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<p><em>Historiador fala sobre como minimizar impactos negativos das novas tecnologias no HSM+</em></p>



<p>O mundo vive uma grande crise de confiança, de acordo com Yuval Noah Harari, autor de best-sellers, que esteve presente nesta quinta-feira, dia 06, no HSM+, evento que reuniu mais de 4 mil executivos em São Paulo.&nbsp;</p>



<p>Segundo ele, as pessoas estão transferindo a confiança que tinham em bancos, governos e imprensa para os algoritmos, o que representa um grande perigo, visto que estes são ensinados a despertar medo, raiva e indignação porque são sentimentos que geram engajamento – o que faz com que as pessoas passem cada vez mais tempo conectadas.</p>



<p>Além de roubar nosso tempo, a IA tem criado uma “coleção de fortalezas”, onde “cada nação cria muros culturais, militares e até físicos”, fazendo com que cada uma lute para expandir seu território em detrimento dos vizinhos. “Historicamente, os impérios lutam entre si pela soberania. Mas, guerras eram tabu desde 1945, e agora voltaram a acontecer. O colapso da civilização abre espaço para o domínio da IA”, afirma.</p>


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<p>Soma-se a isso o fato de que estamos diante de problemas globais que dependem de soluções conjuntas, e não individuais, como é o caso das mudanças climáticas. “Políticos estão usando isso a seu favor, promovendo verdadeiros <em>reality shows</em> não geridos por humanos”.&nbsp;</p>



<p>Contudo, mais do que emitir alertas, o escritor apresentou propostas. O primeiro passo, segundo ele, é recuperarmos a confiança e, isso deve começar pelos líderes com seus colaboradores, clientes e fornecedores. “Negócios baseados em pressão, mentiras e medo foram efetivos no passado, mas já não são mais. O impacto acontece onde o dinheiro circula. É preciso ganhá-lo de forma honesta”.</p>



<p>Para Harari, apostar no livre mercado é a solução, ajudando a sociedade a superar o déficit de confiança. “Acordos e normas não devem ser quebrados. A justiça e a verdade não podem ser vendidas ou compradas. Se só pensarmos em quantidade de dinheiro, seremos ricos entre ladrões”.</p>



<p>Ironicamente, de acordo com o escritor, os bilionários estão com medo do apocalipse, da terceira guerra mundial, das mudanças climáticas e da própria IA. “Eles estão construindo<em> bunkers</em> para se proteger. Mas, e nós? Nós precisamos construir bunkers nas nossas próprias mentes, contra o ódio e a desconfiança”.</p>



<p>Ter uma atitude positiva e de caridade é o melhor caminho, mas obviamente, deixando a ingenuidade de lado. “Há pessoas não confiáveis, mas o que nos diferencia dos chimpanzés é que temos capacidade de cooperar, confiando, inclusive, em estranhos. Foi por isso que progredimos”.&nbsp;</p>



<p>Resgatar os sentimentos humanos é o que vai nos garantir um futuro melhor. “As profissões devem combinar corpo, mente e coração porque a IA sempre será melhor do que nós no que tange a análise de dados. Os algoritmos não precisam de tempo de descanso e, erroneamente, estamos querendo imitá-los. Se não tivermos tempo, seremos pobres, independentemente da quantidade de dinheiro que tivermos. Tempo é a verdadeira moeda da vida”.&nbsp;</p>



<p>Por Alexandre Pierro e Marília Cardoso.&nbsp;</p>


“Futuro tem que estar nas mãos dos humanos; não da IA”, diz Harari

Historiador fala sobre como minimizar impactos negativos das novas tecnologias no HSM+

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Administradores | Conhecimento para Resultados

<p><em>Guru do Vale do Silício apontou principais previsões para o ano</em></p>



<p>Cerca de 4 mil pessoas se reuniram nos dias 26 e 27 de novembro, em São Paulo, para mais de 100 horas simultâneas de conteúdo no HSM+, evento que já está na 24ª edição e é reconhecido por trazer grandes nomes internacionais para compartilhar insights de gestão. Entre os destaques, a apresentação do guru do Vale do Silício e professor da NYU, Scott Galloway, que apontou diversas tendências para 2025.</p>



<p>O profissional iniciou sua apresentação destacando a expansão da IA, bem como seus potenciais e ameaças. “Estamos diante da epidemia da solidão. Os jovens não querem mais sair de casa, fazer amigos. Mas, nada muito maravilhoso vai acontecer diante de uma tela”, defende. Galloway apontou, ainda, para os riscos de uma bolha, visto que OpenAI e Nvidia valem US$ 3,6 trilhões, o que equivale a 11,7% do PIB norte-americano.</p>



