O mercado de trabalho tem sido marcado por fatores significativos de desigualdades persistentes de gênero, esse é um aspecto que deve ser considerado em processos de formulação das políticas de emprego e inclusão social. A desigualdade de gênero pode ser considerada um dos eixos da estrutura da diferença social presente no Brasil e no mundo que, por sua vez, mostra-se enraizado na cultura de uma sociedade ativa e dinâmica dependente de crescente índice da qualidade e da produção oferecido a um público geral ou especifico. Ao longo da história, um novo perfil tem sido traçado no cenário organizacional, parte dessa transformação é atribuída à forte atuação feminina no mercado competitivo. As mulheres vêm ocupando, gradativamente maior participação em espaços sociais, profissionais, culturais, políticos e econômicos que tradicionalmente eram reservados quase que integralmente aos homens. Outro fator a ser considerado é a globalização generalizada que agrava a competitividade, por sua vez, que gera um aumento da diversidade e da complexidade nas organizações, emergindo novos tipos de contradições nesses espaços de interação social, como as questões relativas à relação de gênero. Nesse contexto, as organizações passam a ter novas formas de conflitos, que dão origem a discussão e compreensão relacionada ao fenômeno Teto de Vidro. O fenômeno Teto de Vidro propõe um modelo de discriminação, que supõe que a produtividade feminina é menor que a capacidade de produção dos homens, uma vez que, estes estão em plena e pronta capacidade de criação e inovação das tarefas exigidas pelo mercado. Dessa forma, as mulheres são subestimadas no cenário organizacional e passam a travar uma batalha para a sua inclusão e permanência no mercado de trabalho. Percebe-se então que, a carreira feminina é dificultada por aspectos socioculturais não muito perceptíveis, relacionados ao gênero, e não à qualificação e competência da mulher. O Teto de Vidro traz à tona às barreiras invisíveis enfrentadas por profissionais do gênero feminino que buscam estabilidade no setor corporativo. Tais barreiras invisíveis são advindas da cultura e da sociedade e que perpassam ao mundo dos negócios. Atualmente, a presença feminina no cenário organizacional confirma a tendência de que as mulheres têm a mesma disponibilidade dos homens para se dedicar ao trabalho. Muito embora tenha a difícil tarefa de conciliar a exigência das empresas em estender as de horas do expediente ou de levar trabalho para casa, além, da necessidade de ausentar-se do trabalho por causa das crianças. Isso dificilmente ocorre com os homens que podem ter maior dedicação ou disponibilidade para o trabalho porque geralmente contam com alguma ajuda — preferencialmente de uma mulher — para cuidar dos filhos e da casa, mesmo que ela também trabalhe fora. Na percepção de algumas mulheres, com o tempo as barreiras tendem a ser intensificada, pois para muitas empresas, a mulher só terá disponibilidade para se dedicar plenamente ao trabalho se não tiver filhos ou se eles já forem adultos, e nesse caso ela pode ser velha demais para disputar bons e bem-remunerados postos de trabalho.