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O isolamento social está prestes a completar um ano e, com ele, houve o significativo aumento do labor pelas vias telemáticas no país.
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As normas referentes ao teletrabalho, que foram incluídas com a reforma de 2017, foram flexibilizadas com a Medida Provisória (MP) 927/2020 a fim de facilitar a adoção do home-office e incentivar o necessário distanciamento social em meio à pandemia da Covid-19.
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O regime de home-office surpreendeu muitos empresários, que até então não esperavam tamanha performance e produtividade de seus colaboradores, apesar da constante permanência em suas casas.
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Ocorre que, apesar das incontáveis vantagens do regime de teletrabalho, não podemos ignorar o fato de que os trabalhadores tendem a se sentir mais sobrecarregados, já que, para além da demanda habitual e, é claro, extraordinária, tornou-se comum o estreitamento de limites entre o labor e a vida privada.
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Foi nesse cenário que intensificou a importante discussão acerca do direito à desconexão, diante da incontestável facilidade da tecnologia, que possibilita a ágil entrega de resultados e viabiliza a comunicação à distância.
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Os trabalhadores estão conectados a todo momento, inclusive fora do expediente: e-mail corporativo, telefone pessoal, mensagens em WhatsApp, reuniões diárias por videoconferência e em tantos outros meios telemáticos.
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Movidos pelo engajamento com o time, ou pelo medo do desemprego, em especial durante a pandemia, nos deparamos com a imediata anuência dos obreiros a toda solicitação que lhe for feita pelo empregador, mesmo em horários destinados ao descanso, o que à primeira vista pode soar atrativo mas, olhando com cautela, pode afigurar-se temerário.
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A fim de alcançar os melhores resultados para o seu negócio e evitar passivos trabalhistas, é imperioso o respeito ao tempo necessário ao convívio familiar, projetos pessoais e ao descanso do trabalhador, sem o qual a produtividade é, sem sombra de dúvida, prejudicada.
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Situações urgentes e excepcionais não são o suficiente para caracterizar a violação de direitos. Contudo, a crescente habitualidade no contato fora do expediente pode ensejar o direito à reparação, inclusive em valores significativos.
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A falta de desconexão provocada pelo labor quase ininterrupto pode proporcionar, para além da queda da produtividade e aumento de erros, até mesmo adoecimento físico e mental dos empregados, afastamentos previdenciários, reconhecimento de estabilidade provisória no emprego, se caracterizada a índole ocupacional do afastamento, além de condenações a título de horas extraordinárias e indenizações por danos existenciais.
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Frise-se que a disponibilidade do empregado por meios de comunicação remota não difere, para fins de tempo à disposição, do trabalho realizado no estabelecimento do empregador, especialmente se verificada a execução contínua da atividade laboral por meio de telefonemas e mensagens.
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Em que pese inexistir na legislação brasileira regra expressa sobre o direito à desconexão do trabalho, este é reconhecido e defendido pela jurisprudência em todo o território nacional desde muito antes da pandemia, bem como pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
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Nesse sentido, o Ministério Público do Trabalho (MPT) emitiu a Nota Técnica 17/2020 com algumas recomendações para o teletrabalho, inclusive visando aumentar a fiscalização das condições dos trabalhadores que permanecem laborando de casa.
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A título de exemplo, algumas das diretrizes presentes na nota consistem no respeito à jornada contratual dos colaboradores, observância pelos empregadores a aspectos ergonômicos e fornecimento de equipamentos de trabalho adequados.
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Além disso, há a recomendação da adoção de diretrizes para orientação das equipes quanto aos horários para atendimento virtual de demandas, assegurando os direitos aos repousos legais e a tão importante desconexão.
* Isabeli Turati Fontana e Melina de Pieri Simão são advogadas especialistas da área trabalhista do escritório Finocchio &#038; Ustra.

O teletrabalho e o direito à desconexão em tempos de pandemia

Conectados a todo momento, muitos funcionários acabam trabalhando bem além do expediente

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Administradores | Conhecimento para Resultados

Por Bruno Carone*



Em um mundo cada vez mais acelerado e exigente, a busca por equilíbrio entre vida pessoal e profissional tornou-se uma necessidade urgente. A saúde mental, outrora um tabu, agora ocupa um lugar central nas discussões sobre bem-estar e produtividade. Neste contexto, as férias são entendidas como um dos pilares para a construção de ambientes de trabalho mais saudáveis e engajadores, produtivos e criativos.



