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Isso se você receber o projeto. Sim, é isso mesmo que você leu. Com o mercado mobile aquecido e em plena expansão, indo na contramão dos demais setores nessa época de crise econômica, as oportunidades de investimento no setor ganharam os holofotes. O cenário é de empreendedores que sonham em desenvolver um aplicativo de sucesso, empresas mobile pipocando da noite para o dia, clientes conscientes desse “boom” e buscando players que desenvolvam projetos para suas necessidades mobile. Porém, esse crescimento rápido e sem planejamento acaba gerando muita dor de cabeça. 
Como a corrida à procura de especialistas que desenvolvam projetos mobile continua crescendo, pode-se perceber que muitas empresas tiveram problemas com a entrega de seus apps, ou simplesmente não receberam o projeto de acordo com o planejado. E os desafios que envolvem essas novas empresas são inúmeros, desde falta de entendimento da necessidade do cliente, à problemas no desenvolvimento. Mas o principal deles é a falta de conhecimento em mobilidade, é um ecossistema complexo que poucas empresas conseguem traduzir para a realidade dos clientes. 
Há poucos anos se falava em convergência mobile, mas hoje a mobilidade é o oposto, pois não existe um único ponto de interação. Planejar um projeto mobile não é como fazer um site, o mundo mobile é um ecossistema com inúmeras possibilidades que envolvem pessoas na outra ponta, cada plataforma possui as suas características e é preciso entender sobre ergonomia e seus fatores humanos, como a utilização de UX (user experience) no ambiente em que se encontra e como aplicá-las. 
Com essa revolução do mercado e inúmeras oportunidades, diversas empresas mobile apareceram no mercado, porém as peculiaridades que mencionei acabaram ficando para trás, o que gera problemas e traumas. Antes de desenvolver qualquer tipo de aplicativo, peça referências de clientes, cases de sucesso e procure saber mais sobre a empresa. Uma outra dica também é documentar o projeto e validar tudo que será entregue, desde o escopo, mindnode, fluxograma, wireframe e o design das interfaces. Desta forma, com certeza evitará problemas, pois o que deveria ser obrigação das empresas se tornou um grande diferencial, a entrega.

Desenvolver um aplicativo mobile pode custar três vezes mais

O artigo reflete sobre o atual mercado mobile, o aparecimento de novas empresas, devido ao aquecimento do setor, e como isso impacta o desenvolvimento de projetos

Desenvolver um aplicativo mobile pode custar três vezes mais | Administradores

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Administradores | Conhecimento para Resultados

