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Hoje é dia do administrador e um momento oportuno para refletirmos a respeito do quanto avançamos na atividade de administrar. Antes de tudo, é preciso compreender o que é administração, para que seja possível discutir o quão próximos ou distantes estar-se-ia da eficácia nesta atividade que se pretende balizadora da eficácia empresarial e de todas as outras atividades realizadas dentro de uma organização.
Há 30 anos, Peter Drucker já apontava três objetivos para a administração: definir a missão da empresa e garantir que as atividades organizacionais busquem-na, tornar o trabalho produtivo e o trabalhador realizado e fazê-lo de maneira sustentável. Estes objetivos seriam perseguidos pela própria organização e por todo profissional cuja atividade afete os resultados organizacionais independente de seu cargo ou do profissional possuir subordinados ou não.

No entanto, em artigo premiado no EnANPAD, Prolegômeros a toda administrologia futura, Ariston Azevedo e Paulo Sérgio Grave, a administração foi proposta como uma ação virtuosa que ocorre dentro de uma organização visando um objetivo que se encontra fora dela, localizando-a em três atos: de iniciar, de mediar e de gerenciar.

Os objetivos definidos por Drucker e a definição proposta no artigo podem convergir. E precisam fazê-lo se a administração pretende revelar-se como prática virtuosa, capaz de promover o bem. Esta dimensão ética, como em toda profissão, precisa ser buscada considerando os objetivos próprios da administração, donde se conclui que é na análise de quão próximos estamos de atingi-los convenientemente que se pode auferir a eficácia administrativa.

Neste ponto, avançou-se bastante no primeiro objetivo, relativo à missão da empresa. Busca-se, na organização, que a empresa atue de maneira coordenada e sinérgica, dentro de um ramo de negócio definido, visando alcançar resultados almejados em termos operacionais e financeiros, a partir de uma estratégia e um posicionamento competitivo perceptível. Muito se avançou na capacidade empresarial de reunir os recursos financeiros, de capital, humanos e gerenciais convenientes para que a organização seja eficaz.

Avançou-se razoavelmente em relação ao terceiro objetivo, relativo à sustentabilidade. Percebe-se que os discursos empresariais assimilam cada vez mais a relevância de atenuar os impactos ambientais e sociais que suas atividades acarretam. Embora ainda se pense que responsabilidade ambiental é uma questão de benevolência ou parte de uma estratégia de marketing, o marketing de causas, com muitas ações como o Mc dia Feliz, pode-se permitir um certo otimismo em relação a este objetivo, considerando que ao menos problematizada esta questão têm sido.

Contudo, é no objetivo de tornar o trabalho produtivo e o trabalhador realizado onde mais é preciso avançar. Nem mesmo se discute adequadamente como fazer para articular o valor existencial do trabalho e o seu valor econômico. Este objetivo não pode encerrar-se em discussões encerradas nas áreas de recursos humanos das empresas, ele precisa impregnar o planejamento estratégico e as atividades organizacionais.

É preciso que as empresas adotem tecnologias e gerenciem seus projetos de mudança baseadas no diálogo interno, tomando decisões negociadas e dando autonomia para seus profisssionais inovarem e projetarem sua subjetividade em seu trabalho. Este é um grande desafio para a geração Y de administradores que exige das empresas esta postura, mas precisará ser capaz de produzi-lo, pois as organizações, da maneira como são atualmente administradas, ainda não deram a este aspecto do trabalho, a atenção que efetivamente necessita para alavancar os resultados organizacionais e sua capacidade de promover a felicidade humana.

Desafios para a nova geração de administradores

Hoje é dia do administrador. Eis uma oportunidade para discutirmos como tornar o trabalho produtivo e o trabalhador realizado.Este é um grande desafio para a geração Y de administradores que exige das empresas esta postura, mas precisará ser capaz de produzi-lo.

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Administradores | Conhecimento para Resultados

