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Através das redes sociais, jovens combinam de se encontrar em grandes shoppings da cidade. O motivo? Confesso que até o momento não sei. Combinam pela simples razão de combinar. Encontram-se pelo simples motivo de se encontrar. Ou pelo menos era assim no início.
Depois do primeiro evento, os responsáveis pelos shoppings ficaram preocupados &#8211; e com muita razão para isso. (Explico mais tarde.) Ato contínuo, tomaram providências para evitar riscos, tanto às pessoas que frequentam os locais, quanto ao patrimônio de quem os paga para zelar.
Então, como de hábito, vêm os defensores das minorias (que, neste caso, é maioria, mas não vem ao caso), das liberdades, dos inocentes e desprivilegiados. Sem pestanejar, traçam uma grossa e definitiva linha separando estes dos ricos, poderosos, segregacionistas, nazistas, fascistas, usurpadores, elitistas, arianos e assemelhados. Chegaram a sugerir a formação de um apartheid.
Então, como de hábito novamente, somos todos obrigados a aceitar essa divisão e escolher um lado. Porque se você é legal, você tem que defender o rolezinho. Se não, cai em uma das nefastas categorias do segundo bloco. Sem meio termo, sem argumentação. Em nome da liberdade, você é forçado a concordar com os movimentos sociais, mesmo que eles sejam apenas movimentos, sem conotações sociais.
Aqui começam as semelhanças com o inútil inverno dos 20 centavos: uma reunião que começou com uma finalidade, mas que logo foi usurpada e deturpada por outros grupos &#8211; estes, sim, com uma agenda específica e definida.
O enredo chega a ser patético, de tão batido e primário: jovens combinam de se encontrar &#8211; repito: só por se encontrar &#8211; e logo enxergam uma geração descontente, protestando contra uma sociedade injusta, que propositadamente nega-lhe o futuro a que têm direito.
Em outras palavras: o pessoal vai passear no shopping e isso vira notícia. A notícia é transformada em movimento. O movimento passa a ser entendido como rebelião. A rebelião passa a ser a verdade absoluta, com ares de justiça social. E ai de quem discordar.
Agora vamos à parte que está todo mundo pisando em ovos para debater, sequer enxergar: A grande mentira por trás de tudo o que se diz sobre o rolezinho é que, como de hábito &#8211; pela terceira vez &#8211; tomam liberdade como um conceito absoluto. E a partir deste ponto tudo se deturpa.
Shopping centers são locais fechados, com acessos limitados e, por isso, potencialmente perigosos quando se junta muita gente &#8211; independentemente da classe social desta &#8220;muita gente&#8221;. Quando uma multidão entra em pânico, não importa se é composta por analfabetos ou doutores, por serventes ou servidos. Todos saem correndo, passando por cima de quem estiver à frente.
Gente morre pisoteada por causa disso e não fica bonita na foto. Alguns, inclusive, aproveitam-se desses momentos para depredar e saquear lojas, como no ano passado. Só que isso, obviamente, fica em segundo plano. Lembrar disso, aliás, é preconceituoso.
Mas de onde vem esse preconceito? Se os dirigentes dos shoppings estão reforçando sua segurança e chamando a polícia &#8211; precaução que seria tomada em qualquer lugar do mundo &#8211; isso não é preocupação com a segurança, é preconceito. Mas preconceito de quem? De quem faz ou de quem julga?
E se nenhuma providência for tomada e acontecer uma tragédia? Culparão os shoppings e o poder público por omissão? Os mortos tornar-se-ão mártires de um mundo injusto? E se um parente seu estiver na lista, isso muda?
Acho bacana todo esse pessoal defendendo os rolezinhos, protegidos atrás dos muros altos dos seus condomínios, na segurança e conforto de seus lares. Mas eu quero ver você, defensor do rolezinho enquanto manifestação social legítima, ter coragem de ficar num shopping com seus filhos, assistindo a cenas como estas: 
