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Quem me acompanha sabe que eu sempre levanto a bandeira da eficiência nos investimentos. E, para mim, eficiência nos investimentos nada mais é do que pagar o mínimo de tarifas possíveis para sobrar mais dinheiro no seu bolso. Por isso, hoje decidi escrever sobre a taxa de administração e a taxa de performance, que vemos em muitos dos investimentos comercializados atualmente. Meu objetivo é ajudar você a discernir o que são taxas justas e o que são taxas extremamente elevadas. Vamos lá?
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Primeiro, o que é taxa de administração? Trata-se de um valor cobrado pela instituição financeira ou gestora em cima do montante que você aplica em determinado fundo. Alguns dos principais produtos do mercado financeiro que cobram taxa de administração são os fundos multimercado, fundos de renda fixa, fundos de ações, consórcios e também um produto cada vez mais comum, as carteiras administradas. Geralmente é cobrado um valor percentual; tem fundos que pagam 1%, 2%, 3% de taxa de administração, às vezes mais, às vezes menos, mas geralmente rondam em volta de 1% a 2%. 
&#13;
Já a taxa de performance tem uma característica diferente. Trata-se de um valor que é cobrado acima da performance de um determinado benchmarking (um índice de referência). Por exemplo, o Ibovespa. Muitos dos fundos de ações têm seu benchmarking atrelado ao Ibovespa, o que significa que a instituição financeira só vai cobrar performance sobre o resultado que ela tiver acima deste índice. O que, na minha visão, me parece bem justo, já que existe um alinhamento dos interesses e, afinal, o gestor só vai ganhar essa renda caso ele tenha um retorno melhor que a média de mercado. 
&#13;
Para deixar mais claro, vamos supor que um fundo teve uma performance de 15% no ano e o Ibovespa subiu 10% no ano. Ou seja, o fundo teve 5% acima do benchmarking. Muitos fundos cobram 20% de taxa de performance sobre o benchmarking. Neste caso, quanto seria a taxa de performance aplicada? 20% de 5% dá 1%. Mais ou menos 1% do seu capital vai para o gestor caso ele tenha essa performance. Alguém pode perguntar: poxa, é justo o gestor tirar essa taxa? Primeiro, que foi algo combinado desde o começo, você aplicou em um fundo, deveria saber as taxas que está pagando e, segundo, que as taxas de performance alinham bastante porque o gestor ou a instituição financeira só irão receber se tiverem performance, então me parece compatível com o risco do fundo.
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Agora, há casos em que a taxa não é aplicada corretamente. Eu vi um dia desses um fundo de ouro que cobrava performance sobre o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), mas se o ouro subir, o gestor não fez nada de inteligente a respeito que justifique ganhar performance, por isso me parece uma cobrança bem equivocada. Um fundo de ouro deveria ter um benchmarking ligado a ouro e isso serve para todos os produtos: um fundo de ações deveria ter um benchmarking ligado a ações, um de renda fixa deveria ter um benchmarking ligado a títulos de renda fixa. É muito importante que exista um casamento do benchmarking com o perfil de risco que o gestor do fundo vai correr com seu dinheiro.
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E talvez você esteja se perguntando quais são os principais benchmarkings que existem na indústria? O principal dos fundos de ações é o Ibovespa, que é o índice que a B3 criou e que acompanha a média das grandes empresas do Brasil. 
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Um benchmarking para os fundos estrangeiros, até para alguns fundos raros no Brasil, é o S&#038;P500, em que o gestor só cobra performance se superar a média das 500 maiores empresas americanas.
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O dólar também é outro benchmarking. Tem alguns raros fundos que cobram performance em cima da variação da taxa PTAX em determinado período, geralmente no ano.
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Outro benchmarking é o CDI, que é muito comum nos fundos multimercados, mas particularmente eu não gosto muito disso porque, com o CDI a 2%, conseguir 150% do CDI não é muita coisa… Este bench fazia mais sentido quando o CDI era alto. 
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E quais fundos geralmente cobram taxa de performance? São os fundos chamados ativos, aqueles em que o gestor toma uma decisão de investimento: compro Vale ou vendo ações da Vale? Compro Petrobras ou não? Isso é gestão ativa. Existem fundos que seguem uma gestão passiva, que nada mais é do que replicar um benchmarking. Temos no mercado inúmeros fundos passivos que replicam o Ibovespa. Os ETFs (Exchange Traded Fund), que replicam índices, também estão em ascensão. Geralmente esses fundos e ETFs não têm taxa de performance, mesmo porque o objetivo do fundo é justamente seguir aquela média de mercado. 
&#13;
Acredito que depois de ler este artigo você já saiba tudo sobre taxa de administração e taxa de performance. Gosto quando encontro fundos que cobram taxa de administração abaixo da média e que cobram taxa de performance; mostram que o gestor está no jogo, mais para encontrar boas oportunidades do que para ficar drenando seus recursos com taxas de administração elevadas. Fica de olho nisso e premia com a taxa de performance o gestor que tem um bom desempenho. Isso é o mais justo e está em alinhamento aos seus interesses. Os fundos que produzem performance ao longo do tempo e os gestores merecem ser remunerados por isso, por fazerem um bom trabalho.
(Imagem: iStockPhoto)

Taxa de Administração e Taxa de Performance: o que são e o que significam para você?