Num dos seus diálogos mais intrigantes, Mênon, Platão comenta sobre o problema da superficialidade, que nos encerra em fragmentos de conhecimento, suportando uma decisão equivocada. O contato inconveniente e relapso com a informação acarretaria na apreensão partida da verdade factual, conduzindo-nos a equívocos conceituais e, portanto, nas nossas decisões e ações. 
Henry Mintzberg, em seu célebre artigo "Managers job's: folklore and fact", publicado na Harvard Business Review em 1990 e revisado e ampliado no seu mais recente estudo publicado no Brasil, "Managing: desvendando o dia a dia da gestão", apontou que a maior parte das decisões administrativas baseiam-se em informações assimiladas a partir de sua rede de contatos, dentro e fora da organização, muitas delas rumores, fofocas e "intuições".
O pesquisador e consultor em administração constatou ainda que grande parte do tempo dispendido pelos executivos direciona-se para apagar incêndios, participação em rituais e cerimônias próprias do cargo e o esclarecimento de dúvidas da sua equipe, superiores e áreas pares.
 Para o autor, trata-se de um contraponto à proposta por uma administração científica e objetiva baseada na ênfase no planejamento e controle, tornando necessária a proeminência da compreensão e aperfeiçoamento da face coordenadora da atividade administrativa.
E isto porque a compreensão da administração inclui a análise das três perspectivas inerentes à eficaz coordenação do trabalho de subordinados: a liderança, a comunicação e a tomada de decisões, que não poderia ser atingida ignorando a relevância do aspecto informal da atividade, a partir da qual seria possível desenvolver e explorar as potencialidades da sua equipe, buscar e disseminar informações e tomar decisões rápidas para corrigir os problemas imprevisíveis causados pelo próprio sucesso das ações planejadas.
 Disto decorre que grande parte do desafio inerente à administração do tempo dos administradores, deve-se às consequências da centralização da informação e ao pobre envolvimento de sua equipe no processo de planejamento e feedback dos seus projetos, táticas e estratégias.
Para que o executivo consiga dedicar-se aos aspectos analíticos do seu trabalho, portanto, é preciso superar o "dilema da delegação" e da "formalização", equilibrando a comunicação formal e informal, o empoderamento da sua equipe e a mediação com os seus stakeholders internos e externos; abrindo espaço para uma investigação cuidadosa e objetiva da organização, seu planejamento estratégico, orçamento, projetos integrados, em sua relação com o seu ambiente institucional e mercadológico.
É tempo de impregnar o trabalho de uma racionalidade fundada na comunicação!

Comunicação: O fundamento da liderança eficaz

Nietzche escreveu a obra "Crepúsculo dos ídolos, ou como filosofar com o martelo" em 1888, o que de modo algum significa que deixara de ser atual. Por outra, na obra apresentada como uma crítica à filosofia socrática em seu desenvolvimento platônico, o filósofo alemão argumentara que por trás dos ídolos, dos heróis, existia uma história de fracasso, dor e sofrimento.
 
Nietzche pretendera destacar que a consagração não era produto apenas de genialidade ou virtude, mas, acima de tudo, pela capacidade de aprender com o fracasso e a decisão de suportar a dor que o projeto histórico assumido pelo herói, pelo mito, revolucionário, ou seja lá como se queira definir o responsável por admiráveis contribuições ao progresso social, traria consigo como imperativo:
Na contemporaneidade, mesmo àqueles que não se julgam ou pretendem líderes ou heróis, precisam aprender a converter dor em realização a fim de escaparem das armadilhas que a organização do trabalho na atual fase do desenvolvimento capitalista, marcada pelo desenvolvimento das tecnologias móveis de comunicação, reservam para nossas vidas.
Não que as tecnologias em si sejam necessariamente boas ou más, mas o fato é que sua utilidade enquanto ferramenta de comunicação útil para o trabalho cooperativo, o incremento e reforço dos nossos vínculos identitários e associativos, compete com seu uso enquanto meio para nos desviar de nossa trajetória de vida, prendendo-nos dentro de afetos relacionados a interesses estranhos, seja do chefe que nos acorda de madrugada para tirar uma dúvida banal, daquele chato que resolve comentar sobre um fato banal em seu cotidiano como se fosse algo de interesse público, ou mesmo da empresa que resolve interromper nossas atividades para anunciar sua "nova" e "irresistível" oferta de serviço.
A revista Caros Amigos deste mês, através da publicação da edição especial "Males do mundo atual" (julho/12), contribuiu bastante para a revelação do paradoxo de um tempo histórico marcado pela emergência de possibilidades de organização e comunicação humana impressionantes, com a sujeição do ser à uma espetacularização que o reduz a um objeto simulado de maneira a parecer contraditoriamente feliz e desprovido de qualquer engajamento.
Dialeticamente aprisionados dentro de um lazer reificado e apresentado como remédio a um trabalho extenuante e alienante, a espetacularização consistiria na emergência de uma sociedade onde a imagem (publicidade) seria valorizada dentro de uma estética que destaca seu desenvolvimento técnico, mas ignora suas possibilidades conscientizadoras, tornando-se mesmo instrumento para a construção de um simulacro, uma deformação da realidade que a transmutaria em ideologia de um mundo hedonista e sem sofrimento ao alcance de todo aquele que decidir fazê-lo, impregnando o sucesso da idéia de ausência de dor e preocupação.
No entanto, o que se revela é que o tempo atual é marcado pela depressão e a acentuação de doenças ocupacionais associadas à impossibilidade, ou pelo menos, à dificuldade em se constituir uma trajetória de vida autônoma porque sujeita a um trabalho onde se deve apenas cumprir ordens e servir como "braço" no trabalho, enquanto o lazer torna-se cada vez mais objeto da manipulação de empresas de serviço que nos vendem "experiências" e entregam um lazer estúpido e enfadonho.
Esta constatação é antes de tudo um convite para que reflitamos sobre como lidar com tais questões a fim de constituirmos um ambiente de trabalho menos marcado pela disputa por poder e mais pelo diálogo e o trabalho em equipe direcionados para um objetivo compartilhado e ético, capaz de articular efetivamente os objetivos da administração eficaz: tornar o trabalho realizador e produtivo de maneira sustentável e entregando serviços relevantes, onde o que se comunica é o que se pretende entregar pelo seu valor dentro da trajetória de vida do consumidor e não como compensação pobre de uma vida narcisista e marcada pelo sofrimento e a depressão.
Mais informações: http://leesebrasil.blogspot.com.br/

