a nocaute. Não passei. E vida que segue. 

Amarguei a derrota, mas não enterrei o sonho. 

O sonho não era o doutorado. Era a plataforma. 

Mas antes de enxergar claramente qual era de verdade meu lugar no mundo, ainda dei alguns passos no mundo acadêmico. Sob socos e pontapés, concluí meu mestrado. 

Alguns anos mais tarde, ainda com foco na vida acadêmica, iniciei os preparativos para tentar novamente entrar em um doutorado, dessa vez nos EUA. Encontrei um grande mestre que aceitou me orientar por lá, mas me fez uma pergunta que mudou minha vida. Ele disse: “Leandro, vai ser uma honra orientá-lo. Mas me diz uma coisa: você vai gerar mais valor para o mundo seguindo carreira acadêmica ou indo para o mercado?”.

Ali eu aceitei de vez que minha missão era empreender. E concentrei todas as minhas energias no Administradores.

O Administradores Premium

Há exatos 10 anos, nós demos um passo decisivo em direção à nossa maior vocação, a educação. Criamos o primeiro streaming brasileiro de educação na área de negócios, o Administradores Premium. 

Sabe aquela ideia de conectar as pessoas mais f*das do mundo? Tá rolando. Dos maiores pensadores mundiais da Administração, contamos com algumas lendas, como Daniel Goleman, Howard Gardner e Peter Senge, Warren Bennis, Bill George…

Dessa lista aqui do Wall Street Journal, três estão conosco:

E contamos também com o pensador mais amado de todos: Peter Drucker, simplesmente o pai da Administração moderna. 

De lá pra cá mais de 100 mil alunos já passaram por aqui. Uma boa parte dessa turma gostou tanto da experiência que acabou se tornando Membro Vitalício (vão aprender com a gente o resto da vida). 

Jamais enterre seus sonhos.

*Leandro Vieira é CEO do Administradores