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O mercado do turismo já passou por diversas crises. Porém, há mais de 30 anos acompanhando e participando deste setor, nunca se imaginou passar pelo momento que vivemos, não havia como prever algo como a pandemia e este déficit em um mercado que só cresceu nos últimos anos. Assim, como anunciou a Organização Mundial do Turismo (OMT) esta é a pior crise desde sua criação, em 1950. 
A quebra econômica de empresas em locais que viviam do turismo, o desemprego aumentando e todos precisando se reinventar de alguma maneira, foi algo inédito. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), desde março o setor já perdeu cerca de R$ 122 bilhões. 
Considerando que o turismo foi um dos primeiros segmentos a ser impactado mundialmente, provavelmente, será o último a retornar totalmente. Segundo os índices de crescimento que vínhamos acompanhando nos últimos anos até 2019, para o turismo, o ano de 2020 era muito promissor e sofreu um grande impacto e declínio. Inclusive, avaliações mostram que poderemos ter que aguardar até 2023 para termos uma retomada total deste mercado. 
A ocasião pede união e considerações para esta fase difícil, mas a confiança de que vai passar e que vamos nos adaptar aos novos hábitos e necessidades, nos sentimos cada vez mais seguros, fazendo com que os viajantes retomem a motivação para novas aventuras e que voltem a se planejar para esta retomada tão esperada, e que vêm se tornando efetiva com a eminência de uma vacina em médio prazo. 
De fato, essa pandemia mostrou que viajar não é luxo, é necessidade. Além de criar memória afetiva, o que é indestrutível, amplia a mente, estimula a autoestima, o convívio, o compartilhamento de emoções e proporciona inúmeros benefícios físicos, cognitivos e psicológicos. Todos esses são fatores importantes para resgatarmos, neste momento de muitas notícias ruins, principalmente, após um período de confinamento, o desejo de viajar. 
Para o futuro, ainda incerto, será natural que as pessoas queiram usufruir da liberdade, da natureza e de novas experiências na companhia de amigos e familiares, em ambientes diferentes e fora de casa. Certamente será cada um a seu tempo, conforme adquirirem segurança, confiança, condições financeiras, desejos e disponibilidade. Também acredita-se que as primeiras viagens serão regionais, para locais mais próximos das cidades de origem e, aos poucos, com o aumento da confiança, a distância aumentará. Paralelamente a retomada das viagens de lazer, as viagens corporativas também começarão a aquecer o mercado. Inclusive, já estamos vendo, gradativamente, essa retomada. 
Enquanto isso, o tempo é usual para atualizações de novos procedimentos de retomada e de novos protocolos de segurança. Buscando sempre melhorar, pois entende-se que, mais do que nunca, a assistência do Agente de Viagens, na assessoria completa, com as informações atualizadas e seguras, será um diferencial de suma importância para viajar.

Confiança: A palavra chave para a retomada no turismo

Considerando que o turismo foi um dos primeiros segmentos a ser impactado mundialmente, provavelmente, será o último a retornar totalmente.

