Como bitcoin rompeu desconfiança e tornou-se "porto seguro"
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O movimento de adesão de fundos e gestores de peso não elimina as críticas, mas evidencia que o bitcoin deixou de ser apenas uma aposta marginal
Nos últimos dez anos, o bitcoin deixou de ser visto apenas como uma aposta arriscada para se consolidar como um ativo de proteção em meio à instabilidade econômica global. O que antes era tratado por muitos como especulação sem fundamento, hoje já compõe a estratégia de fundos de investimento, gestores renomados e empresas listadas em bolsa. Apesar de ainda ser alvo de críticas, a criptomoeda ganhou espaço como alternativa diante da perda de confiança nas moedas fiduciárias e da volatilidade dos mercados tradicionais.
A desconfiança inicial em relação ao bitcoin
De início, o ceticismo foi generalizado. Investidores como Warren Buffett classificaram o bitcoin como “veneno ao quadrado” e John Bogle, fundador da Vanguard, chegou a recomendar que fosse evitado “como a praga”. Para críticos como Charlie Munger, a criptomoeda não passaria de um instrumento especulativo sem valor intrínseco. A visão predominante era de que não havia sustentação econômica para o crescimento observado, apenas a expectativa de revenda a preços mais altos.
Por que o bitcoin passou a ser visto como proteção
O cenário começou a mudar quando gestores passaram a analisar o bitcoin sob outra ótica: a de reserva de valor descentralizada. O ex-CEO da Bridgewater, Ray Dalio, afirmou que a moeda digital pode representar até 15% de uma carteira diversificada, ao lado do ouro, como forma de proteção contra a desvalorização da moeda tradicional. Para Dalio, em um mundo de juros baixos e dívidas crescentes, ativos alternativos se tornam ainda mais relevantes para quem busca preservar capital.
Empresas e fundos que adotaram o bitcoin
Companhias como a MicroStrategy, liderada por Michael Saylor, foram além. O executivo transformou o bitcoin em pilar da estratégia corporativa, declarando que se trata da “propriedade máxima da raça humana”. Segundo Saylor, a criptomoeda cumpre o papel de proteção de longo prazo, com características superiores às do ouro. O movimento inspirou outros fundos e companhias a considerar o ativo em suas alocações, reforçando sua posição como um novo tipo de porto seguro.
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A visão de gestores sobre a evolução do bitcoin
Mesmo entre investidores céticos, o reconhecimento da evolução do mercado é visível. Philippe Laffont, gestor do Coatue Management, observou que a volatilidade do bitcoin tem caído nos últimos anos. Para ele, se essa tendência continuar, a criptomoeda poderá ocupar um papel mais central nos portfólios, consolidando-se como “ouro digital”. Já os irmãos Cameron e Tyler Winklevoss, que adquiriram grande participação no início da década passada, destacam que confiaram desde cedo em um “arcabouço matemático livre de política e erro humano”.
Bitcoin como alternativa em tempos de incerteza
O movimento de adesão de fundos e gestores de peso não elimina as críticas, mas evidencia que o bitcoin deixou de ser apenas uma aposta marginal. A presença em carteiras institucionais e a defesa feita por investidores de renome reforçam a ideia de que a criptomoeda, antes vista com desconfiança, se consolidou como uma alternativa de proteção em um cenário de incertezas crescentes na economia mundial. Mais do que especulação, tornou-se uma ferramenta de resguardo patrimonial para uma parte relevante do mercado financeiro.