<p>Diante deste fato, ficou evidente que uma das maiores tendências de 2025 será a busca por novas fontes de energia, com grande potencial para a nuclear. “Uma pergunta ao ChatGPT consome 10 vezes mais energia que uma busca no Google. Quanto mais emergente um mercado, maior o seu consumo energético”. Como essa tecnologia cresce de forma exponencial, a demanda por energia só tende a aumentar, e a nuclear é a opção que mais atende as demandas ESG.</p>



<p>Neste contexto, o palestrante destacou o quanto a IA é capaz de nos conhecer melhor que nós mesmos. “As pessoas passam uma hora buscando o que assistir na Netflix e até 2h30 pensando o que comer. A IA te conhece tão bem que te dá uma única opção. Ela tira nosso poder de decisão”. Ao mesmo tempo que facilita nossa vida, reduz nossa capacidade de lidar com frustrações e outros sentimentos inerentes ao ser humano.&nbsp;</p>



<p>Por isso mesmo, mídias que não demandam escolhas, como o TikTok, estão em alta. “Em 2004, a capacidade de atenção das pessoas era de 150 segundos. Em 2021, de apenas 47 segundos”, disse ao destacar a relevância de canais como Youtube e podcasts como as principais apostas para 2025. “Podcasts cresceram 126% entre 2020 e 2023”.</p>



<p>No âmbito dos negócios, Galloway apontou um cenário favorável a fusões e aquisições, assim como para um possível IPO da Shein, gigante chinesa da moda que vem incomodando as empresas do setor. Além da China, que apesar de sua explosão econômica dos últimos anos vem registrados quedas, o palestrante destacou o potencial emergente da Índia, que assumiu recentemente o posto de país mais populoso do mundo, com quase 1,5 bilhão de habitantes. “Entre 2019 e 2024, a bolsa indiana cresceu 69%, enquanto a chinesa caiu 12%”.</p>



<p>Por fim, o guru abordou a testosterona, hormônio masculino, como a tendência química de 2025. Segundo ele, os homens estão buscando um novo papel na sociedade, visto que as tecnologias estão criando novos hábitos e o empoderamento feminino faz com que eles precisem rever seu papel social como provedores, protetores e reprodutores.&nbsp;</p>



<p>A apresentação de Galloway aconteceu em meio a de outros pensadores, como Roman Krznaric, criador do Museu da Empatia, Philippa Perry, psicoterapeuta autora de “O Livro que Você Gostaria que Todas as Pessoas que Você Ama Lessem (e Talvez Algumas que Você Não Ame) e mais de 20<em> </em>CEOs, incluindo do iFood, Rock in Rio, Vivo, Cacau Show.&nbsp;&nbsp;&nbsp;</p>



<p><em>Por Alexandre Pierro e Marília Cardoso</em></p>

“Estamos numa epidemia de solidão”, diz Scott Galloway

<p><em>Inteligência Artificial foi tema predominante no maior evento de gestão e inovação da América Latina</em></p>



<p>Alguns dos maiores especialistas de universidades consagradas, como Stanford, Harvard, MIT e USP, estiveram reunidos nos dias 28 e 29 de novembro, em São Paulo, no HSM+, maior evento de gestão e inovação da América Latina, que reuniu mais de 3.500 pessoas. O assunto predominante entre os 14 palcos e 180 palestrantes foi a Inteligência Artificial e seu impacto nas organizações.&nbsp;</p>



<p>A tecnologia esteve presente nas apresentações de diversos especialistas, que destacaram tanto o lado positivo quanto negativo dessa nova revolução. É inegável a ampla variação de possibilidades que ela pode trazer não apenas para as organizações, mas também para o dia a dia das pessoas. Contudo, é preciso compreender que essa mudança é estrutural, e está apenas no começo.</p>



<p>Rob Nail, professor da Singularity University, que destacou como as tecnologias exponenciais estão provocando disrupções em todos os aspectos das nossas vidas, negócios e sociedade, alertou para o fato de que a IA deve ser apenas um copiloto. </p>



<p>“O ser humano precisa ter senso crítico sobre a tecnologia. Não se pode acreditar em tudo o que o ChatGPT diz. A tecnologia será sempre um coadjuvante, enquanto o ser humano deve assumir um papel de protagonista”, destaca.</p>