Saiba distinguir quando os valores dessas cobranças são justos ou não para os seus investimentos

Taxa de Administração e Taxa de Performance: o que são e o que significam para você? | Administradores

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Administradores | Conhecimento para Resultados

Tem empresa que vale a pena comprar e manter na sua carteira por muitos e muitos anos. Como eu sempre falo, antes de se tornar sócio de qualquer companhia é essencial fazer uma análise completa de seus fundamentos e entender, sobretudo: rentabilidade, potencial de crescimento, riscos de investir naquele negócio, valuation e governança. Se para todos estes parâmetros você encontrar bons resultados, eis uma empresa que vale a pena investir e segurar na sua carteira por um longo prazo.&#13;
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O Facebook é uma dessas companhias de ouro, que não decepcionam em nenhum destes aspectos e ainda possui forte DNA em inovação. Ou seja, o investidor de Facebook pode ficar tranquilo que a chance de o modelo de negócio da empresa naufragar é ínfima. Quer um exemplo? Recentemente Mark Zuckerberg, em meio a um grande escândalo depois que uma ex-funcionária divulgou que a empresa ignorava riscos à saúde mental dos jovens, anunciou uma mudança de nome na companhia. Facebook Inc. passou a se chamar Meta, uma holding que controla as redes sociais da gigante de tecnologia.&#13;
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A novidade fez as ações da companhia dispararem imediatamente após o anúncio, no dia 28 de outubro, e os papéis chegaram a atingir 4,25% de alta, aos US$ 325,52. Na B3, os BDRs (FBOK34) deram um salto de 4,9%, aos R$ 65,16, na máxima daquele dia. Meta é referência a "metaverso", tecnologia que se tornou uma grande aposta da big tech para revolucionar a internet, uma espécie de conjunto de espaços virtuais em que usuários poderão explorar, por meio de avatares e realidade virtual, o universo digital.&#13;
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O movimento é prova de que a gestão do Facebook é rápida em suas decisões, que a empresa possui projetos promissores, não correndo risco de ficar desatualizada e perder espaço para futuros novos players. &#13;
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Se você achava que o Facebook é só a rede social que todo mundo conhece, você já viu que estava muito enganado. O grupo possui o Instagram, o Whatsapp e unidades de negócio que ainda não produzem tanto resultado, mas que podem vir a ser representativas nos próximos 10 anos, como a unidade de realidade aumentada, que deve ser o futuro.&#13;
Além disso, hoje o principal negócio do Facebook é a publicidade, tanto no Facebook, quanto no Instagram, é daí que a maior parte da receita da empresa é gerada. E a boa notícia é que ela ainda tem muita margem de crescimento, já que as empresas estão entendendo, cada vez mais, que publicidade para as mídias digitais é o caminho para o sucesso e que investir em mídias tradicionais, como TV e rádio, já não é mais tão eficiente.&#13;
Dia após dia, Mark Zuckerberg, como gestor, reforça que merece a nossa confiança. Ele já ganhou batalhas importantes, como por exemplo quando se sobrepôs ao Orkut, quando comprou o Instagram, quando criou os stories para competir com o Snapchat, quando lançou o Reels para rivalizar com o TikTok e, agora, quando mudou o nome da empresa para Meta, tirando o foco de notícias negativas envolvendo sua marca.&#13;
A gestão do Facebook é genial, seus resultados financeiros são muito positivos. É por isso que pretendo continuar confiando meu dinheiro na companhia pelos próximos 10 anos, no mínimo. (Imagem: iStockPhoto)&#13;
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Por que vou investir nessa empresa por 10 anos?