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O campo turístico possui diversos conceitos, entretanto segundo a menção de uma conferência em 1991 da Organização Mundial do Turismo esse setor pode ser definido como “o turismo compreende as atividades realizadas pelas pessoas durante suas viagens e estadias em lugares diferentes de seu entorno habitual, por um período de tempo consecutivo inferior a um ano, tendo em vista lazer, negócios ou outros motivos”. Essa operação turística integra a esfera terciária da economia; os continentes mais visitados anualmente são o europeu e o asiático e no Brasil o estado que recebe mais turistas é o Rio de Janeiro. Contudo, esse âmbito apresentou crescimento contínuo até 2019 e com a pandemia causada pela covid-19 o setor foi um dos mais impactados.O cenário atual permite considerar que viagens internas se tornaram o principal foco para a revitalização do turismo, isto significa que o aumento desse tipo de deslocamento gera oportunidades de recuperação gradual. A Organização das Nações Unidas aposta que o turismo doméstico irá amparar o impacto econômico causado pela covid-19, desta maneira os estudos e análises da Organização Mundial do Turismo mostram que os países estão incentivando os viajantes nativos, um exemplo é os Estados Unidos que possui o maior mercado nacional doméstico turístico do mundo com cerca de US$ 1 trilhão em gastos seguido pela Alemanha e pelo Japão.As consequências socioeconômicas em decorrência da pandemia fizeram o Ministério do Turismo brasileiro tomar medidas para redução dos efeitos negativos, assim foi criado o programa Retomada do Turismo que está dividido em quatro eixos: preservação de empresas e empregos no setor de turismo; melhoria da estrutura e da qualificação de destinos; implantação de protocolos de biossegurança; promoção e incentivo às viagens, esse plano acredita que com as ações voltadas para prevenção validados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) juntamente com a dos próprios turistas constrói-se o caminho para garantir que a retomada aconteça sem colocar em risco o aumento de casos da doença.O período pós-pandemia requer adaptação para suprir as novas necessidades dos turistas. O diretor-executivo da CVC Corp, Luciano Guimarães, fez uma análise desse momento: “Ao invés de as viagens serem fechadas por impulso, decididas de repente, tudo vai ser mais planejado. O viajante vai avaliar muito bem o destino, os protocolos de limpeza dos hotéis – mesmo porque todos nós estamos mais exigentes com limpeza –, como foram as experiências de outras pessoas. Em outras palavras, o agente de viagens vai se tornar ainda mais consultivo, já que vai ter que reunir muito mais informação do que antes”.Ou seja, esse segmento provavelmente terá como principal foco a reinvenção e essas mudanças impactam ainda mais as decisões dos clientes, diante disso é importante adequar-se às novas exigências de uma viagem pós crise global.O turismo possui um grande potencial em termos de maiores interesses da população. De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas o principal desejo dos brasileiros para o pós-pandemia é viajar, e diante disso as agências apresentam estratégias para atrair turistas como descontos, programas de fidelidade, pacotes exclusivos, novas parcerias com hotéis, promoções e expansão de portfólio.Considerando as ações de companhias de voos, um exemplo foi a iniciativa tomada pela Azul Linhas Aéreas que anunciou seus próximos planos para expansão da sua malha, o intuito é operar três destinos inéditos a partir do segundo semestre do ano, que são: São Gabriel da Cachoeira (AM), Ponta Porã (MS) e Correia Pinto (SC) destinos que podem apresentar através disso crescimento econômico e turístico.Com o início da vacinação contra a covid-19 em diversos países o setor de turismo começou a pensar em sua reativação definitiva. Em um comunicado o secretário-geral da Organização Mundial do Turismo, Zurab Pololikashvili, disse que “as vacinas devem integrar uma abordagem mais ampla e coordenada com certificados e passes para viagens internacionais seguras”. Ele acredita que com a vacinação o turismo seguro será possível.O Brasil apresenta um processo longo de imunização, entretanto considera-se que eventualmente a vacinação deve viabilizar a abertura das fronteiras. A agilidade da retomada do turismo depende da vacinação em massa, nos Estados Unidos o setor já vive essa realidade, o aplicativo de reserva de viagens Hopper notou um crescimento considerável nas buscas por voos para o segundo semestre do ano, sendo assim o alinhamento da vacinação contribuiu para o progresso da economia e turismo.No Brasil, o turismo é responsável por cerca de 8% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional e produz renda para cerca de 10 milhões de brasileiros, por conta disso os profissionais do setor esperam recuperação das atividades e o aumento de demanda nos próximos meses ressaltando o incentivo às viagens com os protocolos de biossegurança.

