A VISÃO DE CARREIRA DENTRO DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL EM REDES: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Emmanuele Penha
artigo de
30/09/2010 6 min leituraResumo
1. INTRODUÇÃO
No atual cenário, entre alguns estudos de importância para as organizações, encontra-se o estudo sobre carreiras, a fim de compreender o comportamento do indivíduo dentro do processo gerencial da organização. As definições de carreira, segundo autores da área, levaram a novas abordagens, surgindo o termo carreira proteana e carreira sem fronteiras, que são conceitos relacionados à independência do indivíduo frente à organização.
O modelo de carreira tradicional remete-se ao modelo onde a carreira do indivíduo refere-se à mobilidade ocupacional, como um caminho a ser seguido pelo indivíduo dentro da organização, marcada pela estabilidade e segurança no emprego e ainda, a progressão hierárquica. De acordo com Chanlat (1995, 1996) existem diversas razões para o declínio da carreira tradicional, como: a entrada da mulher no mercado de trabalho, maior número de profissionais capacitados e com grande grau de instrução, a globalização, o aumento da competitividade nas empresas e as mudanças no modelo organizacional. Faz-se assim necessário, através dos novos conceitos de carreira, pensar que, com o passar dos anos e com tais mudanças no modelo tradicional de carreira, os indivíduos buscavam entender suas razões para trabalhar, construindo e buscando um sentido para sua vida pessoal e profissional, e para isso, procuraram traçar seus próprios planos de carreira. Com isso, uma nova abordagem de carreira passa a ser entendida como proteana e a sem fronteiras, agora inseridas num ambiente organizacional caracterizado por redes organizacionais.
Nos últimos tempos as definições de carreira segundo diversos autores e o modelo de carreira tradicional, relacionado a fatores como o emprego de longo prazo, a ascensão contínua na hierarquia, a aquisição de benefícios e o símbolo de status crescente, têm se transformado continuamente. A velocidade das mudanças no mundo organizacional proporcionou o surgimento de novos modelos de carreira. Tem-se como exemplo a carreira proteana desenvolvida por Hall (1996), estudioso de carreiras desde a década de 1970, relacionada ao processo organizacional onde o indivíduo administra sua própria carreira, e o termo carreira sem fronteiras, onde o indivíduo tem certo grau de autonomia e flexibilidade nas suas decisões, sendo capaz de desenvolver suas próprias habilidades e competências.
Com isso, analisando estes e tantos outros estudiosos da área, observa-se o quão complexa é a tarefa de definir o que vem a ser carreira, tanto a partir do indivíduo como da organização, tornando-se um interessante desafio o estudo da carreira e sua relação com o todo. Por isso, entende-se que esta linha de pensamento possa contribuir para a construção do tema carreiras e sua relação com as organizações estruturadas em redes.
1.1. JUSTIFICATIVA
O tema carreira é importante para entender-se as escolhas do indivíduo, relacionando-se com a vocação humana, a descoberta do ser profissional e a interação deste com o ambiente, possibilitando assim a inovação e flexibilidade na gestão de pessoas. Esse trabalho é destinado a estudantes da área de carreiras, profissionais autônomos, professores, gestores, consultores e profissionais da área, a fim de esclarecer alguns pontos relevantes sobre carreira.
1.2. OBJETIVO GERAL
Buscar através de uma revisão bibliográfica o entendimento de como se desenvolve a carreira em redes organizacionais e analisar as decisões que possibilitam o indivíduo ter autonomia para gerir sua própria carreira, inserido em uma estrutura organizacional em redes, onde pode ser bem sucedido ou não.
1.3. PROBLEMA DE PESQUISA
Debate-se o estudo de carreira na estrutura organizacional das empresas de todo o mundo. Nota-se que para se entender as diferentes abordagens de carreira é preciso analisar a opinião dos estudiosos do tema.
O bom entendimento da vocação humana e sua inserção na organização podem tornar-se um diferencial em uma estrutura organizacional em redes, mas, para isso, procura-se conhecer as definições de carreira, o surgimento do conceito de carreira proteana e carreira sem fronteiras e o papel de tais linhas dentro de uma estrutura organizacional em redes. O problema desta pesquisa é verificar se, ao traçar a sua própria carreira se o indivíduo terá mais chances de ser mais bem sucedido do que se a organização a traçasse.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Ao longo da história puderam-se estudar várias visões diferentes sobre o que é carreira, que tem sofrido alterações ao longo do tempo. Somente a partir do século XIX, passou-se a utilizar o termo para definir trajetória de vida profissional. Os tópicos a seguir são de suma importância para a compreensão do termo carreira, suas definições e os novos conceitos e desdobramentos, e tais em um ambiente empresarial caracterizado por uma estrutura em redes. O estudo de carreiras promove para o indivíduo melhor aproveitamento nas organizações, para que ele trabalhe mais satisfeito e mais motivado, por isso tal estudo vem sendo apresentado de maneira bem interessante.
2.1. DEFINIÇÃO DE CARREIRA
No decorrer da história puderam-se estudar várias visões diferentes sobre o que é carreira, e esta tem sofrido alterações ao longo do tempo, onde somente a partir do século XIX, passou-se a utilizar o termo para definir trajetória de vida profissional. E o termo carreira tem sido bastante utilizado, podendo ser entendido como o caminho a ser seguido pelo indivíduo dentro de uma organização.
Para Crespo (1996), o termo carreira foi criado pelos franceses, indicando, por exemplo, corrida competitiva, o que mais tarde, tornou-se uma idéia de trajetória, incluindo a noção de progressão de um indivíduo através da vida ou a noção de desenvolvimento através de um percurso.
Hall (1976) entende que “carreira é uma seqüência de atitudes e comportamentos, associada com experiências e atividades relacionadas ao trabalho, durante o período de vida de uma pessoa”. Nota-se que a definição de Hall (1976) restringe carreira apenas à dimensão do indivíduo, não levando em consideração a complexidade dinâmica das organizações e da sociedade atual.
Seguindo a mesma linha de pensamento de Hall (1976), pode-se ver que a análise de Dutra (1996) caracteriza a carreira como “uma seqüência de posições, que uma pessoa pode assumir no interior de uma organização orientada em duas direções, uma de natureza profissional e outra de natureza gerencial, sendo o acesso aos maiores níveis de remuneração e de reconhecimento oferecidos pela empresa, garantido em qualquer uma das direções escolhidas – carreira paralela”. Ambos vêem carreira como uma seqüência de atitudes e comportamentos e de posições do indivíduo dentro de uma organização, durante seu período de vi

