SÃO PAULO, 10 Mai (Reuters) – Enquanto o Brasil corre para terminar a tempo os estádios da Copa do Mundo de 2014, o Twitter está trabalhando para gerar receita com que o que o chefe de receitas da empresa, Adam Bain, descreveu como enorme oportunidade de negócio. Um grande gasto em consumo, uma penetração ainda baixa da Internet e a rápida adoção de smartphones fizeram do país um mercado atraente para o Twitter e outros gigantes da indústria. Com a rápida aproximação da Copa do Mundo, e os Jogos Olímpicos Rio de 2016 logo à frente, o Brasil é o tipo de oportunidade que uma empresa sob pressão para monetizar os seus 200 milhões de clientes não quer perder. “Você pensa sobre os próximos 10 anos no Brasil, e vai ser realmente impressionante a partir da perspectiva dos negócios”, disse o presidente global de receita do Twitter, em entrevista em São Paulo nesta semana. “O Brasil é a maior oportunidade que vemos na América Latina e, francamente, em todos os mercados”, disse o executivo. “É por isso que vamos continuar a investir fortemente aqui.” A Copa e as Olimpíadas são vistas pelo Brasil como oportunidades para mostrar seu novo status como potência econômica emergente. Mas a apenas um ano do apito inicial, o país tem dificuldades em completar os seus novos estádios e construir obras de infraestrutura fundamentais, tais como redes de telefonia móvel 4G. Para o Twitter, esses eventos também são cruciais. A companhia de São Francisco bateu recordes de tráfego durante os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, e lançou um novo modelo de integração com executivos de televisão que Bain considera uma parte importante da estratégia de negócios. A empresa de microblog ganha dinheiro vendendo seus “tweets promocionais”, ou propagandas em forma de mensagens que os usuários recebem entre os seus tweets. A empresa deve gerar cerca de 600 milhões de dólares em receitas este ano, segundo a empresa de pesquisa eMarketer. Bain, o homem encarregado de transformar a enorme base de usuários do Twitter em dinheiro, veio ao Brasil para conversar com empresários que estão começando a desenhar suas estratégias para a Copa do Mundo e as Olimpíadas. “Muitos dos acordos mais estratégicos que temos assinado com anunciantes, que são globais e para vários anos, incluem o trabalho que eles querem fazer aqui no Brasil durante a Copa do Mundo e as Olimpíadas”, disse ele. O desafio não é tanto explicar para os anunciantes porque devem incorporar a plataforma de microblogging em suas estratégias de marketing, mas mostrar-lhes como. (Reportagem de Esteban Israel)