<p>Se, por um lado, a tecnologia tem um enorme potencial para aumentar a produtividade nas empresas, eliminando tarefas repetitivas e burocráticas, por outro, precisamos nos ater à necessidade de uma mão de obra cada vez mais qualificada, que deve se focar em habilidades mais analíticas e complexas, que demandam um nível de conhecimento mais elevado.&nbsp;</p>



<p>Uma das abordagens que chamaram atenção neste aspecto foi a do fundador do Laboratório de Ciência da Inovação em Harvard, Karim Lahkani, que demonstrou no palco como a assinatura de uma IA de apenas US$ 20 por mês, é capaz de criar obras de arte extremamente parecidas às de pintores famosos com base em aprendizagem de máquina.&nbsp;</p>



<p>Diferenciar um ser humano de um robô vai ficando cada vez mais difícil, principalmente quando a intenção é destrutiva. A diretora de segurança da informação da Avast Software, Jaya Baloo, que abordou o tema das <em>deepfake</em>s, apresentou casos reais de como a IA favoreceu ataques que geraram grandes prejuízos nos Estados Unidos e também no Brasil.&nbsp;</p>



<p>E, se a tecnologia evolui rápido, o mesmo deve acontecer com o ser humano. Por isso, o chamado <em>life long learning,</em> que significa aprender continuamente, deve se tornar uma constante na vida de todas as pessoas. Este discurso foi amplamente enfatizado por diversos palestrantes, entre eles, o brasileiro Luiz Gaziri, autor do livro “<em>A arte de enganar a si mesmo</em>", resultado de um longo trabalho de pesquisa sobre o fenômeno da polarização política.&nbsp;</p>



<figure class="wp-block-image size-large"><img src="https://cms-prd.administradores.dev/app/uploads/2023/12/WhatsApp-Image-2023-12-01-at-15.54.09-1024x681.jpeg" alt="" class="wp-image-406995"/><figcaption class="wp-element-caption">Anna Lembke durante apresentação no HSM+. Créditos: Divulgação</figcaption></figure>



<p>Segundo ele, o analfabetismo científico faz com que as pessoas vivam em bolhas, com viés de confirmação, onde tudo o que é diferente do que acredito, deve ser imediatamente cancelado. A neurociência explica. </p>



<p>“A responsável por este comportamento é a insula, um lobo cerebral que ativa o sentimento de nojo, que faz com que as pessoas se sintam no direito de desumanizar aquele que pensa diferente, acreditando, inclusive, que tem direito de agredi-lo”.&nbsp;</p>



<p>Seguindo esta toada, Anna Lembke, autora do livro “<em>Nação Dopamina”, </em>destacou o quanto as redes sociais potencializam esses sentimentos, nos deixando viciados nos hormônios que são liberados durante as rolagens no <em>feed. </em>A psiquiatra abordou os riscos de expor o cérebro constantemente à dopamina, um neurotransmissor ligado à sensação de prazer.&nbsp;</p>



<p>De acordo com a especialista, é preciso criar estratégias para combater esse ciclo, pregando, inclusive, a importância de períodos de abstinência. “É preciso romper o <em>loop</em> dos 4 ‘Cs’: Compulsion, Craving, Consequences, and Control, do português compulsão, desejo, consequências e controle. Reconhecer a dependência é o primeiro passo para reduzir a dependência à dopamina”. &nbsp;</p>



<p>Em tempos de homens e máquinas cada vez mais integrados, caminhando no sentido da singularidade, pessoas e organizações passam por momentos de profundas mudanças, o que certamente afeta a cultura das empresas, tema da palestra do renomado professor do MIT, Donald Sull.&nbsp;</p>



<p>De acordo com sua pesquisa, este aspecto afeta diretamente os resultados financeiros de uma companhia. “No Brasil, as empresas bem avaliadas em sua cultura apresentaram resultados 50% melhores nas ações listadas na Bovespa. Isso quer dizer que uma cultura forte representa R$ 25 bilhões a mais para elas”.&nbsp;</p>



<p>Mais uma vez, a IA foi apontada como uma ferramenta revolucionária para transformar dados em melhorias culturais, medindo o nível de satisfação dos colaboradores e propondo ações que impulsionem a organização que, segundo ele, hoje vivem um livro aberto. </p>



<p>“Os colaboradores falam sobre suas empresas o tempo nas redes sociais e os estudos mostram que uma cultura sólida não é benéfica só da porta para dentro, mas também para fora, para o mercado. A tecnologia é fundamental porque não se pode melhorar aquilo que não se conhece bem”.</p>



