No contexto da atual era do Marketing Corporativo, que tem como principais focos os valores organizacionais e os seres humanos que estejam de alguma forma ligados aos negócios, as empresas têm se deparado com consumidores cada vez mais exigentes, conscientes e inteligentes. Essa constatação, que hoje em dia é absolutamente inegável, já vinha sendo anteriormente prevista por grandes nomes do Marketing, com destaque para o brilhante Philip Kotler. O mercado consumidor amadureceu e evoluiu, ao passo que hoje valoriza aspectos que vão além de produtos e serviços de qualidade sendo fornecidos e prestados a preços coerentes e competitivos. Agora, as empresas que almejam o sucesso precisam se preocupar em transmitir imagens de boas cidadãs corporativas aos mercados em que atuam e à toda a sociedade, sempre de forma autêntica e concreta. Para tanto, devem prorizar fatores como ética, transparência, responsabilidade sócio-ambiental e compromisso com o desenvolvimento humano, entre outros valores organizacionais sólidos e, de fato, aplicados no dia-a-dia de suas operações. Obviamente, os fatores acima mencionados não podem ser incorporados diretamente aos produtos e serviços oferecidos, como se fossem diferenciais competitivos tangíveis. São, na realidade, pertinentes às marcas, que encontram-se na incunbência de transmitir a identidade e a imagem das empresas diante do mercado e da sociedade. Nesse sentido, surge o ainda pouco conhecido e disseminado conceito de “Branding”, que, basicamente, é responsável pelo difícil e demorado processo de construção, fortalecimento e consolidação de marcas corporativas em um ambiente global de negócios cada vez mais competitivo, complexo e dinâmico. Hoje em dia, empresas precisam vender qualidade, diferenciais, benefícios e, sem dúvida, excelentes reputações. São poucas as pessoas que ainda consomem sem consciência sócio-ambiental ou preocupação com o futuro da humanidade, mesmo em mercados emergentes que deixaram para trás o fantasma da demanda reprimida apenas recentemente. As pessoas estão passando a consumir experiências agradáveis e sonhos de um mundo melhor e mais sustentável, além de compromissos com o bem-estar social e a viabilização de gerações futuras. Empresas que conseguirem abastecê-las com o que elas desejam serão recompensadas com reconhecimento, respeito e, até mesmo, com a atualmente pouco usual fidelidade. A emoção, enfim, vem aos poucos se equiparando à razão no que tange à construção de hábitos e padrões de consumo mundo afora. Empresas que se mostrem humanizadas, sensíveis e responsáveis serão beneficiadas ao alinharem seus valores internos aos anseios da sociedade. Ao estabelecerem uma boa relação com as pessoas, mediante uma comunicação transparente e aberta, elas irão perceber que o retorno financeiro e o sucesso mercadológico são meras consequências de uma gestão ética, idealista e alinhada ao ser humano enquanto fator imprescindível para a sobrevivência e prosperidade de um empreendimento, seja injetando recursos, fornecendo mão-de-obra ou contribuindo com lições e experiências de vida, civilidade e altruísmo. Que os consumidores continuem se mostrando verdadeiros seres humanos, e que cada vez mais empresas se disponham a compreendê-los como Freud se propôs a fazer. O mundo e os seus mais de seis bilhões de habitantes (e consumidores) agradecem.