Pesquisa realizada pelo&nbsp;Férias&nbsp;&amp; Co. para medir os índices de engajamento, satisfação, retenção, nível de bem-estar e a importância das&nbsp;férias&nbsp;para os colaboradores de empresas dos&nbsp;mais&nbsp;diversos segmentos, mostra que um dos resultados&nbsp;mais&nbsp;expressivos é que 92% dos entrevistados acreditam que os momentos de lazer e descanso podem beneficiar a saúde mental. Ao todo, o questionário obteve 586 respondentes com idades entre 18 e 54 anos, que ocupam cargos de analistas até diretores.



As&nbsp;férias&nbsp;têm sido cada vez&nbsp;mais&nbsp;valorizadas pelos colaboradores e o bem-estar tem se tornado um grande aliado para o sucesso sustentável das empresas. Os períodos de descanso permitem a desconexão das pressões diárias, reabastecimento das energias e retorno ao trabalho com novas perspectivas. Um tempo dedicado ao descanso ainda reduz o estresse, melhora o humor e aumenta a satisfação no ambiente profissional. Quando os colaboradores se sentem valorizados e cuidam da&nbsp;sua&nbsp;saúde mental, isso também reflete na qualidade das entregas.



Além do período de descanso, há ainda uma tendência cada vez&nbsp;mais&nbsp;comum no ambiente corporativo e que tem se mostrado positiva para a promoção da saúde mental: o workation, termo que tem ganhado popularidade entre profissionais das&nbsp;mais&nbsp;diversas áreas. A palavra é uma combinação de trabalho (work) e&nbsp;férias&nbsp;(vacation), e serve para descrever a prática de trabalhar remotamente enquanto se está em um local diferente, até mesmo em uma viagem.



O workation é um forte aliado na busca pela saúde mental das equipes, pois oferece flexibilidade, permitindo que os profissionais escolham onde trabalhar. Isso também reflete positivamente na atração e retenção de novos talentos, já que a possibilidade de trabalhar em um ambiente relaxante, como uma praia ou uma montanha, e estar&nbsp;mais&nbsp;próximo da família, inclusive nestas viagens, diminui o estresse e o esgotamento físico e mental. Além disso, um local diferente pode ajudar a quebrar a rotina e proporcionar novas experiências e perspectivas, que podem refletir até mesmo na carreira dos colaboradores.



As&nbsp;férias&nbsp;e o workation representam muito&nbsp;mais&nbsp;do que um simples período de descanso. São investimentos estratégicos que podem transformar a cultura organizacional, aumentar a produtividade e garantir a longevidade das empresas. Ao oferecer aos colaboradores a oportunidade de se desconectar, recarregar as energias e encontrar um novo propósito, as empresas estão investindo no seu maior ativo: as pessoas.



Neste cenário, é importante que o mundo corporativo tenha em mente que tais tendências não podem passar despercebidas, pois podem ser cruciais para as mudanças que determinam o futuro do trabalho. É preciso que líderes e gestores entendam que as ações tradicionais que acontecem há décadas não estão sendo&nbsp;mais&nbsp;suficientes para atender às demandas e expectativas dos colaboradores. A promoção de um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal é, portanto, um&nbsp;investimento&nbsp;vital que pode resultar em uma cultura corporativa&nbsp;mais&nbsp;positiva e produtiva.



*Bruno Carone é cofundador e CEO do Férias &amp; Co., a primeira empresa de benefícios de viagens do mundo, dedicada a promover o bem-estar e a satisfação dos colaboradores por meio de experiências de viagem personalizadas

Por que várias empresas estão bancando boas férias para seus colaboradores? Entenda movimento

Fazer negócios com o exterior ficou mais simples e a chegada da conta <a href="https://wise.com/br/business/?utm_source=administradores&amp;utm_medium=audio&amp;utm_campaign=Brazil+Launch_2024&amp;utm_content=Wise+Business">PJ da Wise</a> ao mercado nacional pode ser considerada um divisor de águas.



Empresas brasileiras que realizam transações internacionais enfrentam desafios comuns, como instabilidade cambial, taxas de conversão desfavoráveis e a complexidade de gerenciar múltiplas moedas. Pensando em simplificar esse processo e trazer economia, a Wise lançou no Brasil a conta PJ Wise Empresas, projetada para negócios que desejam operar globalmente com eficiência.



A Wise Empresas é a primeira e única conta PJ no país que permite gerenciar ganhos internacionais em múltiplas moedas, além de BRL, USD e EUR. Essa funcionalidade única permite que empresas recebam pagamentos como se fossem locais em mercados estrangeiros, convertendo valores apenas quando for mais vantajoso, garantindo maior controle sobre os ganhos e evitando perdas desnecessárias.