O mercado é dinâmico. As recomendações de hoje muitas vezes já não são válidas para amanhã. Por isso, sempre ressalto sobre a importância de acompanhar o mercado, cuidar da sua carteira de perto e fazer ajustes sempre que necessário. &#13;
Hoje vou falar sobre três papéis: um nacional e um internacional, que considero as melhores ações do ano e excelentes oportunidades de investimento, e um papel nacional que recomendei bastante, mas que nos últimos tempos tem se tornado desinteressante. Confira:&#13;
<h2>1) Itaúsa (ITSA4)</h2>&#13;
<ol></ol>&#13;
A Itaúsa, uma holding brasileira que controla um dos maiores bancos do país: o Itaú. O banco teve uma queda recente, o que abriu oportunidades para quem ainda não é acionista da empresa. Ter Itaúsa na sua carteira é uma forma barata de se expor ao Itaú. Se você pegar o quanto ela tem de participação no Itaú e fizer uma regra de três básica, você vai ver que está mais barato comprar ações da Itaúsa do que do Itaú. &#13;
Na minha visão, a Itaúsa vem mudando seu perfil gradualmente, a gente tem visto este movimento de diversificação. Quando ela comprou Alpargatas uns 5 anos atrás, foi um ótimo negócio, tanto que as ações da empresa cresceram muito no período. Mais recentemente, Itaúsa adquiriu parte de uma empresa chamada Aegea, de saneamento, um mercado que tem muita oportunidade no Brasil, já que algumas regiões no país ainda não têm acesso a água e esgoto. Foi uma boa sacada da Itaúsa porque o país precisa investir ainda R$ 700 bilhões para tornar o saneamento universal. Assim, comprando a Aegea, agora Itaúsa tem um pé neste mercado, que vai receber muito investimento, que deve dar um bom retorno ajustado ao risco, e que não é para ser uma atividade muito arriscada.&#13;
Acredito que ao longo do tempo a empresa deve continuar seu processo de diversificação ou vai pagar um dividendo alto. Então, é bom para o investidor de qualquer forma. Para quem gosta de uma empresa com certa estabilidade, Itaú entrega, sempre com resultados positivos, mas o preço é mais alto. Para quem gosta de dividendo, uma certa estabilidade, e um preço mais baixo, investir numa ação como Itaúsa, que está se tornando cada vez mais diversificada nesses múltiplos e com dividendos crescentes, é um excelente negócio. &#13;
<h2>2) Facebook (FBOK34)</h2>&#13;
<ol></ol>&#13;
Considero que a ação do Facebook está atraente no momento. Muita gente usa o Facebook apenas como consumidor, messenger, Instagram, Whatsapp, Facebook Reality Labs. Do ponto de vista do modelo de negócio, a gente pode explicar a empresa de um jeito bem simples: o Facebook ganha dinheiro com propaganda e, hoje em dia, existem 10 milhões de empresas que anunciam na rede social, com um gasto médio de US$ 11 mil por empresa. Assim, só com isso, o Facebook vai fazer mais ou menos uns US$ 110 bilhões de receitas este ano. Ou seja, 98% da receita do Face vem dos anúncios.&#13;
O mais interessante é que a empresa ainda tem muitas avenidas de crescimento. Antigamente era muito difícil fazer propaganda segmentada na mídia tradicional e muito caro. Hoje o Facebook consegue direcionar a propaganda de uma maneira muito mais eficiente, e essa granularidade faz este mercado endereçável crescer cada vez mais.&#13;
O Facebook deve crescer ainda a receita uns 15% ao ano. Está sendo negociado umas 23x o lucro, a empresa vale hoje em torno de US$ 1 trilhão, mas eles ainda têm US$ 64 bilhões de caixa líquido parado no balanço. É uma empresa de crescimento. Para se ter ideia, só nessa parte de propaganda 47% da receita de ads do Facebook vem dos Estados Unidos e do Canadá, que representam apenas 9% dos usuários ativos do app. Então, metade da receita vem só de 9% dos usuários ativos. &#13;
Mais: antes da pandemia, nos Estados Unidos, 1 a cada 3 empresas americanas não tinham nem site. Claramente, o Facebook ainda tem muito o que crescer, até como marketplace. Acredito, portanto, que é uma boa ação para o momento, é uma empresa que possui várias opcionalidades dentro dela e que pode gerar valor ao acionista. &#13;
Mas atenção: o Facebook não é uma empresa para quem se interessa por dividendos, a empresa não paga dividendos, mas isso não quer dizer que não é uma empresa saudável, ela é tão saudável que tem US$ 64 bilhões em caixa e quase todo esse caixa foi gerado por sua própria operação. Poucas empresas do mundo têm um caixa desse porte. Só que em vez de pagar dividendos ela faz aquisições. &#13;
Outro ponto positivo é a presença de Mark Zuckerberg, um cara novo, que pode comandar a empresa por muito tempo. O Facebook já venceu muitos desafios em sua trajetória e se mostrou muito eficiente em cada um deles. Quando por exemplo migraram de web browser para celular, quando compraram Instagram e Whatsapp, que foram aquisições de extremo sucesso. &#13;
<h2>3) Taesa (TAEE11)</h2>&#13;
Uma empresa que eu parei de comprar é a Taesa. Recomendamos ela desde o começo da Suno. Foi um excelente investimento, deve ter multiplicado umas 3 vezes, e com muito baixo risco e volatilidade. É uma das ações mais seguras da bolsa, tem margem alta, balanço sólido, alta previsibilidade de fluxo de caixa, por conta disso, é uma das empresas mais seguras do Brasil, tanto que mesmo durante a pandemia, lucrou e pagou bons dividendos.&#13;
Mas o que me torna mais preocupado que a maior parte dos investidores é que eu tenho muita convicção, depois de fazer muita análise, que esse dividendo que estamos vendo de 13% é insustentável na minha opinião. Isso porque existiu uma série de resultados não recorrentes que ocorreram ao longo dos últimos meses que inflaram o resultado da empresa e estes resultados tendem a não se repetir, principalmente com o arrefecimento da inflação. Ou seja, conforme a inflação for caindo, esses resultados devem ser normalizados ou impactados para baixo em relação aos últimos meses. O que vai fazer com que a empresa não possa pagar estes 13% de dividendos que vem distribuindo. &#13;
Adoraria que fosse um resultado sustentável, mas não é algo repetível, mas sim fruto de resultados não recorrentes que impactam o balanço da empresa. O lucro foi maior que a geração de caixa operacional, por exemplo, e isso deve impactar na hora que a empresa só puder pagar o que ela gera de caixa. &#13;
Lembrete: isso não significa que a Taesa fez algo de errado na sua contabilidade, nem que não é um bom negócio. Resultados não recorrentes fazem parte da vida. Se você é um acionista de longo prazo pode esperar que isso vai acontecer também nas suas empresas em algum momento. &#13;
Acredito que no momento existam possibilidades melhores, tanto para quem quer investir em empresas de crescimento, quanto para quem quer investir em empresas de dividendos. (Imagem: iStockPhoto)