Panorama da retomada do turismo

O desenvolvimento do turismo gira em torno da promoção de serviços turísticos, dois dos pilares essenciais dessa evolução são as Agências de Viagens e as Operadoras de Turismo, assim esse segmento tornou-se importante para a economia nacional. Segundo informações do Ministério do Turismo (MTur) e a Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV), atualmente existem aproximadamente 55 mil pessoas trabalhando em Agências, assim o faturamento anual gira em torno de 36 bilhões de reais e cerca de 80% dos pontos de venda são ocupados por micro e pequenas empresas.Os serviços que uma Agência de viagens oferece são focados no planejamento e realização das viagens de seus clientes, tendo em vista que atende as necessidades de locomoção e hospedagem dos envolvidos no processo. Considerando viagens corporativas, esse setor contribui para a gestão de toda a demanda da empresa contratante, propiciando soluções rápidas e eficazes. De acordo com os dados da Pesquisa Conjuntural de Viagens Corporativas (PCVC) o setor de viagens e eventos corporativos movimentou R$ 75,9 bilhões em 2019, um crescimento de 4% em relação a 2018 e somente não repetiu o esperado crescimento no ano consecutivo devido a pandemia causada pela Covid-19. Praticidade para as empresasTerceirizar a gestão de viagens corporativas é uma alternativa eficaz, pois para executar esse tipo de viagem é contemplada uma quantidade alta de tarefas que quando executadas por conta própria podem gerar uma sobrecarga. Quando uma agência recebe esse tipo de demanda pode ser avaliado em primeiro momento o motivo do deslocamento, os custos máximos, o tipo de hospedagem desejada, a segurança que abrange seguro-viagem para os colaboradores entre outros fatores. Desta maneira, é possível entender o contexto do que é estimado e através disso consegue-se elaborar um planejamento que viabilize a viagem. Uma Agência de Viagens providencia esse tipo de deslocamento e torna-se importante para traçar estratégias que atendam as necessidades do contratante empresarial. O diretor-executivo Eduardo Murad da Associação Latino-Americana de Gestores de Eventos e Viagens Corporativas (ALAGEV) afirmou que turistas corporativos gastam três vezes mais do que quem viaja a lazer, ou seja, para organizar esse tipo de deslocamento é necessária uma administração muito maior e mais específica.Portanto, a Agência de Viagens consultada para a locomoção desse setor corporativo além de conseguir suprir os desejos do cliente com mais facilidade também otimiza excesso de gastos, visto que possui fornecedores parceiros que auxiliam para a apresentação de preços competitivos.Outro benefício é o suporte para resolução de etapas burocráticas. Sobretudo, a contratação de profissionais do ramo é uma solução estratégica para o negócio e integra um considerável retorno em cima do investimento em um único tipo de planejamento, deste modo é alinhada às necessidades junto com os objetivos para gerar resultados que sejam satisfatórios para ambas as partes envolvidas.

A importância de uma Agência de Viagens para o deslocamento corporativo

Que a forma de fazer turismo não será mais a mesma nós já sabemos. Agora pensar que o brasileiro conhecido por sua hospitalidade, acolhimento, e também por ser esse povo ‘quente’ e do abraço amigo, ainda está longe de voltar a sua normalidade, coloca em reflexão que o contato e calor humano faz falta para o turismo nacional. A hotelaria está passando por um momento de revolução, e que inevitavelmente é o meio mais usado no turismo, mas que acaba sendo o mais afetado em termos de mudanças ou adequações, visto que precisa evitar aglomerações e o contato físico, o que traz uma grande revolução na maneira de hospedar e hospitalizar, mudando a cultura hoteleira. Pensando nisso, vale entender como será para o turismo nos denominados ‘meios de hospedagem’, que desenvolvido pelo ministério do turismo (mtur) com o sistema brasileiro de classificação de meios de hospedagem (SBClass) englobando hotel, pousada, resort, hotel fazenda, bed and breakfast ou cama e café, hotel histórico, flat ou apart-hotel, hostel ou albergue, casas de aluguel, guest house, pensão e motel e que se dividem em sete tipos de categorias dependo dos serviços oferecidos. Assim, como diz Camargo no livro Hospitalidade: Oportunidades e Desafios. “A Hospitalidade recomenda que o hotel entenda que tem uma dupla tarefa para bem atender ao seu hóspede: propiciar o maior conforto interno possível e o melhor contato possível com a comunidade visitada. Outra contribuição da hospitalidade para a hotelaria é mostrar que o elemento humano é tão ou mais importante que a qualidade da estrutura física.Fazendo com que atualmente a grande pergunta seja em como fazer com que os turistas e hóspedes se sintam confortáveis e acolhidos mantendo o distanciamento? Como única resposta, a resiliência de que encontraremos uma nova maneira, que com criatividade aprenderemos um novelo modelo para sobressair desta crise. E com a compreensão de que nenhuma tecnologia ou modernização isoladas irão encantar mais que a experiência humana do hóspede perceber o quão especial ele é para aquele lugar em que ele escolheu se hospedar.Grandes áreas como a de Alimentos e Bebidas (A&amp;B) sofrem alterações e adaptações, padrões de segurança, limpeza, tudo se faz necessário para reconquistar a confiança dos turistas, que mesmo com receios já mudaram um pouco ao estarem voltando aos poucos ao que estavam acostumados. Então, mesmo com certa dificuldade ou receio de contato, o atendimento especializado se faz ainda mais essencial agora. É a recepção e o atendimento que fará a diferença da concorrência. O mundo inteiro entende que a hospitalidade é a razão da hotelaria, e quem melhor para compreender isso senão os brasileiros, que lá no início, quando surgia este termo, já compreendiam essa maneira de hospitalizar, agradar, fazer o ‘sentir-se em casa’? Pois bem, a junção desta grande tecnologia, que fará com que, seu serviço ou produto seja, visto, somado ao jeito ‘abrasileirado’ de servir, fará a nova forma de turismo. Conforme diz Claudemir Oliveira, presidente e fundador do “Seeds of Dreams Institute”, devemos ter cuidado para que o serviço oferecido tenha um equilíbrio entre o high tech (automação/tecnologia) e o high touch (toque humano).Estamos voltando aos poucos, os turistas em viajar, e nós, guias de turismo, hoteleiros ou agentes de viagens, ao cuidar e preparar uma nova e única experiência para todos. Simone Andrade Barata - Natural de São Paulo, formada em Turismo e Sócia Diretora da Meri’s Viagens &amp; Lazer. Com grande experiência no turismo corporativo e de lazer, Simone tem mais de 30 anos de experiência trabalhando nas maiores Operadoras do mercado como Rextur, TSB – Travel Solutions Brazil, 55Destinos (Alatur), ADV Tours, Ambiental, entre outras. Atendimento à imprensa Meri's Viagens Collegato Comunica Marina Damásio - 11 99171-6472 (marina.damasio@outlook.com) Leonardo Mastini - 11 99202-9500 (leonardo@collegatocomunica.com.br)