<h3 class="wp-block-heading">Funcionalidades que fazem a diferença</h3>



A conta PJ da Wise oferece uma gama de serviços voltados para empresas de todos os tamanhos:



<ul class="wp-block-list">
<li>Recebimentos em mais de 40 moedas: permite que os valores sejam convertidos conforme a conveniência da empresa.</li>



<li>Pagamentos internacionais em mais de 70 moedas: ideal para lidar com fornecedores globais.</li>



<li>Cartão de débito internacional: aceito em 150 países, com IOF reduzido de apenas 1,1% e taxas competitivas.</li>



<li>Saques instantâneos: acesso imediato aos fundos, disponível 24 horas por dia.</li>



<li>Suporte 24/7 em português: garantindo atendimento eficiente para resolver qualquer questão.</li>
</ul>



<h3 class="wp-block-heading">Benefícios econômicos e operacionais</h3>



A Wise Empresas não apenas elimina os altos custos associados às transações internacionais, mas também simplifica a gestão financeira global. Mais de 600.000 empresas ao redor do mundo já utilizam essa solução para agilizar suas operações e reduzir despesas. A conta centraliza todas as operações, oferecendo praticidade e transparência para os empreendedores.



<h3 class="wp-block-heading">Um mercado em ascensão</h3>



Com o aumento das micro e pequenas empresas que operam globalmente, soluções como a Wise Empresas se tornam indispensáveis. A instabilidade cambial é um dos maiores vilões dos negócios internacionais, e a Wise Empresas oferece um sistema robusto e confiável para evitar perdas financeiras.



<h3 class="wp-block-heading">A nova era da gestão financeira global</h3>



A Wise Empresas se posiciona como uma ferramenta indispensável para empresas que desejam expandir suas operações internacionais de forma segura, econômica e eficiente. Para empresários que buscam uma solução integrada, é o momento de adotar essa inovação e transformar o gerenciamento das finanças globais.



<a href="https://wise.com/br/business/?utm_source=administradores&amp;utm_medium=audio&amp;utm_campaign=Brazil+Launch_2024&amp;utm_content=Wise+Business">Abra sua conta Wise Empresas hoje</a> e comece a economizar enquanto expande seus negócios pelo mundo.

Wise Empresas: conta PJ chega ao mercado brasileiro como divisor de águas

A inclusão de pessoas com deficiência a partir da possibilidade de uma carreira com respeito às demandas individuais se torna um motor de transformação para a sociedade



Por Pedro Sampaio*



Muitas pessoas ainda têm a crença de que a oportunidade de emprego para pessoas com deficiência é tão somente uma atitude “generosa”, ancorada em uma lei que obriga as organizações a terem representatividade. Mas a verdade é que investir em pessoas e gerar oportunidades reais vai muito além disso. Desenvolver e oferecer caminhos e condições para a ascensão profissional de pessoas com deficiência traz um valor imensurável não apenas para nós, como também para toda a sociedade.



Iniciativas voltadas à absorção de pessoas com deficiências são mais que necessárias em um país com baixa empregabilidade dessas pessoas. Menos de 30% das pessoas com alguma deficiência tem alguma atividade profissional, de acordo com estudo do IBGE de 2022. E delas, mais da metade (55%) trabalha na informalidade.



Ter um emprego formal estimula o desenvolvimento da autonomia, proporcionando vidas mais independentes, dignas e de qualidade. Além disso, a expansão de oportunidades para pessoas com deficiência potencializa o conhecimento coletivo sobre a inclusão e sobre comportamentos respeitosos, essencial para que as pessoas convivam com as diferenças, combatendo preconceitos enraizados e vieses inconscientes que, aí sim, nos limitam de fato.



Quando desenvolvidos de forma estratégica, os treinamentos e programas de inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho ajudam a revelar habilidades muitas vezes inexploradas pela falta de estímulo, como a liderança, inteligência emocional, gestão, socialização, compromisso, entre outras. O x da questão é que para que essa pessoa alcance seu máximo potencial é imprescindível que as empresas compreendam e respeitem as individualidades, o tempo de aprendizagem de cada um e esteja disposta a oferecer as metodologias, as ferramentas e a acessibilidade necessária para que possam ter o ambiente adequado para exercer suas funções.