Duas ações para investir, uma para evitar

Com a queda que tivemos na taxa Selic nos últimos anos e o crescimento do número de investidores em renda variável, muito se questionou <a href="https://www.suno.com.br/guias/investimento-renda-fixa/" target="_blank" rel="noopener">se investir em renda fixa ainda valia a pena</a>. Teve quem declarou a morte do investimento. Mas não é bem assim. Diversificar é essencial e alocar parte dos seus recursos em renda fixa é muito importante, principalmente para compor a famosa e necessária reserva de emergência. É preciso ter uma boa quantia em um investimento com liquidez e o tesouro direto pode ser uma boa opção para o investidor.&#13;
Não à toa, é um dos investimentos mais famosos do Brasil e uma das formas mais populares de se investir em títulos do governo federal. Hoje vou contar um pouco mais sobre o tesouro direto.&#13;
Antes de mais nada, é importante deixar claro o que são os títulos públicos. O tesouro direto, na verdade, não é um título para você investir, é um programa e, dentro deste programa, existem títulos, os famosos títulos públicos, que são emitidos pelo Tesouro Nacional - o órgão que faz a gestão da dívida pública do Brasil. Eles são emitidos como uma dívida e tem por objetivo financiar as atividades do governo, como educação, saúde, projetos de infraestrutura.&#13;
Segundo dados da Anbima, de maio de 2021, os principais detentores de títulos públicos federais são instituições financeiras, fundos de investimento, previdência, não residentes, governo, seguradoras e outros. &#13;
Os títulos públicos, no geral, não são necessariamente do programa a do tesouro direto, até porque ele foi criado só em 2002, antes disso já existiam os títulos públicos no mercado, mas o tesouro nacional naquele ano fez uma parceria com a B3 e criou o programa do tesouro direto. O objetivo desse programa era democratizar acesso aos títulos públicos por pessoas físicas via internet. Naquela época, pouca gente tinha acesso a esse tipo de investimento, por mais básicos que pareça hoje em dia. &#13;
A iniciativa teve resultado, tanto que em junho de 2021, segundo a Anbima, os jovens foram quem mais compraram títulos do tesouro direto: 35,9% das compras foram feitas por pessoas de 26 a 35 anos e 66,2% das operações foram de até 1 mil. &#13;
Dentro do tesouro direto existem basicamente 3 tipos de títulos, com algumas variações.&#13;
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<h2>1) Tesouro Selic</h2><ol></ol>&#13;
O <a href="https://www.suno.com.br/guias/tesouro-selic/" target="_blank" rel="noopener">Tesouro Selic paga a variação</a> da Taxa Selic, como o próprio nome diz. Se a Selic está numa tendência de alta, como a gente se encontra agora, esse título pode ser beneficiado, já que a variação da Selic vai subir ao longo do tempo e o investidor ganharia mais no período que ele investiu neste título. &#13;
Portanto, trata-se de uma opção pós-fixada, cuja rentabilidade acompanha as movimentações da taxa Selic e acaba oferecendo rendimentos um pouco maiores, pois acompanha 100% da taxa. Além disso, a alta liquidez é outro grande atrativo do investimento, que tem se tornado, cada vez mais, uma opção interessante para manter a reserva de emergência. &#13;
&#13;
<h2>2) Tesouro prefixado com e sem pagamento de juros semestrais</h2><ol></ol>&#13;
Os títulos prefixados têm taxas fixas e apresentam prazos e rendimentos distintos. Por ter essa taxa de juros fixada previamente, é possível ao investidor calcular exatamente quanto receberá no vencimento do título.&#13;
Quando tem pagamento de juros semestrais, não é necessário esperar até a data do vencimento para receber os rendimentos, os juros serão pagos a cada seis meses na conta de investimento. É interessante para quem busca uma renda passiva nesta periodicidade. &#13;
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<h2>3) Tesouro IPCA+ com e sem pagamentos de juros semestrais</h2>&#13;
Com os títulos indexados à inflação, o IPCA +, você vai receber a variação do IPCA conforme ficar investido no título, mais uma taxa fixa. Chamamos esse título de híbrido, já que é a junção de dois tipos de remuneração, o pós e a prefixada. Em junho de 2021, segundo a Anbima, 43,4% dos títulos do tesouro direto vendidos foram indexados à inflação.&#13;
Existem diversos prazos de vencimento dos títulos, por isso o investidor pode optar por aqueles que mais se adequam aos seus objetivos. Assim como os títulos prefixados, o Tesouro IPCA pode ser com ou sem juros semestrais. Mas, como acompanham a inflação, esses títulos costumam ser utilizados para planos de maior prazo. (Imagem: iStockPhoto)&#13;

A renda fixa não morreu: saiba mais sobre tesouro direto

Do mesmo jeito que um “empurrão invisível” enche o carrinho sem você perceber, ele também pode empurrar decisões importantes para o limbo



Você só queria pilhas.