<p>O evento contou ainda com diversos painéis onde os CEOs comentaram sobre suas estratégias de IA e ESG. Entre os participantes estavam Fábio Barbosa, da Natura, Estevan Sartoreli, da Dengo, Miguel Setas, da CCR, Tania Consentino, da Microsoft, Ana Paula Bogus, da Alpargatas, e Claudia Muchaluat, da Intel. “A tecnologia é um meio para atendermos todas as demandas ambientais, sociais e de governança. É um caminho sem volta”, finaliza Sartoreli.&nbsp;&nbsp;</p>

Os alertas críticos destes gurus internacionais que estão no Brasil

<p>Bem-vindos à 2010. Tudo aquilo que virou febre – ou hype, para usar o termo do momento – durante a pandemia, como Zoom, Skype, Whatsapp e até mesmo o e-commerce, já existiam antes dessa data. Foi isso que Arthur Igreja, especialista em inovação, falou no palco do terceiro e último dia do HSM Expo. Segundo ele, o que a pandemia fez foi reduzir as resistências que nos impediam de adotar essas tecnologias.</p>&#13;
<p>Assim, Igreja fez vários mitos sobre as mudanças advindas da pandemia caírem por terra. "Esse período aumentou a digitalização, que é a adoção da tecnologia, não a transformação digital, que é a mudança na forma como as coisas são feitas. Fazer a assinatura online de um contrato é digitalização. Transformação digital seria criar algo que substituísse o contrato", explicou.</p>&#13;
<p>Entre os hypes apontados, estão os exageros dos alarmistas que anunciaram o fim do trabalho presencial, do varejo físico, das viagens de negócios e dos eventos corporativos. “O mundo analógico sempre existirá. A diferença é que ele se tornará cada vez mais <em>vip</em>. As experiências de convivência se tornarão mais raras”, destacou.</p>&#13;
<p>Para ele, o maior problema tem sido o extremismo. "A pandemia é um período extremo, que demanda atitudes extremas, mas ela não vai durar para sempre. Os últimos meses não são referência para os próximos", explicou. </p><figure><img src="https://administradores-media-dev.s3.amazonaws.com/app/uploads/2022/01/29054827/WhatsApp-Image-2021-12-08-at-17.33.50.jpeg" data-image="4468159"><figcaption>Divulgação/HSM</figcaption></figure>&#13;
<p>Um dos pontos abordados foi o metaverso, que vem se tornando o principal assunto do momento. "Vai ser legal, mais fácil, mas não vai ser para tudo e para todos o tempo todo. Imagino algumas experiências dentro do metaverso, como um show para 17 milhões de pessoas, por exemplo. Mas, o mundo analógico é insubstituível".</p>&#13;
<p>Sobre o cenário de inovação no Brasil, Igreja falou que, infelizmente, essa pauta ainda está muito mais guiada pela exceção do que pela regra. "O Brasil tem vários unicórnios, mas ainda figura em um ranking muito baixo de inovação. O que temos por aqui são heróis solitários. É preciso conhecer a realidade do interior do país, criar inovações capazes de melhorar a vida das pessoas a partir de um olhar regional. Precisamos de um programa para inovar nas PMEs, para que esse seja um projeto de todos e não de poucos. O fato de o Brasil ter medalhistas olímpicos, não nos torna uma potência no esporte", exemplificou. </p>&#13;
<p>Ao longo do dia, os mais de 2 mil participantes devidamente testados e vacinados contra a Covid-19, se dividiram entre dezenas de palcos, com palestras, workshops e até rodadas de mentorias. Um dos temas mais relevantes, sobre cenários econômicos para 2022, foi apresentado pelo economista Alexandre Schwartsman. O profissional falou sobre a tímida previsão de crescimento ou mesmo estagnação para o próximo ano. "A recuperação vigorosa perdeu o fôlego no segundo e terceiro trimestres, mas a vacinação ajuda o PIB a crescer por volta de 5% em 2021", afirmou.</p>&#13;
<p>Angela Ahrendts, reconhecida pela Forbes, Fortune e BBC como uma das 100 principais executivas globais e atual conselheira da Ralph Lauren Corporation e Airbnb, também participou de um <em>talk show</em>, onde contou suas experiências profissionais. "Quanto mais alto o seu cargo, mais conectado é preciso estar com a base, com as pessoas, com o bem-estar delas", defendeu.</p>&#13;
<p>Vários profissionais de saúde passaram pelo palco, estreando a <em>Trilha Exponential Health, </em>uma novidade totalmente dedicada à área nessa edição. Entre eles, a Dra. Mariana Perroni, que falou sobre o médico do amanhã, e a Dra. Tiffany Vora, que abordou a revolução global da tecnologia na saúde.</p>&#13;
<p> </p>&#13;
<p>No total, o HSM Expo apresentou mais de 80 horas de conteúdos, entre palestras, painéis e workshops entre os dias 06, 07 e 08 de dezembro, no Expo Transamérica, em São Paulo.</p><p><em>(Imagem: iStockPhoto)</em></p>






