O primeiro passo para alcançar o sucesso é entender que cada cérebro está conectado de uma maneira única, garante especialista

Ao ser convidado a escrever uma carta de conselhos para o seu eu de 17 anos, o autor Kevin Daum encontrou uma oportunidade de refletir sobre os muitos benefícios dos seus mais de 50 anos de experiência de vida. Ele também percebeu, no entanto, os benefícios perdidos da juventude. 

“O cérebro maduro pode ser mais sábio, mas mesmo meus simples ‘momentos de velhice’, como a perda de velocidade de pensamento e recordação, podem ser um pouco perturbadores (principalmente para minha esposa). Como sou um cara fisicamente apto e gostaria de ter certeza de que meu cérebro permanecerá tão afiado quanto meu corpo nos meus próximos anos dourados, pesquisei um pouco sobre o assunto da aptidão cerebral”, conta em artigo escrito para a Inc..

Tej Tadi, neurocientista, membro do YPO e fundador e CEO da MindMaze, fez do trabalho de sua vida aprender sobre o funcionamento do cérebro, e sua empresa está na vanguarda da tecnologia cerebral.

Trabalhando na interseção da neurociência e da computação, a companhia está construindo a próxima geração de interações mente/máquina projetadas para melhorar vidas por meio de produtos de saúde. De acordo com Tadi, todos deveriam saber sobre a propriedade, manutenção e cuidado de seu cérebro humano, e o primeiro passo para isto é entender que cada cérebro está conectado de uma maneira única.

“Todo mundo aprende e se comunica de maneira diferente e cada estilo usa diferentes partes do cérebro. Por exemplo, os alunos auditivos usam a audição para processar informações, enquanto os alunos visuais dependem da visão para aprender. Se você deseja aproveitar ao máximo uma experiência de aprendizagem, encontre uma estratégia que ofereça mais do que a soma de um estímulo único. A melhor aposta é encontrar estratégias de aprendizagem multimodais. O mesmo se aplica a outras pessoas ao seu redor – não presuma que elas podem se beneficiar das mesmas modalidades que são ideais para você”, explica o especialista.

Tadi esclarece, ainda, que nunca é tarde para aprender: “A neuroplasticidade dura toda a vida, então nunca é tarde para começar a aprender coisas novas”. O novo conhecimento, na verdade, baseia-se na informação existente no cérebro, por isso, quanto mais uma pessoa souber, melhor será capaz de aprender no futuro. 

“O importante a lembrar é que o aprendizado requer tarefas repetíveis direcionadas a objetivos. Se você tiver um objetivo ou alvo específico e puder combinar tarefas repetíveis, isso consolidará a memória em seu cérebro e melhorará a função executiva”. 

Em seguida, o especialista destaca os benefícios da atividade física para a saúde mental. De acordo com ele, o cérebro precisa de substâncias químicas como as endorfinas, que são liberadas através do exercício. 

“A atividade física estimula a liberação de fatores de crescimento – substâncias químicas que afetam o funcionamento das células cerebrais, o crescimento de novos vasos sanguíneos e até mesmo a abundância e sobrevivência de novas células cerebrais”, explica, reforçando a importância da consistência e sugerindo que as pessoas encontrem atividades que amem e possam desfrutar por toda a vida.

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Tadi descreve, ainda, a importância dos neurônios-espelho, “células cerebrais que disparam tanto quando uma pessoa age quanto quando essa pessoa observa a mesma ação realizada por outra pessoa”. De acordo com ele, o sistema de ação, execução e observação auxilia no ajuste fino de habilidades como empatia e compreensão. 

“Faça um esforço para desenvolver sua autoconsciência e habilidades de empatia por meio da escuta ativa, da leitura ou da observação do ponto de vista de outra pessoa. Contrate um treinador se você simplesmente não consegue desenvolvê-los sozinho”, recomenda.

Por fim, o especialista lembra que todo cérebro tem gatilhos emocionais. Assim, embora o órgão seja capaz de raciocinar, ele não toma todas as decisões de um ponto de vista racional, com as emoções tendo um forte impacto e, às vezes, chegando a anular o pensamento lógico. 

Além disso, as emoções, segundo Tadi, também alimentam os sistemas de recompensa e punição, com o feedback positivo sendo um motivador melhor a longo prazo do que o medo ou o constrangimento, enquanto o feedback negativo pode criar aversões ou evitação que afetam o desempenho. 

“Em uma situação nova, difícil ou estressante, aprenda a ouvir e absorver as perguntas primeiro. Não se deixe levar a uma resposta imediata, mas aprenda primeiro a autorregular suas emoções. Isso o colocará em uma posição melhor para tomar decisões com uma perspectiva racional”, pontua. 

Para o especialista, se uma pessoa aprende a considerar o impacto das emoções dos outros em seus processos de pensamento, ela também se tornará melhor em convencê-los ou motivá-los.

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