Saiu com um kit de shampoo, dois pacotes de bolacha, uma caixa de ovos… e ainda pescou um Trident na gôndola do caixa.



Já aconteceu com você?



Pois é. Às vezes o desvio acontece no corredor do mercado. Outras, na sua vida financeira.



Do mesmo jeito que um “empurrão invisível” enche o carrinho sem você perceber, ele também pode empurrar decisões importantes para o limbo.&nbsp;



Tipo aquela ideia de começar a poupar para a aposentadoria, que vive sendo adiada. Não porque você não quer, mas porque o caminho até lá parece feito de senhas, formulários e burocracias.



Se isso soa familiar, saiba: você já foi alvo de um sludge. E nem percebeu.



Mas nem todo empurrão invisível é armadilha. Quando usado do jeito certo, ele pode ser exatamente o que faltava para uma boa decisão sair do papel. É disso que trata o nudge.



Quer ver um exemplo?&nbsp;



Em alguns prédios, a sinalização para a escada é colocada em destaque, com setas e cores chamativas. Um ajuste que aumenta as chances de alguém optar pelos degraus em vez do elevador.



Não há regra ou alarde. Apenas uma pequena alteração no ambiente que influencia o comportamento sem tirar a liberdade de ninguém.



<h2 class="wp-block-heading">Mas afinal, o que são esses “empurrões”?&nbsp;</h2>



Imagine observar o comportamento das pessoas por décadas e perceber que, mesmo diante de escolhas simples, elas frequentemente tomam decisões ruins.



Foi exatamente isso que os economistas Richard Thaler e Cass Sunstein fizeram.&nbsp;



Ao estudar como as pessoas escolhem no mundo real, fora dos modelos perfeitos da economia clássica, encontraram um problema crônico: decisões ruins não nascem da falta de informação, mas da forma como as opções são apresentadas.



A partir disso, propuseram uma mudança sutil, mas eficaz:



Em vez de tentar consertar o ser humano, que tal ajustar o ambiente em que ele interage?&nbsp;



Assim surgiu o conceito de nudge (empurrão), uma mudança discreta no design que dá um empurrãozinho para que você tome uma decisão melhor.



Segundo Thaler e Sunstein, um nudge é qualquer mudança no ambiente que ajuda a influenciar uma decisão de forma previsível, sem restringir sua liberdade de escolha e sem precisar de recompensas ou punições.



A intenção é clara: facilitar o caminho certo e deixar o errado acessível (só que com um pouco mais de atrito).



Mas se o nudge abre portas, o sludge faz o contrário. Ele tranca. Ou pelo menos emperra a maçaneta.



O termo sludge surgiu quando os próprios pesquisadores notaram que os empurrões usados para ajudar também podiam ser usados para atrapalhar.



E pior. Em muitos casos, não por descuido, mas por interesse.



Sludge é quando o ambiente é desenhado para dificultar uma decisão ou atrasar uma ação que deveria ser simples.&nbsp;



O nome (do inglês, lama) faz justiça.&nbsp;



Em vez de empurrar, o sistema puxa para trás. Com atrito, obstáculos, burocracias.&nbsp;



É o cancelamento de serviço de telefonia que exige três ligações, senha, espera longa e uma desculpa cínica de que “este não é o tipo de experiência que prezamos”;&nbsp;



É o aplicativo que oculta a opção mais vantajosa sob cinco camadas de menus;



É o contrato que esconde informações em letras miúdas no rodapé da página, e por aí vai…



A lógica aqui também é previsível: quanto mais cansativo o processo, menor a chance de a pessoa insistir.&nbsp;



Ou quanto mais confuso o caminho, maior a probabilidade de ela desistir. Mesmo que isso signifique perder dinheiro.



O sludge não impede. Só complica. E, muitas vezes, é exatamente esse o objetivo.&nbsp;



E agora, vem a pior parte:



<h2 class="wp-block-heading">É impossível passar ileso!</h2>



Já percebeu como é fácil fazer uma aposta esportiva no celular? Dois cliques e o seu dinheiro está em jogo.&nbsp;



Agora tente investir em uma previdência privada no seu aplicativo do banco. Boa sorte em achar o caminho.



Essas diferenças não são acidente. Fazem parte do design que molda seu comportamento todos os dias. E é exatamente aí que entram os nudges e sludges.