Pandemia não foi período de inovação e sim de adoção, diz Arthur Igreja

<p><em>Enquanto o mundo lança satélites, o Brasil terceiriza sua própria conectividade e transforma soberania em assinatura mensal</em></p>



<p>O Brasil segue atrasado nos pilares que definem a soberania digital e de telecomunicações. Enquanto nações emergentes já tratam o domínio do espaço e da infraestrutura de dados como questão de segurança nacional, seguimos dependentes de satélites estrangeiros e de empresas que controlam, de fora, o fluxo de informação sobre o nosso próprio território. Falta uma política clara que una defesa, conectividade e inovação tecnológica. O resultado é um país gigante em extensão, mas pequeno em autonomia digital.</p>



<p>O Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), lançado em 2017, poderia ter sido o início de uma estratégia robusta. Mas ficou subutilizado, sem continuidade industrial, sem integração com políticas de inclusão digital ou defesa cibernética. Enquanto isso, o mundo avança para constelações de satélites de baixa órbita (LEO) e para comunicações direct-to-device, que permitem conectar diretamente celulares via satélite uma revolução que o Brasil assiste de longe, com regulação lenta e investimentos fragmentados.</p>



<p>Empresas privadas, como a Starlink, de Elon Musk, já possuem autorização da Anatel para operar milhares de satélites de baixa órbita sobre o território brasileiro garantindo conectividade em regiões onde o Estado é ausente. No entanto, esses satélites não pertencem ao governo do Brasil, nem a empresas nacionais. Hoje, o país conta com pouquíssimos ativos espaciais próprios e depende, em larga escala, de constelações estrangeiras para se manter conectado. É o retrato de uma soberania que terceirizou sua própria órbita.</p>





<p>A ausência de uma agenda nacional de soberania digital não é apenas um problema técnico, é uma vulnerabilidade estratégica. Cada gigabyte que depende de redes ou satélites estrangeiros representa dados, decisões e defesas que não estão sob o nosso controle. Fala-se muito em 5G e inteligência artificial, mas sem infraestrutura própria, o país continuará apenas consumindo tecnologia, sem dominar sua base crítica. A soberania digital começa onde termina a dependência tecnológica.</p>



<p>Para o cidadão comum, o tema pode parecer distante, mas é simples: quando o Brasil “aluga” infraestrutura digital, está literalmente pagando para usar o que deveria ser seu. É como depender de um país vizinho para acender a luz da sua própria casa. Sai mais fácil e rápido assinar contratos com empresas estrangeiras do que planejar, investir e construir nossos próprios sistemas. Essa lógica imediatista destrói a autonomia nacional e impede o país de formar uma base tecnológica sólida. O governo precisa entender que soberania não se terceiriza se constrói, com visão de Estado e investimento contínuo.</p>



<p>O Brasil precisa voltar a pensar grande. Investir em satélites próprios, em centros de controle nacionais, em regulação proativa e em políticas industriais que formem uma cadeia produtiva nacional. Não se trata de nacionalismo digital, mas de visão estratégica. Sem domínio do espaço e das redes, o país seguirá preso à lógica da terceirização do futuro e nenhuma nação se torna potência alugando sua própria conectividade.</p>



<p>Por : Alek Maracajá<br>Presidente da ABRADi-PB, professor da ESPM e da Faculdade Republicana, fundador da Ativaweb e autor do livro “Brasil Digital — Nas Entrelinhas da Polarização Política” (semifinalista do Prêmio Jabuti 2025).</p>



<p>“Analisar dados é compreender o comportamento de uma sociedade em tempo real.”</p>

Soberania Digital: o Brasil continua alugando o próprio futuro

<p><em>O estoicismo nos ensina a focar no que está sob nosso controle. Em vez de gastar energia com fatores externos, como a economia, a concorrência ou as decisões do governo</em></p>