Quero ver você, árduo defensor das minorias, pensar que fugir correndo de um ambiente assim é coisa de gente preconceituosa. Que as pessoas mostradas no vídeo estão exercendo seus direitos, gozando de sua liberdade, plena e absoluta como gostam de definir.
Nem pensar, né? Você vai sair correndo, se borrando de medo. Vai se esquecer do seu belo discurso sobre igualdade e tentar, a todo custo, proteger seus filhinhos apavorados, procurando minimizar o inevitável trauma.
Como disse há pouco, liberdade não é um conceito absoluto. Neste caso, estão confundindo a liberdade de ir aos lugares públicos com a liberdade de criar tumulto. Estão confundindo liberdade com anarquia. Tal como aconteceu no inverno dos 20 centavos. E sempre haverá gente disposta a tirar proveito disso.
Lembram-se qual foi a consequência daquelas manifestações do ano passado? Os resultados? Bem, de benefícios práticos para a população o saldo foi zero. Como herança, no entanto, agora temos manifestações todos os dias, por todos os motivos. Os reais e os banais.
Trinta pessoas se reunem para protestar contra a mudança de mão de uma rua e fecham a Via Dutra, a mais importante rodovia federal. Tudo bem. Cinquenta professores se juntam para reivindicar mais segurança e bloqueiam a Avenida Paulista. Estão no seu direito. Quinze alunos se aglomeram para pedir mais verbas para a educação e interditam a Ponte Rio-Niterói. Pobrezinhos.
Pois bem, os Sem-Terra já marcaram seu rolezinho em shoppings da Zona Sul de São Paulo. É só o começo.
Houve, ainda, quem fizesse a esdrúxula comparação entre o rolezinho e o flash mob que, segundo querem fazer crer, é o rolezinho do rico e por isso é permitido. Faz-me rir o argumento, especialmente quando vemos um flash mob deste quilate:
&#8211; Mas isso é na Europa, não dá para comparar, dirão alguns. Claro que não dá para comparar! Especialmente enquanto nós mesmos formos os responsáveis por reforçar o aparentemente intransponível abismo entre nós e o Velho Continente.
Então eu pergunto por quê não há rolezinhos nos museus da cidade? Nas bibliotecas? Nas inúmeras ofertas de lazer e cultura que as cidades proporcionam, mas que vivem às moscas?
&#8211; Porque no shopping a gente vai causar, dirão os jovens. &#8211; Porque os jovens não têm esses hábitos, são de uma outra geração, responderão os mais velhos, os engajados. &#8211; Ora, deste jeito, jamais terão esses hábitos. Jamais sairão da condição em que vivem, retrucarei eu.
São, por natureza, por herança, desprivilegiados. Não têm dinheiro nem acesso à cultura. Em parte, isso é verdade. Em parte, porque como pode ser visto no primeiro vídeo, têm dinheiro para nikes, abercrombies e smartphones. E &#8220;causar&#8221; vem em primeiro lugar. Mas muitos escolhem fazer parte desta geração nem nem &#8211; que nem estuda, nem trabalha e, segundo o IBGE, soma 20% dos jovens.
Certamente muitos torcerão o nariz para o &#8220;escolhem&#8221;, em negrito na frase anterior. A eles eu respondo que alguns dessa geração conseguem se descolar de seus pares e trilhar caminhos diferentes, mesmo partindo das mesmas condições que seus pares. Se isso acontece é porque isso é possível. Porque estes alguns também escolhem dar outros rumos para suas vidas &#8211; sem que seja preciso renunciar às suas origens. É preciso apenas vontade e coragem.
Vontade de mudar de vida e coragem para não se deixar enganar por quem passa-lhes a mão na cabeça, perdoando seus pecados e legitimando suas faltas. Escapam de seus pseudodefensores que, no fundo, são os grandes responsáveis pela perpetuação desta condição, na medida em que os coloca na posição de pobres vítimas.