*Por Cristiano Kanashiro 
 
Antes de comentar sobre a “guerra” entre Whatsapp e operadoras de telefonia, precisamos dar um passo atrás e analisar o porquê de as pessoas estarem optando ou não por um serviço. Pelo simples fato de que os tempos mudaram, nossas vidas são diferentes de como eram no passado e hoje temos uma infinidade de serviços. Procuramos comodidade, facilidade, qualidade e, quando menos percebemos, já deixamos de usar algum serviço. Tomamos decisões a todos os instantes e com a mobilidade temos inúmeras experiências durante o dia, sejam boas ou ruins. 
Antes éramos obrigados a utilizar os serviços de voz das operadoras, arcar com preços exorbitantes das tarifas de ligações para celular, interurbanos e muitas vezes de má qualidade. O mesmo acontece com pessoas que estão trocando TV por assinatura por NETFLIX ou passageiros trocando Taxis por Uber, e assim por diante. 
Pegando esse gancho, podemos pensar em uma disputa entre o novo e o modelo arcaico, que ficou estagnado no tempo. Vivemos hoje em um mundo de transformação e de revolução, no qual a tecnologia faz parte de um contexto que nos permite obter experiências simples de forma fantástica, ou seja, escolhemos o que é melhor para nós. 
Por um lado, o mercado está commoditizado, televisionado e capitalizado, mas também do outro lado existem empresas e projetos que nos fazem descobrir novos horizontes, apostando na evolução da experiência, mudando paradigmas e rompendo com algum modelo de negócios que já está falido. Isso é a evolução. 
E esse problema não é de hoje, basta relembrarmos da época dos rolos de filmes para tirar foto. A gente comprava o rolo de 24 ou 36 fotos e depois mandava revelar. A Kodak era líder do segmento, mas continuou vendendo rolo enquanto outras empresas engoliram o mercado com as câmeras digitais, que colocaram fim à história da película fotográfica, inventada em 1888 por George Eastman. 
E a “guerra” entre as operadoras e WhatsApp é mais uma entre inúmeros confrontos que estão acontecendo e que ainda estão por vir. E a regra do jogo é simples: interesses financeiros. É aquela velha história da vaca leiteira, porém o leite está acabando. 
As operadoras por anos e anos deixaram a desejar na qualidade dos serviços e tiveram inúmeras oportunidades para sair na frente e se reinventar, mas entendiam como canibalização dos serviços. E hoje vemos as OTTs ganhando cada vez mais usuários fieis e satisfeitos com os serviços, como o Whatsapp, empresa sem fonte de receita e que vale bilhões no mercado. 
Enquanto as operadoras continuarem dependentes somente das receitas de voz e cobrando tarifas exorbitantes, continuarão perdendo espaço para as empresas que estão pensando recriando novos modelos, e não pensando apenas no próprio lucro.
*Cristiano Kanashiro é CEO e fundador da Kanamobi, empresa especializada em negócios mobile. Formado em publicidade e com mais de 17 anos de experiência no mercado de publicidade e mobilidade, Kanashiro já conquistou renomados clientes, como Pernambucanas, Hypermarcas e Ajinomoto do Brasil, para a Kanamobi.

O medo da evolução

*Por Cristiano Kanashiro
 
Largar um emprego estável para criar um novo negócio é uma decisão corajosa, que exige reflexão e seriedade. Ser um empreendedor é um sonho profissional de muitas pessoas, mas para chegar ao sucesso vários desafios precisam ser superados. A partir de experiências próprias, reuni algumas dicas para orientar aqueles que estão criando agora o seu próprio negócio e enfrentam os primeiros obstáculos: 
1) Saiba qual é seu investimento
Antes de decidir abrir um negócio, é importante saber o quanto você pretende investir com o empreendimento. Mais do que isso, é fundamental já ter essa reserva e não retirar investimento das próprias contas pessoais. Ou seja, só invista se sua renda permitir. Uma boa opção é iniciar os investimentos com pessoas do mercado que acreditam no seu projeto e serão seus futuros sócios. 
2) Prepare-se para enfrentar o novo e aprender
Pelo menos no início, você vai se deparar com tarefas que não gosta ou não está acostumado a fazer. Isso vai desde recolher o lixo do banheiro até emitir nota fiscal, fazer cobranças e ser o CEO da empresa. Da mais simples à mais complexa, cada tarefa será uma excelente fonte de aprendizado. Mas é preciso ser flexível e paciente para cumprir bem as novas atribuições. 
3) Cuidado com os conselhos
As pessoas possuem perfis e valores diferentes. Geralmente, os empreendedores são desbravadores e dispostos a correr riscos. Por outro lado, é natural que familiares e amigos se preocupem com sua estabilidade e segurança, o que pode gerar um conflito. Procure conversar com outros empreendedores que já passaram por essa fase inicial. Justamente por terem vivenciado essa experiência, eles poderão dar os melhores conselhos. 
4) Errar faz parte do processo
Não se alcança o sucesso sem antes conhecer o fracasso. Todos nós vamos errar em algum momento, não há como fugir disso. No entanto, é preciso entender que o erro é uma peça fundamental para atingir o sucesso. Para isso, é preciso identificar e admitir a falha, tirar aprendizados com o erro e se fortalecer para enfrentar as próximas etapas. 
5) Pessoas são a chave do negócio
Mais do que ideias, tecnologias, ferramentas e métodos, a base de todo negócio são as pessoas. Procure profissionais competentes e mantenha sua equipe sempre motivada. Esteja atento também para recrutar pessoas que agreguem e tenham conhecimentos complementares. Se você é um bom técnico, provavelmente precisará de um profissional com foco em negócios, por exemplo. 
6) Valorize seu trabalho
Para entrar no mercado e conquistar os primeiros cases, alguns empreendedores realizam projetos sem custos, ou cobrando um valor muito inferior aos concorrentes. Evite seguir esse caminho, ainda mais no início do negócio. Quando iniciei fiz alguns projetos acreditando em uma grande parceira, já fazem 6 anos e continuo aguardando. O seu trabalho tem valor, se você não cobrar o que merece será difícil aumentar o preço depois. É claro que, em alguns casos, é possível fazer um “piloto” com o cliente, mas sempre defina regras e metas a serem atingidas.
7) Não demore para agir
Em muitos casos, ficar projetando detalhadamente o plano de negócios e cada etapa do empreendimento não é uma boa opção. Inicie um protótipo de forma mais simples, falhe rápido e aprenda com seus fracassos. Esse é o melhor plano de negócios que o mercado pode oferecer, principalmente se o seu produto está relacionado à inovação. Tudo muda de forma muito rápida e dinâmica, por isso coloque a mão na massa e não perca tempo. 
* Cristiano Kanashiro é CEO e fundador da Kanamobi, empresa especializada em negócios mobile. Formado em publicidade e com mais de 17 anos de experiência no mercado de publicidade e mobilidade, Kanashiro já conquistou renomados clientes, como Pernambucanas, Hypermarcas e Ajinomoto do Brasil, para a Kanamobi.