<p>Em um ambiente de negócios cada vez mais incerto, com mudanças rápidas, crises inesperadas e alta pressão por resultados, a filosofia dos estoicos, nascida há mais de dois mil anos, nunca foi tão atual. Sêneca, Epicteto e Marco Aurélio já ensinavam que não é o que acontece que define o nosso destino, mas sim a forma como reagimos aos acontecimentos. Essa ideia simples é poderosa para qualquer profissional ou empresa que precise tomar decisões sob pressão.</p>



<p>O estoicismo nos ensina a focar no que está sob nosso controle. Em vez de gastar energia com fatores externos, como a economia, a concorrência ou as decisões do governo. O foco deve estar naquilo que podemos realmente influenciar: a estratégia, a qualidade do produto, o relacionamento com clientes, a cultura interna. Essa mentalidade reduz o estresse e aumenta a eficiência, porque direciona o esforço para o que realmente importa.</p>





<p>Outro ponto importante é o Amor Fati, que significa “amar o destino”. No mundo corporativo, isso pode ser entendido como aceitar os desafios do caminho: um mercado difícil, um projeto que falhou, uma meta não batida, como parte do processo de crescimento. Empresas que encaram erros como aprendizado e não como derrota têm mais chances de inovar e evoluir. As startups de sucesso sabem disso: o fracasso é parte natural da inovação.</p>



<p>Os estoicos também falavam sobre o Memento Mori: lembrar que o tempo é limitado. No dia a dia das empresas, esse conceito se traduz em foco e prioridade. É fácil se perder em reuniões intermináveis e tarefas sem propósito, mas o líder que entende o valor do tempo concentra seus esforços no que gera impacto real. Essa clareza ajuda times a serem mais produtivos e engajados.</p>



<p>O estoicismo, no fim das contas, é sobre autodomínio e propósito. Um líder estoico não reage com impulsividade a crises, não toma decisões movido pela raiva ou pelo medo. Ele observa, analisa e age com calma. Essa postura inspira confiança nas equipes e fortalece a cultura organizacional. Em tempos de incerteza, serenidade é uma vantagem competitiva.</p>



<p>Empresas brasileiras já aplicam, mesmo sem usar esse nome, muitos princípios estoicos. Quando priorizam o que podem controlar, quando aceitam os erros como parte da jornada e quando mantêm o foco em valores sólidos, estão praticando o estoicismo na prática.</p>



<p>Aprender com os estoicos é aprender a liderar com equilíbrio, a empreender com resiliência e a inovar com propósito. Em um mundo onde tudo muda o tempo todo, talvez o diferencial mais valioso não seja reagir mais rápido ,e sim reagir melhor.</p>

O que as empresas podem aprender com os estoicos

<p>“A gente não trabalha com o conhecimento pronto. A gente constrói, reconstrói e evolui para ser reconhecido.” (Sérgio Dal Sasso)&nbsp;</p><p>No mundo altamente competitivo em que vivemos, onde tudo acontece em intervalos de tempo cada vez menores, muitas vezes fica difícil se encontrar ou se reinventar para continuar sendo algo de interesse sob a visão daqueles que compram.&nbsp;</p><p>Para ser sucesso e fazer sucesso, independentemente do tipo de negócio, da atividade profissional e da época, é preciso exercitar, entender e praticar coisas novas, pois em muitas vezes diante do mérito da primeira vitória acabamos por esquecer que nada pode ser medido por um único feito.&nbsp;</p><p>Estar no topo dos acontecimentos exige mudanças constantes dos meios produzidos para encantar o seu publico, que velho ou novo, sempre pedirá por novidades para que você tenha o direito de acompanhá-lo.</p><p>Sofisticação e tecnologia nem sempre serão os únicos fatores responsáveis pelo sucesso, assim como o seu estágio máximo não estará necessariamente condicionado a “fazer fortunas” ou “deter o poder”.&nbsp;</p><p>Mudamos ou seremos mudados pelo que o mundo necessita e pela motivação aos novos temperos em meio aos caminhos da vivência e aprendizado. Às vezes paramos, e em momentos de imersão, refletimos sobre o que somos hoje, e logo pensamos como seriam as oportunidades passadas quando incorporadas dos nossos avanços. Quase tudo é assim, olhamos para traz e vemos que podíamos ter feito diferente, e essa é a distancia entre sonho e &nbsp;realidade.</p><p>Sérgio Dal Sasso é palestrante e consultor estratégico.</p><p>&nbsp;</p>

“Futuro tem que estar nas mãos dos humanos; não da IA”, diz Harari

Marília Cardoso

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