Neste compromisso de impulsionar a inclusão para além da cota, temos empresas como a Arcos Dorados, operadora da marca McDonald's na América Latina e Caribe, que além de reconhecida por ser uma das maiores empregadoras de jovens, tem uma estratégia socioambiental chamada Receita do Futuro, que orienta as decisões da companhia e tem a inclusão como um princípio e a diversidade como uma prioridade. Só no Brasil, a companhia conta com cerca de 2 mil pessoas colaboradoras com diferentes tipos e graus de deficiência, sendo sua grande maioria (72%) deficiência intelectual, o que é ainda mais raro de encontrar no mercado.



Todos nós, sem exceção, temos virtudes e pontos de desenvolvimento, alguns deles aparentes, outros nem tanto, alguns já identificados, outros não. Mas fato é que a inclusão de pessoas com deficiência a partir do trabalho remunerado adequado, do desenvolvimento, da possibilidade de uma carreira e com respeito às demandas individuais, se torna um verdadeiro motor de transformação para a sociedade.



* Pedro Sampaio é Analista de Diversidade &amp; Inclusão na Arcos Dorados, homem trans, autista e especialista na pauta LGBTQIAPN+ e PcD(s).

Inclusão transformadora: o valor do emprego para pessoas com deficiência

Uma obra que mostra o paradoxo dos doadores e ensina a criar impacto sem virar refém de quem só quer tirar proveito



A vida profissional ensinou muita gente a acreditar que vence quem se impõe mais, disputa mais e protege cada vantagem como se fosse a última. Só que, na prática, você já deve ter visto o contrário acontecer. Pessoas que ajudam os outros, criam pontes e compartilham ideias acabam sendo as mais lembradas, as mais procuradas e, muitas vezes, as que mais crescem.



Em <a href="https://amzn.to/44plfST">“Dar e Receber”</a>, Adam Grant vira essa percepção em ciência. Ele mostra que o sucesso não depende apenas de talento ou ambição. Depende, também, de como você se relaciona com o progresso dos outros. E é aí que a generosidade deixa de ser só virtude e vira estratégia.



<h2 class="wp-block-heading">O paradoxo dos doadores</h2>



Grant parte de uma constatação provocadora: os doadores aparecem no topo e na base da escala de sucesso. Isso parece contraditório até você entender a diferença entre quem doa de forma inteligente e quem doa de forma ingênua.



O doador que se desgasta por todos, perde foco, aceita qualquer demanda e vive apagando incêndio alheio tende a ficar para trás. Já o doador que ajuda com propósito, escolhe bem onde investir energia e protege o próprio tempo cria valor real, constrói reputação forte e vira referência.



O livro explora esse ponto com exemplos práticos e pesquisas que mostram como o mesmo comportamento pode levar a destinos opostos.



<h2 class="wp-block-heading">Por que quem ajuda mais pode influenciar mais</h2>



O autor desmonta a ideia de que influência se conquista no grito ou na disputa de ego. Ele mostra que generosidade cria confiança, e confiança cria acesso.



Quando você compartilha conhecimento, indica oportunidades ou abre caminho para alguém, você não perde poder. Você amplia rede, fortalece sua imagem e vira parte natural das decisões importantes ao seu redor.



Grant explica como isso se traduz em networking mais sólido, colaboração mais fácil e liderança mais respeitada. Não é “bondade premiada por acaso”. É um sistema social que recompensa quem gera valor antes de pedir algo em troca.



<h2 class="wp-block-heading">Como ser generoso sem virar refém dos outros</h2>



O ponto mais útil do livro está na aplicação direta. Grant ensina que doar bem exige critério. Você não precisa dizer sim para tudo nem salvar todo mundo. Precisa doar de um jeito que sustente seu crescimento.



Ele mostra como colocar limites claros, como identificar “tomadores” cedo e como construir uma reputação de alguém acessível, mas não explorável.



Generosidade saudável não é sacrificar sua carreira. É fazer a sua carreira crescer junto com a dos outros. Quem aprende isso consegue se destacar sem precisar competir de forma destrutiva.

Generosidade gera resultado? Sim, e este livro mostra por quê

A consciência pode parecer mais lenta no instante, mas evita o verdadeiro atraso: retrabalho causado por decisões mal tomadas no modo automático



Todo mundo com a câmera ligada, mas quase ninguém realmente ali. O apresentador lê slides que poderiam ser vistos em silêncio, e sua mente escapa para um rascunho de e-mail na segunda tela. Essa cena é rotineira, mas tem um custo oculto. É o chamado “imposto da atenção”, pago diariamente até virar fadiga que o sono não resolve e irritação que invade conversas importantes.