7 desafios para empreendedores de primeira viagem

Hoje em dia tudo que se vê e se fala tem um app no meio. A mobilidade e a proximidade com as pessoas nunca esteve tão aflorada. Mas o que tenho visto por aí me faz questionar: fim dos aplicativos pode estar próximo? A resposta é relativamente simples: ideias e projetos que partem do pressuposto de simplesmente ter um aplicativo e não da necessidade de quem vai utiliza-lo. 
As “stores" borbulham de aplicações para as mais diversas necessidades, mas sem ﬁnalidade definida. São aplicativos que estão lá, esperando ansiosamente para que alguém faça o download. Quando entro em uma loja de apps me sinto andando pelas ruas de São Paulo em 1990, quando a poluição visual dos outdoors prejudicava a estética urbana e a beleza da cidade. Muitos foram contra a retirada dos painéis, mas hoje vemos uma cidade com outros olhos. 
Foi deixado de lado o volume do dinheiro publicitário na época, pensando no bem-estar da população. E valeu a pena! Trazendo isso para a realidade mobile, podemos transcender, deixar de lado a questão financeira e pensando em trazer para as pessoas algo que realmente faça sentido, desta forma teremos acesso a aplicativos que realmente facilitem o dia-a-dia. Dados recentes da Flurry Analytics e Comscore mostram que a população passa em média duas horas e quarenta minutos por dia olhando para as telas dos smartphones. E quase que o tempo inteiro (86%) usando aplicativos. Como se destacar, então?
Hoje vejo um mercado commoditizado, televisionado e capitalizado e, por outro lado, vejo empresas criando valores agregados, apostando na evolução da experiência. Podemos citar como exemplo os aplicativos que hoje em dia não são apenas apps, mas representam uma mudança de paradigma, o rompimento com algum modelo de negócios que já está falido. Isso é a evolução. 
Os tempos mudaram e a forma como consumimos os produtos e serviços também está passando por transformação. Avaliar recursos e tecnologias disponíveis já não é mais o suficiente. Para evitar que o seu app seja desinstalado após o primeiro uso - o que acontece em 80% dos casos, segundo estudos da Flurry Analytics e Comscore -, é preciso, mais do que valorizar o desenvolvimento do melhor aplicativo do mundo, priorizar a experiência do usuário. 
Não quero que as empresas deixem de desenvolver apps, mas que pensem em aplicativos que sejam relevantes e que proporcionem ao consumidor novos conhecimentos. Quando vejo, entretanto, a forma com que as empresas utilizam os recursos da mobilidade, vejo também que muitos não entendem suas implicações e que este pode ser sim, o início do caminho para o ﬁm da era aplicativos.
*Cristiano Kanashiro é CEO e fundador da Kanamobi, empresa especializada em negócios mobile. Formado em publicidade e com mais de 17 anos de experiência no mercado de publicidade e mobilidade, Kanashiro já conquistou renomados clientes, como Pernambucanas, Hypermarcas e Ajinomoto do Brasil, para a Kanamobi.