O turismo brasileiro e a nova forma de hospedar

Marketing precisa de espaço para pensar, errar e construir. Não de reuniões para pedir licença. Porque quem não se impõe dentro, dificilmente será relevante fora



Muita empresa ainda trata o marketing como um apêndice. Um acessório bonito que serve para “fazer campanha”, mas que precisa justificar sua existência a cada reunião. Isso diz muito mais sobre a cultura do que sobre a área.



E, mais grave, revela um problema estrutural: quando o marketing precisa pedir licença pra existir, a empresa já começou perdendo.



Existe uma diferença fundamental entre tratar marketing como custo e enxergá-lo como valor.



Quando é visto como custo, o ponto de partida é corte. Controle. Restrição.



Quando é visto como valor, o ponto de partida é visão. Estratégia. Impacto.



Essa diferença muda o papel da área na empresa. No primeiro caso, ela vira operadora de tarefas. No segundo, vira agente de posicionamento.



E quem está na liderança precisa escolher de que lado quer jogar.





Enquanto o time de marketing tenta olhar pra fora — mercado, concorrência, percepção — boa parte da liderança ainda prende a área em discussões internas. Aquelas em que se precisa defender a verba, explicar a campanha, justificar a existência.



É um jogo de convencimento interno que drena energia e paralisa a estratégia.



O time vira mais advogado do próprio trabalho do que arquiteto da reputação da marca.



Em vez de criar, precisa se justificar.



Em vez de projetar futuro, precisa explicar o presente.



E a conta disso, uma hora, chega.



Toda marca começa como um reflexo da empresa. Da cultura. Das decisões que ninguém vê, mas que sustentam a narrativa que o mercado percebe.



Se internamente o marketing é ignorado, subestimado ou tratado como decoração, não adianta esperar confiança do lado de fora.



Porque reputação não é criada no post patrocinado. Ela nasce da coerência entre o que a empresa fala e o que ela vive.



Quando o marketing é visto apenas como “quem executa”, ele não sustenta influência. Nem dentro. Nem fora.



Autoridade se constrói com postura, não com cargo.



Se a área quer ser respeitada, precisa se comportar como estratégica. Precisa falar de negócio, não só de criação. De valor, não só de verba.



Isso exige mudança de tom. De presença. E, principalmente, de mentalidade.



