Com batidas envolventes e um alcance impressionante, esses gêneros têm atraído a atenção de marcas de peso no mercado, impulsionando uma lucrativa parceria publicitária O funk e o trap têm se consolidado como potências na indústria musical, ultrapassando as fronteiras do Brasil e conquistando novos públicos ao redor do mundo. Com batidas envolventes e um alcance impressionante, esses gêneros têm atraído a atenção de marcas de peso no mercado, impulsionando uma lucrativa parceria publicitária. A GR6, uma das principais produtoras de funk e trap no país, já acumulou R$ 10 milhões em contratos de publicidade em 2024, consolidando-se como referência no setor. A repercussão internacional do funk é clara, com exemplos como os jogadores espanhóis Lamine Yamal e Nico Williams, que recentemente usaram músicas de funk brasileiro para promover um jogo da seleção espanhola contra a França. Em paralelo, a cantora Anitta tem levado o funk a novos patamares com sua turnê “Funk Generation,” que conta com músicas em espanhol e inglês e lotou arenas nos EUA e na Europa. No Brasil, a produtora GR6, liderada por Rodrigo Oliveira, conquistou uma presença sólida não só nas paradas musicais, mas também no mercado publicitário. Segundo Renan França, diretor-comercial e de criação da GR6, a demanda crescente por funk e trap reflete o imenso engajamento orgânico dos artistas desses gêneros. “As marcas querem estar onde o público está, e hoje, funk e trap são os gêneros mais populares no país”, comenta França. Com 42 músicas no top 200 do Spotify, o impacto é inegável, atraindo marcas como Itaú, Bradesco, Vivo, Netflix, Lacoste, e outras. A GR6 também vem colecionando prêmios no Cannes Lions, o maior festival de criatividade do mundo. Em 2023, a produtora conquistou um Leão de Bronze na categoria Social & Influencer com a peça “Others MC’s”, feita para a marca Africa Creative. Em 2024, foi premiada novamente na categoria Outdoor com a peça “The Cruise Heist”, uma campanha criada para a Netflix em parceria com a agência Galeria. Esses prêmios são considerados um marco para a produtora, que busca quebrar estereótipos e abrir novas portas para o funk e o trap no mercado publicitário global. O crescimento desse movimento, entretanto, não foi imediato. França relembra que marcas de luxo, como Lacoste e Johnnie Walker, inicialmente se opunham a serem mencionadas nas músicas. No entanto, ao perceberem o impacto positivo e a conversão resultante dessa exposição, mudaram de postura. “Hoje, a Lacoste é uma de nossas parceiras mais próximas, e temos artistas como MC Hariel atuando como embaixadores da marca”, destaca o diretor. Apesar das conquistas, o preconceito ainda é um desafio. França explica que o funk e o trap frequentemente precisam se provar para serem valorizados no mercado. “Já fizemos trabalhos de graça para mostrar o nosso valor e quebrar as barreiras. É um esforço constante, mas estamos no caminho certo”, afirma.