O fim dos aplicativos está próximo?

“A gente não trabalha com o conhecimento pronto. A gente constrói, reconstrói e evolui para ser reconhecido.” (Sérgio Dal Sasso)&nbsp;No mundo altamente competitivo em que vivemos, onde tudo acontece em intervalos de tempo cada vez menores, muitas vezes fica difícil se encontrar ou se reinventar para continuar sendo algo de interesse sob a visão daqueles que compram.&nbsp;Para ser sucesso e fazer sucesso, independentemente do tipo de negócio, da atividade profissional e da época, é preciso exercitar, entender e praticar coisas novas, pois em muitas vezes diante do mérito da primeira vitória acabamos por esquecer que nada pode ser medido por um único feito.&nbsp;Estar no topo dos acontecimentos exige mudanças constantes dos meios produzidos para encantar o seu publico, que velho ou novo, sempre pedirá por novidades para que você tenha o direito de acompanhá-lo.Sofisticação e tecnologia nem sempre serão os únicos fatores responsáveis pelo sucesso, assim como o seu estágio máximo não estará necessariamente condicionado a “fazer fortunas” ou “deter o poder”.&nbsp;Mudamos ou seremos mudados pelo que o mundo necessita e pela motivação aos novos temperos em meio aos caminhos da vivência e aprendizado. Às vezes paramos, e em momentos de imersão, refletimos sobre o que somos hoje, e logo pensamos como seriam as oportunidades passadas quando incorporadas dos nossos avanços. Quase tudo é assim, olhamos para traz e vemos que podíamos ter feito diferente, e essa é a distancia entre sonho e &nbsp;realidade.Sérgio Dal Sasso é palestrante e consultor estratégico.&nbsp;

Pessoas, Negócios & Sucesso

Saber conquistar e manter clientes é fundamental para a sobrevivência de qualquer companhia



Vivemos na era da teletromática. Teletromática é uma junção de três palavras: telecomunicação, eletrônica e informática. A teletromática agiliza tudo, compartilha tudo, globaliza tudo e informa rapidamente através de infinitos vasos intercomunicantes, em tempo real, numa escala sem precedentes na história provocando mudanças e rupturas na ordem existente. Hoje em dia não é a empresa grande que engole a pequena, mas é a ágil que engole a lerda. 



Com auxílio da internet e das mídias sociais como Facebook, X, Whatsapp, Blogs, as informações e os relacionamentos humanos receberam enorme impulso e não param de crescer. Como se isso não bastasse, tudo - ou quase tudo de que precisamos - encontramos com alguns cliques no Google, MercadoLivre, ChatGPT e outros mecanismos de busca onde podemos comparar serviços, produtos, preços, condições e decidir pela melhor oferta. É a era do cliente.