Se você está num ambiente em que o board ainda não entende o papel estratégico do marketing, alguns passos ajudam:



Troque estética por impacto.



Mostre como cada ação conecta com o negócio. Traduza comunicação em resultado.



Antecipe riscos e oportunidades.



Traga visão. Mostre o que está em jogo ao não investir em marca.



Eduque sem soberba.



Nem todo líder teve proximidade com marketing estratégico. Contextualize, sem tentar ensinar.



Participe da estratégia.



Não espere ser chamado. Se posicione. Traga ideias. Peça lugar na mesa com consistência.



No fim das contas, a marca que o mercado respeita começa com uma empresa que confia no próprio posicionamento.



Marketing precisa de espaço para pensar, errar e construir. Não de reuniões para pedir licença.



Porque quem não se impõe dentro, dificilmente será relevante fora.

Quando o marketing precisa pedir licença pra existir

A identidade de uma organização é articulada por meio de sua missão, visão e valores



No cenário empresarial contemporâneo, a dissociação entre as práticas de gestão de pessoas e a estratégia do negócio é um anacronismo insustentável. Nenhuma função de Recursos Humanos ilustra melhor essa realidade do que a de Treinamento e Desenvolvimento.



Iniciativas de T&amp;D desvinculadas da identidade cultural e dos imperativos estratégicos da organização representam não apenas um desperdício de recursos, mas uma oportunidade perdida de construir as capacidades que efetivamente impulsionarão o sucesso a longo prazo.



O T&amp;D estratégico atua precisamente nessa intersecção, servindo como a ponte que conecta o potencial humano à execução da estratégia, utilizando a cultura organizacional como o terreno sobre o qual essa ponte é construída.



A identidade de uma organização é articulada por meio de sua missão, visão e valores. Esses elementos não são meras declarações para decorar murais corporativos; eles formam a "espinha dorsal filosófica" da empresa, guiando a tomada de decisões e o comportamento esperado de seus membros. O papel do T&amp;D é traduzir esses conceitos, muitas vezes abstratos, em competências e comportamentos observáveis e mensuráveis no dia a dia.



Missão (A Razão de Ser): A missão declara o propósito fundamental da organização – por que ela existe. O T&amp;D é a principal ferramenta para garantir que cada colaborador compreenda e se conecte com esse propósito. O programa de integração (onboarding) é o primeiro e mais crítico momento para essa conexão.&nbsp;



Visão (Onde se Quer Chegar): A visão é a declaração ambiciosa do futuro desejado pela organização. Ela é, por natureza, um alvo em movimento que exige novas capacidades para ser alcançado. É aqui que o T&amp;D assume seu papel mais proativo. A área deve trabalhar em conjunto com a alta liderança para realizar um mapeamento das competências futuras (future skills). O T&amp;D, portanto, não apenas suporta a visão, mas constrói ativamente o caminho para que ela seja alcançada.





Valores (As Regras do Jogo): Os valores representam os princípios e crenças inegociáveis que guiam o comportamento de todos na organização. Se a missão é o "quê" e a visão é o "onde", os valores são o "como". O T&amp;D é o mecanismo central para ensinar, reforçar e avaliar a vivência desses valoresConforme define o renomado estudioso da cultura, Edgar Schein (2010), os valores só se tornam parte da cultura quando são consistentemente ensinados e reforçados pelos líderes. O T&amp;D é o principal agente desse reforço deliberado.



<h2 class="wp-block-heading">Diagnóstico da cultura organizacional e seu impacto na aprendizagem</h2>



A cultura organizacional pode ser definida como um conjunto de pressupostos básicos compartilhados que um grupo aprendeu ao resolver seus problemas de adaptação externa e integração interna.&nbsp;



Ignorar a cultura existente ao planejar uma iniciativa de T&amp;D é a receita para o fracasso. A cultura age como um sistema imunológico, podendo rejeitar qualquer iniciativa que não esteja em harmonia com seus pressupostos básicos. Portanto, o diagnóstico cultural é uma etapa prévia indispensável para o T&amp;D estratégico. Um dos modelos mais úteis para esse diagnóstico é o Modelo de Valores Concorrentes (Competing Values Framework) de Cameron e Quinn (2011), que classifica as culturas em quatro tipos principais:



Cultura de Clã (Colaborativa): Focada internamente e flexível. Assemelha-se a uma grande família. Valoriza o trabalho em equipe, o envolvimento e o consenso.&nbsp;



Cultura de Adhocracia (Criativa): Focada externamente e flexível. É um ambiente dinâmico e empreendedor. Valoriza a inovação, a experimentação e a tomada de riscos.&nbsp;



Cultura de Mercado (Competitiva): Focada externamente e controladora. É uma organização orientada para resultados. Valoriza a competitividade, a participação de mercado e o alcance de metas ambiciosas.&nbsp;



Cultura de Hierarquia (Controladora): Focada internamente e controladora. É um local de trabalho formal e estruturado. Valoriza a eficiência, a estabilidade, as regras e os processos.&nbsp;



A cultura também determina o nível de segurança psicológica, um conceito fundamental desenvolvido por Amy Edmondson (1999). A segurança psicológica é a "crença compartilhada pelos membros de uma equipe de que o ambiente é seguro para a tomada de riscos interpessoais". Em uma cultura com alta segurança psicológica, os colaboradores sentem-se à vontade para fazer perguntas, admitir erros e propor novas ideias sem medo de punição ou humilhação. É impossível criar uma organização que aprende sem segurança psicológica. O T&amp;D, portanto, não só precisa adaptar seus métodos à cultura, mas também deve ser um agente ativo na construção de uma cultura de segurança psicológica, principalmente através do desenvolvimento de lideranças que saibam como criar tais ambientes.

T&amp;D e o alinhamento com a cultura e estratégia organizacional

Em um mundo corporativo cada vez mais orientado por métricas, relembrar que a inovação é um fenômeno humano é um gesto quase político



Inovar é, em essência, um ato humano. Embora muitas vezes associada a tecnologia, processos e metodologias, a inovação nasce de pessoas em interação, de olhares que se cruzam e de conversas que desafiam o óbvio. Entender como as ideias surgem e se sustentam dentro das empresas exige uma abordagem que vá além dos indicadores e planilhas. É preciso escutar, observar e interpretar o que se passa nos espaços invisíveis onde o novo começa a se formar. É nesse ponto que a pesquisa qualitativa oferece sua contribuição mais valiosa.



A pesquisa qualitativa permite compreender a inovação a partir do cotidiano organizacional, onde a criatividade se manifesta em gestos sutis, nas trocas informais de corredor, nas dúvidas e até nas resistências. Enquanto os métodos quantitativos medem resultados e desempenho, os qualitativos ajudam a entender os significados e as condições humanas que tornam o surgimento de ideias possível.



Um grupo focal, por exemplo, pode revelar o modo como diferentes colaboradores percebem o espaço para arriscar ou o medo de errar. Entrevistas em profundidade podem mostrar como a cultura de uma empresa incentiva ou sufoca a imaginação.



A criatividade dentro das organizações não é apenas um talento individual, mas um fenômeno coletivo. Uma ideia inovadora raramente nasce isolada; ela se forma na tensão entre perspectivas distintas, nas negociações de sentido entre áreas e níveis hierárquicos. Pesquisas qualitativas captam justamente essa teia de relações, onde o novo precisa ser legitimado para sobreviver. Compreender como uma ideia ganha corpo é observar como ela é contada, defendida e traduzida em linguagem compreensível para a estrutura da empresa.



Ao investigar a inovação sob a ótica qualitativa, o pesquisador mergulha nas narrativas que as pessoas constroem sobre o próprio processo criativo. São histórias que revelam obstáculos, medos e pequenas vitórias. Escutar esses relatos permite perceber que a inovação não acontece apenas quando algo é implementado, mas também no momento em que uma nova possibilidade é imaginada. A pesquisa qualitativa oferece um olhar capaz de enxergar valor no esboço, na tentativa e no aprendizado que antecede o sucesso visível.



Um aspecto fundamental que emerge dessas investigações é o papel da cultura organizacional. Ambientes que valorizam o diálogo, a confiança e a experimentação tendem a gerar mais espaço para o pensamento criativo. Quando o erro é interpretado como parte do processo, e não como fracasso, as pessoas se sentem mais dispostas a propor ideias. Por outro lado, culturas marcadas por rigidez e controle produzem medo e autocensura. A escuta qualitativa torna possível identificar esses climas subjetivos e compreender como eles moldam o comportamento criativo.