A maioria das pessoas tenta escapar desse imposto com novas ferramentas, apps ou cursos que prometem atalhos mágicos. Só que o recurso mais útil já está disponível e não depende de tecnologia: <a href="https://www.inc.com/jon-rosemberg/awareness-the-most-overlooked-skill-in-modern-leadership/91271170" target="_blank" rel="noreferrer noopener">consciência</a>. Não a consciência vendida como frase bonita, mas como prática concreta entre <a href="https://www.administradores.com.br/noticias/voce-nao-precisa-ser-um-genio-escondido-este-livro-explica-como-ser-visto-pelo-mercado" target="_blank" rel="noreferrer noopener">reuniões</a>, capaz de desacelerar o excesso de pensamento e criar espaço entre impulso e decisão. É nesse intervalo que a pessoa deixa de ser passageira do próprio dia e volta a dirigir a própria vida.



<h2 class="wp-block-heading">Consciência antes de agência</h2>



Consciência, no sentido prático, é notar o que está acontecendo no corpo, nos pensamentos e no ambiente. É simples na definição e difícil na rotina. Mas o valor desse pequeno pause é enorme porque ali nasce a agência. Agência é a capacidade de parar de operar no piloto automático e escolher, de forma intencional, o passo seguinte.



Um estudo de Harvard indicou que a mente vagueia quase metade do tempo, e essa dispersão vem antes de uma queda no bem-estar. Outra pesquisa mostrou que treinamentos de mindfulness aumentaram memória de trabalho e compreensão de leitura, ao mesmo tempo em que reduziram pensamentos intrusivos. Programas de consciência no trabalho também mostraram redução de estresse e melhora do foco tempo suficiente para decisões que realmente geram valor.





<h2 class="wp-block-heading">AIR, um reset em minutos</h2>



O ambiente híbrido e os fluxos acelerados por IA colocaram velocidade na vida sem freio proporcional. A proposta é usar um processo simples de três etapas chamado AIR, sigla para Awareness, Inquiry, Reframing, como uma pausa rápida para recuperar agência.



A primeira fase é a consciência por 60 a 90 segundos. A pessoa se pergunta, de preferência em voz alta: estou fisicamente seguro agora? Que pensamentos estão em loop? Que sinais meu corpo envia? Que emoção sinto? Depois escolhe uma âncora, geralmente a respiração lenta, e fica ali até o sistema nervoso descer um degrau do alerta.



A segunda fase é a investigação por 90 a 120 segundos. É o momento de curiosidade: o que isso significa para mim? Qual crença gera essa reação? O que mais poderia ser verdade? Por fim vem o reenquadramento por 60 a 90 segundos. A pergunta central é: qual pequena coisa posso fazer diferente hoje? Uma só. Não dez. Às vezes isso significa responder um e-mail com uma pergunta de clarificação em vez de um parágrafo defensivo.



<h2 class="wp-block-heading">Como time pode aplicar em uma semana</h2>



Reuniões de uma tela, por exemplo, pedem fechamento de dispositivos secundários e permitem pequenas pausas para AIR quando a dispersão aparece. Orçamentos de notificação limitam alertas por canal, reduzindo ruído. Blocos protegidos de foco criam espaços no calendário que são respeitados como reuniões externas. Higiene de decisão inclui minutos de AIR antes de escolhas grandes, com cada pessoa trazendo uma observação e uma pergunta. E reuniões com duração padrão menor, de 25 ou 50 minutos, guardam o tempo restante como reset.



A consciência pode parecer mais lenta no instante, mas evita o verdadeiro atraso: retrabalho causado por decisões mal tomadas no modo automático. Começar com 60 segundos de atenção deliberada é pequeno demais para virar desculpa e grande o suficiente para mudar o dia. E, no fim, mudar a forma como se trabalha é também mudar a forma como se vive.

A conta invisível das reuniões: como recuperar atenção em 3 passos

O equilíbrio não é meio termo preguiçoso. É estratégia para transformar a IA em aliada da performance, e não em gatilho de desgaste



A fábula da Cachinhos Dourados parece antiga, mas continua útil para entender dilemas do mundo moderno. Em um cotidiano tomado por tecnologia, a lição do “nem de mais, nem de menos” permanece atual. Agora, ela reaparece em um tema central para empresas que buscam produtividade: a adoção de inteligência artificial no <a href="https://www.administradores.com.br/noticias/voce-nao-precisa-ser-um-genio-escondido-este-livro-explica-como-ser-visto-pelo-mercado" target="_blank" rel="noreferrer noopener">trabalho</a>. A pergunta deixou de ser se a IA deve entrar na operação. A questão real é quanto e como ela entra sem gerar efeito contrário.