Um dos pontos fundamentais da era do cliente é que, agora, ter foco no cliente não é mais suficiente. Essencial, hoje, é ter foco do cliente. Ter foco no cliente significa que você olha para o cliente imaginando o que seria bom para ele, do que ele gostaria, quais seriam suas preferências e necessidades, seus problemas e interesses. É uma visão de fora pra dentro. Foco do cliente significa que você colocou os sapatos dele e descobre onde aperta o calo, isto é, você se põe no seu lugar e passa a sentir suas necessidades, interesses e motivações. Você está sintonizado com a realidade dele. Sua visão é de dentro pra fora. É assim que as empresas bem-sucedidas estão conseguindo fidelizar seus clientes e consumidores.





Outra questão importante é o binômio consumidor-mercado que adquiriu nova fisionomia. Já não é mais a velha máxima “O custo faz o preço”. Agora é: “O preço faz o custo”. Na economia tradicional o preço, isto é, a margem de lucro é estabelecida com base no custo do produto ou serviço. 



Na nova economia, por causa da concorrência acirrada, o preço está condicionado ao valor que o mercado consumidor está disposto a pagar pelo seu produto ou serviço. É o que ocorre, por exemplo, com as empresas de telecomunicações, de cartões de crédito ou de informática, que, além de reduzirem constantemente seus preços, ainda oferecem vantagens e brindes para manterem os clientes ou conquistarem novos. A menos que sua empresa tenha um diferencial competitivo extraordinário, se quiser sobreviver, ela terá que adequar e reduzir seus custos ao valor aceito e praticado pelo mercado, caso contrário, é candidata séria a quebrar. 



O terceiro ponto, e também o mais crítico, é o atendimento deficiente praticado por grande número de empresas. A triste realidade é que, em vez de melhorar, temos a impressão que o atendimento piora a cada dia que passa, não importa a área ou segmento em que a empresa atua. Tratam o cliente como se ele fosse um incômodo ou um mal necessário – apenas tolerando-o - e parecem ignorar que o cliente é a própria razão da existência da empresa. Esta só existe porque tem clientes. Sem clientes não há lucro, não tem emprego, não escoa serviço nem produto, a empresa afunda.



Lembre-se: é o cliente que paga a prestação ou aluguel de sua casa, é ele que paga o alimento que você consome, a roupa que você veste, o colégio de seus filhos, o carro que você dirige, os medicamentos que você compra, os impostos e tributos da organização etc. etc. Não é a empresa que paga você; é o cliente que paga e sustenta a companhia. O que a empresa faz é simplesmente repassar aos funcionários, aos proprietários, aos acionistas – ou quem for - parte do dinheiro que ela recebeu por comercializar ou fabricar determinados produtos ou serviços. O cliente sempre é, e será, o fator-chave do crescimento ou falência das organizações. É por isso que saber conquistar e manter clientes é fundamental para a sobrevivência de qualquer companhia, e o que garante isso é ter habilidade em saber oferecer um serviço de alta qualidade, aquele tipo que encanta e surpreende além das expectativas. É o diferencial que separa as empresas comuns daquelas que se destacam e prosperam.



Quem garante todos os empregos não são os empresários, os sindicatos ou os governantes. São os consumidores. John Hicks, prêmio Nobel de Economia, 1992



Texto extraído e condensado do ebook <a href="https://amzn.to/43dup4v" target="_blank" rel="noreferrer noopener">“Atendimento Classe A – Tudo o Que Você Precisa Saber Para Encantar Clientes e Multiplicar Resultados”</a>, de Ernesto Artur Berg, publicado pela Amazon, disponível por R$ 11,90.

Na era do cliente, o atendimento é o novo marketing

Enquanto a Reforma promete simplificação, o presente exige técnica, clareza e estratégia



Antes que a Reforma Tributária redesenhe o sistema de créditos, empresas do Lucro Real ainda têm espaço legítimo para otimizar o aproveitamento de PIS e COFINS sobre serviços digitais, desde que comprovem sua essencialidade.