Outra dimensão importante é o poder simbólico das narrativas internas. Em muitas empresas, a inovação é tratada como um valor institucional, mas nem sempre vivida na prática. As pesquisas qualitativas ajudam a revelar essa distância entre o discurso e a experiência real dos colaboradores. Entrevistas e observações etnográficas mostram que a inovação só se sustenta quando é incorporada ao cotidiano, quando passa a fazer parte da forma como as pessoas pensam e trabalham juntas.



A criatividade organizacional também depende de espaços de encontro. As ideias precisam circular para se fortalecer. Em um grupo focal, por exemplo, o pesquisador pode observar como as pessoas constroem novas associações ao ouvir as experiências dos colegas. É nesse movimento de troca que as ideias se transformam e amadurecem. O ambiente colaborativo funciona como um terreno fértil onde uma faísca individual encontra combustível coletivo.



A sustentabilidade de uma ideia dentro da empresa está ligada à sua capacidade de gerar sentido compartilhado. Não basta ser original; é preciso ser compreendida, apoiada e traduzida em ação. A pesquisa qualitativa mostra que essa sustentação simbólica depende tanto da comunicação quanto da emoção. As ideias que sobrevivem são aquelas que tocam as pessoas, que as fazem acreditar em um propósito comum. Entender esse percurso é entender também os laços humanos que sustentam a inovação.



Por meio da observação participante, o pesquisador pode perceber os microgestos que indicam o nascimento de uma ideia: um olhar curioso, um comentário que desvia do padrão, uma conversa que muda o rumo de uma reunião. Esses sinais, muitas vezes despercebidos em métodos tradicionais, revelam o caráter sensível e relacional da criatividade. São momentos efêmeros, mas decisivos, que só se tornam visíveis para quem está disposto a escutar e interpretar além do que é dito explicitamente.



As empresas que compreendem a importância dessa dimensão qualitativa conseguem criar condições mais reais para a inovação. Elas reconhecem que a criatividade não se impõe por decreto, mas floresce quando há liberdade, confiança e diversidade de vozes.



O papel do pesquisador, nesse contexto, é ajudar a tornar visível o invisível, traduzindo as dinâmicas humanas que sustentam o pensamento criativo.



A abordagem qualitativa também contribui para entender por que certas ideias não prosperam. Muitas vezes, uma proposta inovadora é rejeitada não por sua inviabilidade técnica, mas por ameaçar valores, hierarquias ou identidades estabelecidas. Analisar esses bloqueios requer sensibilidade interpretativa e escuta atenta dos significados que circulam dentro da organização. O fracasso de uma ideia pode revelar muito sobre os limites simbólicos da empresa, sobre o que ela está disposta ou não a mudar.



No fundo, a pesquisa qualitativa sobre inovação e criatividade fala de gente, não de processos. Fala de como as pessoas encontram espaço para imaginar o diferente, de como traduzem seus medos em tentativas e de como o coletivo pode se tornar um ambiente de inspiração ou de silenciamento. Ao olhar para a inovação com essa lente, o pesquisador amplia o entendimento sobre o que realmente sustenta as ideias novas: a confiança nas relações, a liberdade de expressão e a capacidade de aprender com a diferença.



Em um mundo corporativo cada vez mais orientado por métricas, relembrar que a inovação é um fenômeno humano é um gesto quase político. É reconhecer que antes de qualquer resultado há histórias, vínculos e experiências compartilhadas. E que a criatividade, quando compreendida qualitativamente, deixa de ser um atributo individual para se tornar uma forma de convivência produtiva.



A pesquisa qualitativa, ao capturar esses significados, ajuda as empresas a verem a inovação não apenas como um objetivo, mas como um processo vivo, cheio de contradições e possibilidades. Com esse olhar ampliado, é possível não apenas gerar ideias novas, mas entender o que faz com que elas encontrem raízes, cresçam e transformem a realidade organizacional de dentro para fora.

Confiança: A palavra chave para a retomada no turismo

Simone Andrade Barata

O papel estratégico do ERP na era da IA | Café com ADM 471, com Valmir Hammes, da Senior

O papel estratégico do ERP na era da IA | Café com ADM 471, com Valmir Hammes, da Senior

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Simone Andrade Barata

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