A ditadura da liberdade

O tema é a onda de rolezinho que, por enquanto, anda assustando a paulicéia e adjacências. Mas poderia ser a sequência de manifestações que, inutilmente, varreu o país no ano passado. Fique comigo mais um pouco e você entenderá o porquê

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Foco no cliente parece ser um dos mantras corporativos hoje em dia. Na hora de mudar de estratégia, se reposicionar no mercado ou simplesmente ir atrás do resultado, muitas empresas escolhem voltar as atenções pra sua principal razão de existir: o cliente. O cliente? Será?Vamos analisar um livro que inverte essa lógica e põe o cliente em segundo lugar. Como o título diz: Primeiro os Colaboradores, Depois os Clientes.<h2>Quem cuida do cliente?</h2>Em qualquer empresa, seja qual for a indústria, setor ou natureza da operação, o dinheiro normalmente vem de uma única fonte: o cliente. É ele que sustenta tudo, paga todas as contas.Mas quem cuida do cliente? Será que tem como cuidar do cliente sem antes cuidar de quem cuida do cliente?Se você vai num restaurante e vê o gerente gritando com os garçons, você acha que tem alguma chance de os garçons serem gentis e atenciosos com você?Ou na loja que trata seus vendedores como se todos fossem preguiçosos e desonestos, você acha que alguém ali vai ser amável e simpático?Essas perguntas — ou melhor, as respostas pra elas — crescem em importância nos dias de hoje, na medida em que cada vez mais as empresas e seus funcionários voltam suas atenções para suas contribuições para o mundo, para o legado que deixam.No momento em que as pessoas buscam realizações fora do campo material, o verdadeiro propósito daquilo que fazem assume papel central na agenda dos gestores. E a forma como lidam com isso define, muitas vezes, o sucesso da companhia. Ou o fracasso.<h2>Sobre o autor</h2>Primeiro os Colaboradores, Depois os Clientes é, por assim dizer, um relato da passagem de Vineet Nayar pela presidência da indiana HCL Technologies.Durante seu período no cargo, de 2005 a 2013, a companhia se consolidou como um gigante do setor de TI e viu seu faturamento saltar de US$ 700 milhões para US$ 4,7 bilhões. Para a revista Fortune isso foi o resultado da gestão mais moderna do mundo, enquanto a Business Week apontou a HCL como uma das empresas mais influentes do planeta.Nayar é celebrado, ainda, por nomes de peso como C.K. Prahalad, Tom Peters, Gary Hamel e Ram Charam.Além de participar do board de diversas empresas de ponta, Nayar hoje toca a Fundação Sampark, uma ONG que fundou junto com sua esposa Anupama Nayar, para ajudar a melhorar a qualidade da educação para cerca de sete milhões de crianças, distribuídas em mais de setenta mil escolas nas áreas rurais da Índia.É com esse currículo empreendedor e humanitário que Vineet Nayar virou a gestão de cabeça para baixo. Para saber mais sobre a obra e conhecer as três etapas para atender melhor aos clientes priorizando colaboradores, <a href="https://administradores.com.br/video-aula/colaboradores-ou-clientes-quem-voc%C3%AA-prioriza">assista ao novo episódio de Leitura Obrigatória</a>.