Esses empurrões atuam sobre os <a href="https://evandrocanello.com.br/por-que-e-tao-dificil-deixar-ir-uma-explicacao-racional?">vieses cognitivos</a>, padrões automáticos de pensamento que usamos para tomar decisões rápidas.&nbsp;



Um dos mais comuns é o viés do presente: a tendência de priorizar o agora e deixar o futuro pra depois. É ele que faz você gastar com o que traz prazer imediato (roupas, celular) e adiar o que exige paciência, como guardar dinheiro para a aposentadoria.



Outro bem conhecido é o efeito manada, que nos leva a repetir o comportamento da maioria como se fosse um caminho comprovadamente seguro.&nbsp;



Já a aversão à perda é aquele impulso que faz a dor de perder cinquenta reais parecer maior do que a alegria de ganhar cem.&nbsp;



Na prática, é deixar o dinheiro parado na poupança, mesmo sabendo que há opções melhores, só pra não enfrentar a sensação desconfortável de abrir mão do que já está ali.



Esses vieses funcionam como atalhos mentais. E é exatamente por esses atalhos que os nudges e sludges sabem trafegar muito bem.



O resultado dessas influências é instantâneo e praticamente impossível de ser ignorado.



Duvida? Veja só o exemplo que usei no início do texto: você entra no mercado pra comprar uma coisa e sai com doze. O que aconteceu? Você caiu num sludge camuflado em um ambiente de compras.&nbsp;



E a coisa só piora: seus filhos também são atingidos diretamente.



Ou você nunca se perguntou por que diabos tem gôndolas de doces na fila do caixa que nunca medem mais que um metro e meio?



Isso é sludge agindo, porque o ambiente foi pensado para sabotar a sua atenção.&nbsp;



Você está na fila, distraído, esperando o caixa liberar. De repente, aquele chocolate aparece na altura perfeita do seu campo de visão. Ou melhor, no campo de visão do seu filho, que está ali ao lado, no nível exato da gôndola. O apelo visual é direto, quase impossível de recusar.&nbsp;



E agora, me explica: como negar um doce para uma criança entediada, enquanto ela aguarda impaciente por longos minutos na fila?&nbsp;



Não é à toa que é comum ver criança dando chilique na frente do caixa. E as pobres sequer têm culpa. Tudo ali foi desenhado pra favorecer o impulso e dificultar o controle… cada detalhe.



Mas nem só de obstáculos vive o design de escolhas.&nbsp;



Alguns empurrões jogam a favor, como a inscrição automática em planos de aposentadoria, que aumenta a adesão simplesmente por já vir como padrão.&nbsp;



Ou o adesivo com o desenho de uma mosca colado no vaso sanitário masculino no aeroporto de Amsterdã, que melhorou a pontaria e reduziu a sujeira em 60%.&nbsp;



<figure class="wp-block-image size-large"><img src="https://cms-prd.administradores.dev/app/uploads/2025/09/image-1-1024x686.jpg" alt="" class="wp-image-421607"/></figure>



Perceba que não há instruções ou qualquer publicidade, apenas um detalhe no lugar certo.



<h2 class="wp-block-heading">Mais nudges, menos sludges&nbsp;</h2>



Sabia que você também pode usar isso a seu favor? Aplicar nudges dentro de casa é mais simples do que parece.&nbsp;



Por exemplo, deixar as frutas à vista sobre a mesa em vez de escondidas no fundo da geladeira, ou colocar os alimentos que quer evitar em prateleiras menos acessíveis da despensa.



E outra: quer reduzir o tempo de telas?&nbsp; Então por que você tem três TVs, dois celulares e um tablet dentro de casa?



A mesma lógica funciona com finanças.&nbsp;



Programar a transferência automática para a previdência assim que o salário cai ou ativar a função que sugere aportes quando sobra dinheiro na conta…



Tudo isso facilita a ação, reduz o atrito e torna a boa escolha quase inevitável. A decisão continua sendo sua, só ficou mais fácil de tomar.



E o sludge, o gêmeo do mal?



Sair ileso dele, como eu já disse, é praticamente impossível. Mas sair mais preparado? Totalmente viável.



Se você chegou até aqui, já está com uma boa camada de blindagem, porque entender como esses mecanismos operam no seu cérebro já é um bom começo.&nbsp;



A partir de agora, é bem provável que você nunca mais veja do mesmo jeito o design de um app, uma gôndola no mercado ou um cancelamento de um plano.



Mas dá pra ir além.



Uma das estratégias mais eficazes é criar dificuldades onde o impulso costuma mandar.&nbsp;



Quer comprar algo fora do planejado? Estabeleça um tempo mínimo de espera antes de decidir.&nbsp;



Esse respiro permite que o seu sistema mais racional entre em cena e questione se o gasto realmente faz sentido. Simples? Sim. Mas funciona.



Outra é automatizar as boas escolhas. Se você já decidiu que investir em previdência é importante, agende a transferência assim que sua renda entrar. Jamais pense em fazer isso depois de pagar contas ou gastar mais, senão o sludge vai puxar seu pé durante a noite.