O sistema brasileiro de PIS e COFINS sempre foi um dos mais complexos do mundo. Criadas com finalidades arrecadatórias distintas, essas contribuições se sobrepuseram ao longo do tempo, gerando distorções e debates permanentes sobre a não cumulatividade — princípio que, na prática, deveria evitar a tributação em cascata.



A intenção original era boa: permitir que empresas compensassem os valores pagos nas etapas anteriores da cadeia. No entanto, as lacunas legislativas e a interpretação restritiva da Receita Federal transformaram o direito ao crédito em uma batalha técnica.



O resultado é que, duas décadas após a criação das Leis nº 10.637/2002 e nº 10.833/2003, ainda há insegurança quanto ao que pode — ou não — ser considerado insumo. E, diante da iminente Reforma Tributária, que substituirá o PIS e a COFINS pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), as empresas do Lucro Real vivem um momento decisivo para otimizar seus créditos dentro das regras atuais.



O sistema brasileiro de PIS e COFINS sempre foi um dos mais complexos do mundo. Criadas com finalidades arrecadatórias distintas, essas contribuições se sobrepuseram ao longo do tempo, gerando distorções e debates permanentes sobre a não cumulatividade — princípio que, na prática, deveria evitar a tributação em cascata.



A intenção original era boa: permitir que empresas compensassem os valores pagos nas etapas anteriores da cadeia. No entanto, as lacunas legislativas e a interpretação restritiva da Receita Federal transformaram o direito ao crédito em uma batalha técnica.



O resultado é que, duas décadas após a criação das Leis nº 10.637/2002 e nº 10.833/2003, ainda há insegurança quanto ao que pode — ou não — ser considerado insumo. E, diante da iminente Reforma Tributária, que substituirá o PIS e a COFINS pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), as empresas do Lucro Real vivem um momento decisivo para otimizar seus créditos dentro das regras atuais.



Durante anos, prevaleceu o entendimento de que somente bens e serviços diretamente aplicados na produção ou revenda poderiam gerar crédito. Essa leitura, consolidada em instruções normativas da Receita, desconsiderava o papel estratégico de despesas operacionais e tecnológicas na formação da receita.





Em 2018, o Superior Tribunal de Justiça deu um passo histórico ao julgar o Tema 779 (REsp 1.221.170/PR), fixando um novo paradigma:



"O conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios de essencialidade e relevância, considerando a importância do item para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo contribuinte."



A decisão não apenas ampliou o escopo de créditos, como também trouxe racionalidade ao sistema. Passou-se a reconhecer que a economia moderna exige bens e serviços intangíveis, como softwares, sistemas de logística e ferramentas digitais, tão essenciais quanto a matéria-prima de uma fábrica.



O Tema 1092 do STJ complementou esse entendimento, reforçando que só há crédito quando há incidência anterior de PIS/COFINS — ou seja, nas aquisições tributadas.



Essas duas teses formam hoje o alicerce de qualquer discussão sobre o regime não cumulativo.



A transformação digital trouxe para dentro das empresas uma série de custos que não existiam há dez anos:



&nbsp; *Plataformas de E-commerce



&nbsp;*Gateways de pagamento



&nbsp;*Sistemas ERP e CRM



&nbsp;*Serviços de backup em nuvem



&nbsp;*Ferramentas de automação de atendimento



Essas soluções passaram a integrar o núcleo operacional de muitos negócios, especialmente nos setores de varejo, serviços e indústria 4.0.



No entanto, do ponto de vista tributário, o Fisco ainda tende a classificá-las como despesas administrativas, desconsiderando que, sem elas, o faturamento simplesmente não ocorre.



Por isso, a análise de essencialidade tornou-se o instrumento mais importante na defesa do crédito de PIS e COFINS



<h2 class="wp-block-heading">Análise de alguns serviços digitais</h2>



Pagar.Me / PayPal (Gateways e intermediação de pagamento):



Favorável. São o elo entre a venda e o recebimento da receita. Sem o meio de pagamento, o faturamento não se realiza — enquadram-se como insumo essencial.