Segundo <a href="https://phys.org/news/2025-11-ai-workers-job-satisfaction.html" target="_blank" rel="noreferrer noopener">estudo</a> publicado no Journal of Management Studies, a relação entre uso de IA e satisfação no trabalho não é linear. Ao analisar dados de mais de 500 empresas abertas nos Estados Unidos, os pesquisadores identificaram que companhias com adoção muito baixa ou muito alta apresentaram níveis menores de satisfação entre funcionários do que aquelas que estavam no meio da escala. Em outras palavras, existe um ponto de equilíbrio associado a mais bem-estar e, por consequência, a mais produtividade.



<h2 class="wp-block-heading">Por que excesso e escassez geram frustração</h2>



O resultado faz sentido quando olhamos para o que acontece na prática. Em ambientes onde a IA é pouco usada, muitos profissionais sentem que estão ficando para trás. Eles veem o potencial de ferramentas que poderiam reduzir esforço operacional, acelerar entregas e liberar tempo, mas a empresa bloqueia ou desestimula o uso. Isso gera irritação e até um movimento paralelo: pessoas usando IA por conta própria, escondidas, para dar conta do volume de trabalho.



No extremo oposto, o excesso de IA também cobra um preço. Empresas que pressionam equipes a usar inteligência artificial em tudo podem estar reforçando uma cultura de alta cobrança, mais parecida com uma esteira acelerada do que com uma transformação saudável. O problema piora quando a velocidade do rollout não vem acompanhada de treinamento. A ferramenta chega como obrigação antes de virar competência, e a sensação que fica é de que a IA não ajuda, só aumenta expectativa por resultados.





<h2 class="wp-block-heading">O papel da cultura e da confiança</h2>



Outro achado importante do estudo é que o impacto da IA depende do tipo de cultura organizacional. Empresas mais exploratórias, flexíveis e abertas a risco conseguem sustentar níveis maiores de adoção sem queda de satisfação. Já organizações menos experimentais sofrem mais cedo com desengajamento. Isso indica que não basta decidir uma meta de uso. É preciso avaliar se o ambiente dá espaço para a tecnologia ser aprendida, testada e incorporada sem medo.



A governança de dados também aparece como fator decisivo. Em empresas com políticas fortes de qualidade, transparência e gestão de dados, a satisfação varia menos quando a IA cresce. Em empresas com governança frágil, a insatisfação sobe mais rápido. O sentido é claro: quando o funcionário confia nos dados e no propósito da adoção, ele usa a ferramenta com segurança. Se não confia, interpreta a IA como risco, vigilância ou ameaça.



<h2 class="wp-block-heading">A nova camada trazida pela IA generativa</h2>



O estudo analisou o período de 2009 a 2020, antes da explosão de ferramentas generativas como os sistemas atuais. Ainda assim, uma pesquisa mais recente, o PwC 2025 Global Workforce Hopes &amp; Fears Survey, reforça a ideia do “ponto certo”. Ela mostra que quem usa IA diariamente relata maior produtividade do que quem usa pouco. A diferença não está apenas no uso em si, mas no contexto: pessoas que usam com frequência tendem a estar em ambientes onde a IA é vista como apoio real, não como cobrança vazia.



Isso faz a moderação ganhar uma leitura mais sofisticada. Não se trata de usar pouco ou de evitar intensidade. Trata-se de garantir que o uso alto aconteça com preparação, autonomia e clareza de propósito. Onde isso existe, a IA vira vantagem. Onde não existe, ela vira peso.



<h2 class="wp-block-heading">A dose certa é uma escolha de liderança</h2>



A conclusão prática para empresas é direta. Se você quer que sua equipe use IA, defina expectativas realistas sobre onde e quanto ela deve entrar. Explique publicamente essa lógica, treine na mesma velocidade em que implementa e mantenha a autonomia das pessoas para decidir como usar. Pressionar demais derruba satisfação. Impedir demais cria frustração. O equilíbrio não é meio termo preguiçoso. É estratégia para transformar a IA em aliada da performance, e não em gatilho de desgaste.

O teletrabalho e o direito à desconexão em tempos de pandemia

Isabeli Turati Fontana e Melina de Pieri Simão* (Administradores.com)

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