E o mais importante: aprenda a reconhecer os sludges à sua volta. Sempre que algo parece mais difícil do que deveria, vale se perguntar: por quê? Quem ganha com a minha desistência?&nbsp;



Se um cancelamento exige esforço desproporcional, se uma escolha simples parece cercada de obstáculos, desconfie. Provavelmente tem um sludge bem posicionado, fazendo o trabalho sujo.



No fim das contas, Educação Financeira também passa por isso. Não se resume a planilhas ou taxas de retorno.&nbsp;



É sobre enxergar o cenário onde suas decisões acontecem e moldar esse ambiente para que o caminho certo também seja o mais fácil de seguir.

Nudge ou sludge: qual deles mais te afetou hoje?

Esqueça a poupança: aprenda a usar o consórcio para realizar sonhos!

No fim das contas, não é o quanto você ganha que faz diferença, mas pra onde você direciona sua energia e seu dinheiro todos os dias



Você vê um smartphone novo e mais moderno que o seu por R$ 4.800 num anúncio online. O site avisa que dá pra parcelar em até 24 vezes de R$319. Você faz uma conta rápida de cabeça, acha que consegue pagar as prestações e fecha o pedido sem piscar.&nbsp;



Esse tipo de decisão parece prática, mas esconde um erro comum: você não está avaliando a compra inteira, está avaliando só a parcela.&nbsp;



E mais do que isso, está tratando esse gasto como se ele estivesse isolado do restante da sua vida financeira.&nbsp;



Como se o dinheiro do celular morasse em uma gaveta à parte, longe das dívidas, das metas, dos imprevistos.



É exatamente aí que entra a contabilidade mental. Um mecanismo inconsciente que o cérebro usa pra simplificar decisões financeiras. Já ouviu falar?



Na nossa cabeça, esse mecanismo separa os valores por “etiquetas”: isso aqui é pro lazer, isso é pra mercado, isso é investimento.&nbsp;



Só que tem um problema. Ao fazer isso, a gente para de olhar o todo e passa a julgar cada gasto individualmente, como se um não tivesse impacto sobre o outro. Mas tem. E a conta, mais cedo ou mais tarde, chega inteira…&nbsp;



E não sou eu que estou dizendo.



<h2 class="wp-block-heading">Burrice organizada</h2>



Richard Thaler, economista comportamental e ganhador do Nobel de Economia de 2017, passou décadas estudando como as pessoas realmente lidam com dinheiro.



Em 1999, ele publicou o artigo "Mental Accounting Matters", onde definiu a contabilidade mental como "o conjunto de operações cognitivas usadas por indivíduos e famílias para organizar, avaliar e acompanhar atividades financeiras".&nbsp;



Na prática, isso significa que o cérebro cria mecanismos próprios pra dar sentido ao uso do dinheiro.&nbsp;



E um dos mais comuns é a criação de categorias mentais: o valor que veio do salário, o que foi ganho em um bônus, o que é "só pra lazer", o que está "guardado pra emergência".&nbsp;



Quer um exemplo? Você recebe o 13º salário e imediatamente já direciona para os presentes de Natal e festas de fim de ano. Quem nunca? Acontece sempre.



Veja que cada quantia passa a ser tratada de forma diferente, mesmo que, no papel, todo esse dinheiro esteja saindo do mesmo bolso.



E pra piorar, ao separar o dinheiro mentalmente, você tem a falsa sensação de disciplina e controle.&nbsp;



Na prática, é apenas seu cérebro tentando simplificar as decisões e criando distorções que complicam ainda mais sua vida financeira.



Duvida? Então veja como sua mente cria distinções que não existem:&nbsp;



<ul class="wp-block-list">
<li>ela trata o dinheiro do salário como sagrado</li>



<li>o do décimo terceiro como bônus </li>



<li>o do cashback como presente </li>
</ul>



Acertei? Pois então! É por isso que você toma decisões com base na origem do dinheiro (ou aonde você o colocou na sua “caixinha” mental), e não no que realmente faz sentido.&nbsp;



E quando a coisa aperta? Aí você apela pro cartão, paga o mínimo, cobre um buraco com outro e chama isso de remanejamento e organização.&nbsp;



No fundo, é só uma pedalada fiscal fantasiada de responsabilidade (e histórias assim nunca acabam bem).



<h2 class="wp-block-heading">A arte de parecer coerente</h2>



Para entender como chegamos a esse ponto, é preciso voltar aos experimentos da psicologia econômica.



Thaler não chegou à contabilidade mental por acaso. Ele percebeu que as pessoas, mesmo instruídas, violam princípios básicos da racionalidade econômica de forma sistemática. E pior: com convicção.



Em um de seus exemplos mais citados, Thaler conta a história de um professor que se dizia completamente racional.&nbsp;



No início de cada ano, ele definia quanto doaria para a United Way, uma organização que apoia causas sociais.&nbsp;



Mas, se ao longo do ano surgisse um gasto inesperado, como um conserto no carro, por exemplo, ele simplesmente deduzia esse valor da doação e chamava isso de “política contra pequenos aborrecimentos”.&nbsp;



Na cabeça dele, era um sistema engenhoso de compensação. Na prática, é um exemplo claro de contabilidade mental; uma ilusão de equilíbrio que ignora completamente a lógica financeira.