Jet Commerce (Plataforma de e-commerce):



Favorável. Representa a infraestrutura nuclear da operação digital. É onde a venda acontece, o pedido nasce e a receita se forma.



Onclick (ERP) (Software de gestão empresarial):



Condicional/Favorável. Gera crédito se estiver diretamente ligado à emissão de notas fiscais, controle de estoque e integração de pedidos.



Dalla / D1 (Backup) (Backup e continuidade operacional):



Condicional/Defensável. Relevante se proteger bases de dados de vendas e prevenir paralisações que comprometam a atividade-fim.



ChatPro (WhatsApp Business) (Comunicação e atendimento):



Condicional/Favorável. Considera-se relevante se o canal for essencial para atendimento, pré e pós-venda, e suporte comercial.



Assessoria Jurídica / Contabilidade (Serviços administrativos):



Desfavorável. Classificados como despesas de suporte, sem vinculação direta à geração de receita.



Essas classificações estão em linha com decisões recentes do CARF, que vem reconhecendo o crédito de PIS/COFINS sobre despesas ligadas à atividade-fim, especialmente em setores digitais, logísticos e industriais.



<h2 class="wp-block-heading">Como comprovar a essencialidade</h2>



A ampliação do conceito de insumo não elimina a necessidade de prova. Pelo contrário: transferiu-se ao contribuinte o ônus de demonstrar o vínculo econômico e operacional entre a despesa e a receita.



As melhores práticas incluem:



Documentação técnica e contábil completa: Contratos, notas fiscais, relatórios de uso, registros de integração entre sistemas e evidências de faturamento vinculado.Mapeamento de processos internos: Mostrar que o serviço integra a cadeia operacional. Por exemplo: sem o gateway, não há pedido confirmado; sem o ERP, não há nota fiscal; sem o backup, o sistema de vendas fica inoperante.Política de rateio documentada: Quando o mesmo sistema serve a múltiplos departamentos (como um ERP usado pelo financeiro e pelo comercial), a empresa deve estabelecer critérios objetivos de rateio.Governança tributária ativa: Criar um repositório eletrônico de dossiês por fornecedor, com auditoria periódica de créditos, aumenta a rastreabilidade e protege contra glosas futuras.



Esses cuidados conferem sustentação probatória e demonstram boa-fé, fator valorizado em eventual fiscalização.



<h2 class="wp-block-heading">O impacto da Reforma Tributária</h2>



A Emenda Constitucional 132/2023 e o PLP 68/2024 inauguram uma nova lógica de tributação sobre o consumo. O PIS e a COFINS serão substituídos pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que adota o modelo de crédito financeiro — ou seja, todo valor pago em etapa anterior poderá ser creditado, sem a necessidade de comprovar essencialidade.



Em tese, isso simplifica o sistema. Mas, na prática, o período de transição (2026–2032) exigirá dupla apuração — pelo regime antigo e pelo novo — até a extinção completa das contribuições atuais. Nesse período, as empresas precisarão adaptar sistemas, parametrizações contábeis e controles de crédito, convivendo simultaneamente com dois modelos distintos de apuração.



💡 Embora o PIS e a COFINS continuem sendo cobrados em 2026, o ano de 2025 representa o último exercício fiscal "inteiro" em que o modelo de essencialidade e relevância opera de forma plena, sem interferência da nova sistemática. Em 2026, inicia-se a fase de coexistência com a CBS/IBS, o que poderá alterar fluxos, obrigações acessórias e a própria forma de cálculo dos créditos. Assim, 2025 é a última janela completa para consolidar créditos com segurança jurídica e operacional dentro do modelo atual.



Outro ponto importante: a CBS deve reduzir a margem interpretativa, eliminando discussões sobre o que é ou não insumo. Isso encerra a flexibilidade que hoje permite que empresas tecnológicas e de e-commerce defendam créditos com base em sua relevância operacional.