Por que sua empresa deveria priorizar os colaboradores

O quanto você conhece do mundo em que você vive? O que está acontecendo ao seu redor? No seu bairro, sua cidade, seu país? E além disso?&#13;
Você sabe como vivem as pessoas em outros lugares? Sabe como é, de verdade, a vida na Malásia, na Suécia ou na Albânia? Onde as pessoas são mais ricas, mais pobres, menos pobres e mais doentes? Aliás, você sabe o que é pobreza? Quantos níveis você conhece?&#13;
O resumo de hoje, apresentando o livro <a href="https://amzn.to/2Njd70l">Factfulness, de Hans Rosling</a>, infelizmente, vai te deixar menos inteligente.&#13;
Não vou dizer coisas erradas nem roubar seu conhecimento. Só vou mostrar o quanto nós estamos desinformados em relação ao mundo, como e por que nossas crenças estão defasadas e nossas visões obsoletas e como isso atinge nossas vidas de modo real e imediato. &#13;
Factfulness é essencialmente um livro sobre dados demográficos. Um mapa atual e transparente, mostrando a realidade do mundo em vários aspectos — como renda per capita, nível de escolaridade, taxas de natalidade e expectativa de vida — e mais uma porção de dimensões que formam uma imagem precisa da situação de determinado país ou região.&#13;
Você pode achar até que esse é um problema fora da sua realidade. Um tema para ser debatido por líderes globais, na ONU, em Davos. Por um lado você está certo: não há muito que possamos fazer, diretamente, pra mudar o mundo.&#13;
Por outro, as implicações do que você verá a seguir, um dia, nos atingirão diretamente. Pode não ser hoje, amanhã ou depois, mas essa conta vai chegar. O que acontece na China e na África hoje vai nos impactar um dia. E o que talvez surpreenda muita gente é que há grandes chances desses impactos serem positivos.&#13;
Ao terminar de ler Factfulness você conhecerá um pouco mais o mundo lá fora, especialmente, o quanto é desinformado sobre o que acontece em lugares nem tão remotos ou nem tão diferentes quanto imaginamos.&#13;
Para conferir o resumo completo do livro Factfulness, assista ao <a href="https://administradores.com.br/video-aula/3-raz%C3%B5es-pelas-quais-voc%C3%AA-pode-estar-errado-sobre-tudo-e03">terceiro episódio do programa Leitura Obrigatória</a> no Administradores Premium.

Suas opiniões são baseadas em fatos?

Quantas lições sobre dinheiro você já viu por aí? Quantas fórmulas mágicas, truques infalíveis e receitas milagrosas aparecem todos os dias? Perdemos até a conta.&#13;
Mas, ao mesmo tempo, não vemos as pessoas à nossa volta ficando ricas ou melhorando de vida de forma consistente como seria de esperar. Assim como a nosso balanço financeiro no fim do mês, essa conta não fecha. Simplesmente porque não é tão fácil assim.&#13;
A velha máxima de gastar menos do que ganha é muito mais fácil de entender do que de fazer. É outro caso típico em que sabemos muito bem o que fazer — e muito mal como fazer. Esse é o tema do livro <a href="https://amzn.to/2YukkAF">A psicologia do dinheiro</a>, de Dan Ariely e Jeff Kreisler. O primeiro livro que Ariely escreveu foi um livro de receitas, mas ele não conseguiu convencer nenhuma editora a publicar. Um dos editores sugeriu que ele escrevesse alguma coisa sobre o trabalho que ele fazia como professor e pesquisador.&#13;
Foi assim que surgiu <a href="https://amzn.to/2Kmi4CT">Previsivelmente Irracional</a>, um best seller instantâneo que explica por que frequentemente tomamos decisões erradas, uma atrás da outra. Depois veio <a href="https://amzn.to/2YtkKaB">Positivamente Irracional</a>, um livro mais introspectivo, em que ele mostrou em cores vivas como funciona nossa motivação. Na obra seguinte, <a href="https://amzn.to/2GScpm0">A mais pura verdade sobre a desonestidade</a>, ele revelou o lado sombrio, desonesto e inevitável de todos nós.&#13;
Esses três temas — tomada de decisão, motivação e honestidade — estão intimamente ligados ao dinheiro e, talvez por isso, Ariely tenha dedicado um livro inteiro ao tema.&#13;
Em A psicologia do dinheiro, Ariely e Kreisler identificam alguns atalhos comuns que nos ajudam a tomar decisões mais rápido e os problemas que eles trazem. E identificam, também, quais os vieses cognitivos que mais atrapalham o raciocínio e nos leva a decisões erradas. Para ver a resenha completa de "A psicologia do dinheiro", assista ao novo episódio do meu <a href="https://administradores.com.br/programas/leitura-obrigatoria">programa Leitura Obrigatória</a> no Administradores Premium.

A ditadura da liberdade

Rodolfo Araújo

Experiência e networking: a chave para grandes negócios, com Ricardo Natale | Café com ADM 460

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Rodolfo Araújo

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