O que o professor não percebia é que tratava o dinheiro da doação como se fosse de outra natureza (separado, especial, à parte do orçamento geral).&nbsp;



Mas toda vez que aparecia um gasto fora do script, ele recorria justamente a essa quantia. Como se houvesse uma regra tácita permitindo realocar valores conforme o desconforto do momento.&nbsp;



Esse padrão se repete todos os dias, em todo lugar. É a pessoa que mantém R$ 5 mil na poupança, rendendo centavos por mês, enquanto continua pagando R$ 3 mil no cartão de crédito, a 15% de juros.&nbsp;



À primeira vista, parece prudente manter uma reserva. Mas, no fundo, é a mesma lógica do professor: uma decisão racional só na aparência.&nbsp;



O dinheiro da poupança foi mentalmente rotulado como “intocável”, enquanto a dívida do cartão foi empurrada pra categoria do “depois eu resolvo”.&nbsp;



Percebe o equívoco? É contabilidade mental em estado puro.&nbsp;



<h2 class="wp-block-heading">Como blindar seu cérebro (e seu bolso)</h2>



A essa altura, provavelmente você já percebeu o problema com as “caixinhas” mentais. Elas funcionam como um disfarce pra adiar decisões incômodas, como priorizar o pagamento de dívidas ou rever os próprios gastos.&nbsp;



Na prática, em vez de encarar o que precisa ser feito, você cai no erro de se apoiar na ilusão de que separar o dinheiro em potes imaginários já é, por si só, uma forma de controle.



Sabendo disso, a pergunta agora é: o que se pode fazer quando até o seu cérebro está jogando contra você?&nbsp;



A resposta está longe de ser intuitiva. Mas, felizmente, não faltam cientistas e educadores financeiros sérios tentando consertar esse estrago.&nbsp;



Só que aviso logo: nenhum deles promete mágica ou receita pronta. Eles oferecem método. E método exige mais do que boa vontade. Exige sair da zona de conforto.



Um dos caminhos mais consistentes validados por estudos acadêmicos é o chamado Budgeting Behavior Tracking, ou Acompanhamento do Comportamento Orçamentário.&nbsp;



A proposta é registrar cada gasto no momento em que acontece e acompanhar padrões com base em dados reais. Nada de suposições ou lembranças vagas do que “provavelmente” se gastou. Tem que ser na hora!



Scott Rick, da Universidade de Michigan, e Angela Hung, da RAND Corporation, mostraram que o simples ato de acompanhar os gastos em tempo real já modifica o comportamento.



Outro método, com uma lógica contraintuitiva, é o chamado reverse budgeting. Traduzindo para o português, é algo como “orçamento reverso”.&nbsp;



A lógica é a seguinte: em vez de separar o dinheiro depois que ele entra, como fazem as “caixinhas” mentais, aqui a divisão é feita antes, com base nos sonhos e objetivos definidos previamente.&nbsp;



Na prática, significa separar dinheiro para os seus sonhos e metas antes de gastar ou pagar qualquer conta.



E não pense você que essa lógica é estrangeira demais e não se aplica por aqui.&nbsp;



No Brasil, ela tem nome, sobrenome e CPF: Reinaldo Domingos. PhD em Educação Financeira, autor do best-seller Terapia Financeira, que desenvolveu a Metodologia DSOP.



Assim como em ambos os métodos que citei aqui, a essência da DSOP também prevê um raio X completo do seu orçamento, acompanhando detalhadamente cada gasto durante um determinado período.&nbsp;



E, da mesma forma, ela também te ensina a priorizar os seus sonhos, pagando primeiro a si mesmo antes de colocar a sua renda em qualquer lugar. E vai além.



O método brasileiro te mostra os melhores caminhos pra mudar seu comportamento diante do consumo, parar de gastar por impulso e direcionar o seu dinheiro para o que realmente importa: seus sonhos e metas.



Veja que há uma enorme diferença conceitual entre separar o dinheiro em “caixinhas” mentais e aplicar métodos validados e definir valores para as suas realizações.&nbsp;



Isso porque você não vai direcionar recursos sem antes se organizar, colocar os pés no chão e saber exatamente o que está fazendo.



Sem confusões mentais ou achismos: você vai redistribuir seus recursos de maneira inteligente e fugir de qualquer destino que não seja uma vida de plenas realizações.



Você não precisa de caixinhas mentais. Precisa de clareza, método e propósito.&nbsp;



Clareza pra entender que organizar o dinheiro só na sua cabeça não resolve.&nbsp;



Método pra agir com lógica e aprender a se organizar na prática.&nbsp;



E propósito, pra seguir firme e forte até o fim, sem desistir no caminho.&nbsp;



No fim das contas, não é o quanto você ganha que faz diferença, mas pra onde você direciona sua energia e seu dinheiro todos os dias.

Taxa de Administração e Taxa de Performance: o que são e o que significam para você?

Tiago Reis

Empreendedorismo: como construir um legado, com Raquel Teixeira e Cleusa Maria | Café com ADM 461

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Tiago Reis

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