Em resumo, 2025 não marca o fim do PIS e da COFINS, mas sim o fim da estabilidade operacional do regime atual — o que faz deste o momento ideal para estruturar, revisar e documentar todos os créditos vinculados ao conceito de insumo.



<h2 class="wp-block-heading">Cenários práticos: quando o crédito é sustentável</h2>



Exemplo 1 – Comércio eletrônico: Uma empresa de cosméticos vende exclusivamente on-line. Utiliza o Jet Commerce para hospedagem da loja e o Pagar.Me para processar os pagamentos. Ambos são indispensáveis para o faturamento. A jurisprudência e a lógica operacional reconhecem a essencialidade.



Exemplo 2 – Indústria com vendas diretas: Uma fabricante de equipamentos usa o ChatPro para atendimento técnico e pós-venda. Se parte relevante dos contratos é renovada via WhatsApp, há clara conexão entre o canal e a geração de receita — crédito defensável.



Exemplo 3 – ERP multifuncional: O sistema Onclick gerencia tanto estoque e faturamento quanto atividades contábeis. A empresa pode se creditar proporcionalmente, desde que comprove que o módulo operacional representa percentual mensurável da utilização total.



Esses exemplos demonstram que o crédito é menos uma questão de "o que é possível" e mais uma questão de como provar.



<h2 class="wp-block-heading">Governança e segurança jurídica</h2>



A discussão sobre PIS/COFINS não se limita à economia tributária. Ela é parte de uma cultura empresarial que valoriza compliance, rastreabilidade e eficiência fiscal. Empresas que tratam o tema como gestão — e não apenas como defesa — constroem um histórico de coerência documental que resiste ao tempo e às mudanças normativas.



Alguns princípios práticos fortalecem essa governança:



Uniformidade de classificação contábil: cada tipo de serviço deve ter um código e critério de crédito previamente definidos.



Auditoria cruzada: as áreas fiscal e de TI devem validar conjuntamente a relação entre uso do serviço e geração de receita.



Atualização constante: decisões do STJ e do CARF devem ser acompanhadas, pois ainda podem refinar o conceito de insumo.



Essa disciplina transforma o crédito em ativo de conformidade, e não em passivo potencial.



<h2 class="wp-block-heading">Responsabilidade e conformidade</h2>



A aferição da essencialidade cabe à própria empresa, não ao prestador nem à consultoria. O papel da assessoria é orientar tecnicamente, mas a decisão de creditamento e a prova de materialidade são atribuições do contribuinte, conforme o princípio da autonomia do sujeito passivo.



A ausência de um rol taxativo de insumos amplia a liberdade, mas também a responsabilidade. O contribuinte deve agir com prudência, buscando sempre demonstrar coerência entre o serviço contratado e o resultado econômico produzido.



<h2 class="wp-block-heading">Conclusão</h2>



A transição para o novo sistema tributário representa um divisor de águas. Até que ele esteja plenamente implementado, o modelo atual continua vigente — e, com ele, a possibilidade legítima de otimizar créditos de PIS/COFINS de forma planejada e segura.



Empresas do Lucro Real que dependem de infraestrutura digital podem — e devem — documentar cuidadosamente a relevância operacional desses serviços. Não se trata de um expediente contábil, mas de uma gestão tributária inteligente, que transforma custos em eficiência e assegura competitividade.



Enquanto a Reforma promete simplificação, o presente exige técnica, clareza e estratégia. E, até que o novo sistema esteja consolidado, o conceito de insumo permanece o principal instrumento de racionalidade fiscal ao alcance das empresas brasileiras.

Desenvolver um aplicativo mobile pode custar três vezes mais

Cristiano Kanashiro

Além da Ideia: como o networking pode transformar sua empresa, com Reginaldo Pereira | Café com ADM 467

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