Martelando e comunicando um novo tempo

A corrupção está em evidência não apenas no Brasil, mas em todo o mundo e isto não é mera coincidência ou apenas uma estratégia da direita para retomar o poder no Brasil, EUA e alhures. Estamos diante de um momento de inflexão histórica em que a crise de crédito, a emergência de novos países na geopolítica global, novas tecnologias revolucionárias e uma crise gerencial e moral atingem a humanidade.
 
Ao mesmo tempo que enxergamos o crescimento de movimentos sociais em busca de utopias tidas como anacrônicas até bem pouco tempo, vê-se a ascenção de movimentos de cunho fascista como o Tea Party nos EUA. Isto tudo revela que estamos diante de uma profunda crise social. Não apenas diante de uma crise econômica ou gerencial.
 
Assim como em 1929, a crise gerou um novo modelo de interação entre o estado e a economia no campo econômico, será preciso rever o equilíbrio entre as economias nacionais para acomodar os emergentes em ascenção. A velha dicotomia países centrais versus periféricos em que os primeiros sustentavam parte do seu desenvolvimento a partir do empobrecimento do segundo precisará ser revista. A desregulamentação financeira, idem. E o papel do estado indutor no desenvolvimento também precisará ser retomado.
 
No que se refere à corrupção, uma vez mais se percebe que a crise moral é produto de uma sociedade que se configura a partir do sacrifício existêncial em prol do consumo conspícuo. Esta realidade, em que o trabalho se baseava na organização burocrática produtora de alienação tornou-se ineficaz. Hoje a inovação é elemento chave da competitividade de modo que precisaremos cada vez mais do trabalho consciente que articule o ser no seu tempo através do trabalho.
 
O consumo fútil revela-se cada vez mais anti-ético e a humanidade terá de aprender cada vez mais a produzir de maneira sustentável. Mas a questão é mais profunda. É através do trabalho que o homem constrói e aperfeiçoa o seu habitat, lócus da sua existência: a sociedade. Alienado desta construção, resta ao homem evadir-se por meio das drogas, da promiscuidade, do consumismo. Participando de maneira efetiva, o homem trabalha de maneira motivada e consome o que é útil para a sua existência e passa a exigir que a comunicação de marca espelhe este valor.
 
A crise de 29 produziu avanços, mas também muitos retrocessos, como o fascismo e uma guerra mundial, contribuindo para a modernização do nosso país. Hoje podemos avançar muito em termos socio-econômicos e, por isso, o combate à inflação não pode sacrificar nosso crescimento. No entanto, uma discussão fundamental precisa ser feita: é hora, cada vez mais, de nos empenharmos para tornar o trabalho produtivo e o trabalhador realizado.
 
Este é caminho para que possamos aproveitar a oportunidade histórica de reconfigurar uma sociedade em que as oportunidades de auto-realização estão apropriadas pelos proprietários dos meios de produção, conferindo ao homem a autoridade sobre o seu destino. Crise é sempre o momento de decisão e os adminstradores podem participar da sua superação, assumindo o objetivo delineado por Drucker há 40 anos e jamais assumido efetivamente pelos administradores.

Desafios para a nova geração de administradores

Felipe

Como formar líderes na sua empresa, com Luis Vabo

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